Debate questiona a acessibilidade em colégios, o nível de educação brasileira e as propagandas voltadas ao público infantil
Como construir narrativas acessíveis? Essa foi a pergunta central de Aline Santos, relações públicas e consultora educacional, no evento que aconteceu na manhã de hoje (28) no Teatro Cásper Líbero. O debate tinha como tema central a transformação pela educação e levou, além de Santos, o diretor de mobilização no Todos pela Educação, Rodolfo Araújo, e o assessor de relações governamentais do Instituto Alana, Renato Godoy.
“Trabalhar com educação me fez repensar meu papel como comunicadora”, afirmou a relações públicas. Ao contrário do que um formador de opinião costuma pensar, uma mensagem não é compreendida igualmente por todos. A resposta para sua pergunta pode não ser definitiva, mas algo comum a todos os pontos que envolvem integração de pessoas com deficiência na sociedade: é uma construção coletiva, tolerante ao erro e de apoio contínuo.
Rodolfo Araújo apresentou aos estudantes presentes no teatro algumas das ações do Todos pela Educação (TPE). O Todos é uma organização sem fins lucrativos formada em 2006 que visa melhorar as taxas de alfabetização e de qualidade de ensino pelo País. O TPE trabalha em cinco frentes de ação — educação inclusiva, desenvolvimento integral, professor central, agenda básica e demanda contemporâneas. O grupo organizou, neste mês, uma série de encontros com os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) e o representante da candidatura do PT, Fernando Haddad, para discutir os desafios da educação básica no Brasil.
Por sua vez, Renato Godoy trouxe o assunto da publicidade dentro das escolas brasileiras. Godoy lembrou que isso foi amplamente discutido por jovens, a maioria do público dentro do teatro, em 2014, quando foi tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Uma pesquisa do Datafolha de 2011 mostrou que 59% dos pais com filhos de até 11 anos discordam da presença de comunicação mercadológica dentro dos colégios. “A criança precisa ser protegida da publicidade infantil”, comenta o assessor.
A passos lentos, organizações como o TPE e o Alana ou pessoas como Aline Santos atingem seus objetivos e fazem com que sejam implementadas políticas públicas que defendam suas causas. Independentemente se o combate é à publicidade direcionada ao público infantil, às baixas taxas de alfabetização no Brasil ou à invisibilidade de portadores de deficiência, essas ações reduzem barreiras de toda uma sociedade.