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Por Beatriz Moraes Edição #61

Contratempos

Contratempos

Estamos no fim das palavras
E no prelúdio dos gestos,
Na sepultura dos fracos,
No enterro dos restos
E no pé das novas estradas.

Saímos das trilhas de ouro
Para pisarmos descalços na terra,
No chão dos nossos espaços,
No doce solo da nossa espera
Por um “eterno” mais duradouro.

Que haja novos entretempos
No curto período desta hora,
No longo arrastar destes anos,
Para que o nosso tempo de agora
Possa enfim ficar mais lento.

Pois não há melhor passatempo,
Para o tempo,
Do que passar-se,
Nas infinitas corridas
Dos seus infinitos contratempos.