'Arteterapia': tratamento ajuda com aspectos de corpo e mente por meio de técnicas artísticas - Revista Esquinas

‘Arteterapia’: tratamento ajuda com aspectos de corpo e mente por meio de técnicas artísticas

Por Giulia El Houssami e Sofia Kansbock : setembro 26, 2024

Método possibilita entrar em contato com afetos, emoções, ideias e sonhos de origem inconsciente. Foto: Reprodução/Pexels

A partir do incosciente e em contato com lápis de cor, argila e tinta guache, arteterapia fornece suporte socioemocional para pacientes

Em espaço localizado na Zona Oeste de São Paulo, a arteterapeuta Claudia Bertini, atende ao lado de seu marido psicólogo crianças e adultos que procuram lidar melhor com corpo e mente. Bertini transforma o consultório em um autêntico ateliê.

“Além de emoções e sentimentos, o arteterapeuta também trabalha com os sentidos, que precisam ser aguçados. O especialista deve ser amoroso, uma pessoa capaz de acolher o paciente, e que tenha empatia”, explica Bertini.

A arterapia em prática é um processo terapêutico com ênfase na estimulação da criatividade de cada paciente, visando a compreensão de conflitos e atitudes através de simbologias e imagens retratadas por meio da técnica artística

Dessa forma, a especialidade se torna ponte entre manifestação individual e psicológica. Bertini pontua que o método a ser utilizado varia de acordo com o paciente.

“Se você tem uma criança agitada, é preciso trabalhar com um material fluido, como a água. Se você der um material muito rígido, ela só vai ficar mais agitada. Por isso, eu tenho que dar um matrial com o qual o paciente se sinta mais calmo e também que ele goste.”

A especialista acrescenta que cor, firmeza do traço, espaço de folha e repetição de imagens desenhadas são aspectos observados durante o tratamento.

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Relação de Confiança

Ao longo de um processo contínuo de sessões, Bertini estabelece uma relação de confiança com seus pacientes, permitindo que eles se abram emocionalmente. A especialista, que já trabalha há 14 anos com isso, defende que o método possibilita “entrar em contato com afetos, emoções, ideias e sonhos de origem inconsciente”.

Os pacientes de Bertini geralmente lidam com depressão, ansiedade, bullying, luto familiar e vícios em celulares. Com isso, os benefícios promovidos são a melhora da autoestima, da socialização e do diálogo em relações interpessoais, com maior facilidade de vivência na escola e no ambiente profissional.

Percepção dos pacientes

A responsável de Ana Beatriz (nome fictício que atribuímos para garantir o anonimato da criança), explica que escolheu a arteterapia para sua filha por entender que um tratamento lúdico seria mais eficiente. A menina por acreditar estar frequentando uma aula de artes, não estranhou o método e, assim, o processo foi mais leve.

“A partir das sessões comecei a ter mais percepção do que se passava com a minha filha. Isso me ajudou a lidar melhor com as situações que a incomodavam”, comenta a mãe, que preferiu não se identificar à reportagem.

Há casos em que a arteterapia funciona também como acréscimo a outros tratamentos psicológicos, à exemplo do que aconteceu com a paciente Juliana Berto, de 27 anos. Ela entrou em contato com o metódo quando esteve internada em um hospital psiquiátrico e, ao sair de lá, manteve a prática, que já dura há 6 anos.

Berto entende que a arteterapia serve para qualquer pessoa interessada a lidar com o mundo de uma outra maneira. “Percebi que consigo lidar melhor com questões relacionadas ao meu corpo, minha mente, a depressão e com a minha família”, completa.

Editado por Ronaldo Saez

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