Após o fracasso em Tóquio, 2020, como o Petrovic resgatou o basquete brasileiro e levou a conquista da AmeriCup
Após a não classificação do Brasil para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020, levantou-se a questão de se a Seleção brasileira ainda era capaz de confrontar as potências do basquete. A desclassificação veio após a derrota na final do Pré-Olímpico de Split, em 2021, na Croácia. Após perder para a Alemanha neste torneio decisivo, o técnico Aleksandar Petrovic pediu demissão da seleção para comandar o time de basquete Pesara da Itália. Para substituí-lo, Gustavo de Conti foi contratado. Sua passagem pela seleção brasileira foi curta, já que após dois anos, foi demitido e Petrovic assume novamente a posição de treinador.
A recontratação de Petrovic foi estratégica. A equipe tinha o objetivo de classificar o time para as Olimpíadas de Paris, em 2022, que foi concluído. Com o técnico, o time brasileiro de basquete conseguiu chegar até as quartas de final do torneio, perdendo para os Estados Unidos.
Ao longo dos últimos anos, o time manteve, basicamente, a mesma formação de quando Petrovic se demitiu, em 2021. Essa ação demonstra a força e reputação do técnico croata.
Sua importância é tão grande que Marcelo Sousa, atual presidente da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), afirma: “Petrovic tem a sua importância na parte técnica e tática. Ele tem uma importância muito grande na questão emocional, de como ele administra, da relação que ele tem com os jogadores e do grau de confiança que os jogadores têm nele.”. Marcelo comenta que o treinador foi um tesouro que o basquete brasileiro achou e o enxerga como uma figura fundamental na seleção.
Essa opinião a respeito do treinador não segue apenas com a alta cúpula da confederação, mas também contempla os jogadores que enxergam o treinador como um pilar fundamental para o título da AmeriCup. O jogador Mãozinha afirma: “O Petrovic é um ótimo técnico e tem muita experiência em torneios internacionais. Isso tem me ajudado e confortado muito, já que eu estou a pouco tempo com a seleção. Fora que ele é um técnico que todos da comissão e atletas confiam.”
Após Paris 2022, o grande desafio da seleção brasileira de basquete foi a Americup. O time conquistou o título no dia 31 de agosto no campeonato realizado na Nicarágua, que reuniu as doze melhores seleções de basquete do continente americano. O Brasil não conquistava o torneio desde 2009, quando venceu o Porto Rico por 61×60. Mas, antes dessa última conquista há 16 anos, a seleção brasileira já havia conquistado a Americup em 1984, 1988, 2005 e 2009.
De acordo com o ex-jogador profissional de basquete no Corinthians e Mogi das Cruzes, e comentarista da ESPN, Gustavo Santos Pereira Lima: “Essa vitória é resultado da Liga Nacional de Basquete e a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) falando a mesma língua, então, caminhando juntas, em um campeonato forte, fica mais fácil de colher bons resultados. E a gente vê que a Copa América é prova disso.”
O campeonato é organizado com doze seleções do continente americano, que são divididas em 3 grupos com 4 países cada. Para definir as posições de cada país na tabela de grupos, os quatro times jogam entre si. Neste momento, duas das quatro nações que mais pontuarem avançam para a fase eliminatória juntamente com outras duas seleções mais bem colocadas (em terceiro lugar) de seu grupo.
Na fase de grupos, o Brasil jogou contra o Uruguai, Bahamas e Estados Unidos, sofrendo uma derrota para os norte-americanos por 90×78. Venceu do Uruguai e Bahamas, 81×76 e 84×66 respectivamente. Já, na fase eliminatória o Brasil venceu a República Dominicana por 94×82, avançando para as semifinais. Confrontou novamente a seleção estadunidense, dessa vez garantindo a vitória por 92×77. A grande final do torneio foi um clássico sul-americano, Brasil e Argentina. Se enfrentaram para decidir quem seria o campeão e o Brasil levou a melhor, vencendo o jogo por 55×47.
O jogador Lucas Dias, que foi do quinteto titular durante a competição, destacou a vontade dos jogadores em voltar com o troféu para a casa.
“A gente sabia que todos os jogadores tinham que se sacrificar, se doar um pouco mais, acho que a gente conseguiu fazer isso durante a competição inteira”.
Os destaques da seleção brasileira foram o jogador Yago, que conquistou o MVP (troféu dado ao melhor jogador do torneio). O armador brasileiro teve médias de 17,8 pontos, sendo 48,7% de acertos em seus arremessos, além de 6,1 assistências e 3,3 rebotes por jogo. Yago fez parte do quinteto ideal do torneio, junto ao pivô brasileiro Bruno Caboclo, que também ganha destaque para essa vitória. Para Marcelo Souza, “Bruno foi fundamental para a conquista do título brasileiro, e é uma felicidade ter esses dois jogadores atuando pela amarelinha.”.