Profissionais da área do esporte se reúnem para discutir o marketing esportivo no Brasil
Na segunda (24), iniciou-se a Semana de Comunicação e Marketing Esportivo, organizadas pelas atléticas das faculdades Cásper Líbero e Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Durante a primeira palestra, foram convidados para se apresentar na ESPM, Renato Nunes, atleta paraolímpico, a jogadora de vôlei Hélia Souza, conhecida como e Marcelo Frazão, diretor de Marketing do Santos. O evento começa animado e Nunes pede para os convidados contarem trajetórias profissionais.
Fofão conta que quando criança amava praticar esportes e que isso mudou sua vida. “Fazendo esporte foi que eu comecei a me desenvolver tanto fisicamente como socialmente. Com 11 anos encontrei o vôlei, e desde esse momento sabia que iria trabalhar com isso”, relata. Sua carreira profissional começou quando um olheiro a convidou para participar do Pão de Açúcar Esporte Clube e passou assim a dedicar muito mais tempo ao esporte.
Já a trajetória de Renato Nunes foi completamente diferente. Ele é atleta paraolímpico do Sesi São Paulo, representou o Brasil nas paraolimpíadas de 2016 conquistando uma medalha de prata. Nunes entrou no esporte em 2008 com um programa de reabilitação, após perder sua perna esquerda em um acidente de trabalho. O que começou como um desafio entre amigos, se transformou em uma paixão pelo atletismo e em seu objetivo de vida.
Marcelo Frazāo se formou em engenharia de produção e na época começou a trabalhar no mercado financeiro como investidor. O acionista do banco tinha interesse em investir em futebol e a partir disso decidiu seguir por esse caminho. Entrou na Agência Tudo, que até hoje é referência no mercado de patrocínio. Desde abril de 2018 cuida do marketing e comunicação do Santos Futebol Clube.
Os palestrantes discutiram o cenário do marketing esportivo no Brasil. “O esporte é uma plataforma atraente, pois diz respeito a vários atributos que quase todas as marcas têm interesse, como juventude, beleza, competitividade, superação e vitória”, comenta Frazão sobre o processo de patrocínio de um atleta.
E assim a Fofão contou da dificuldade de se manter no esporte e da diferença ao fazer parte da seleção brasileira. “Quando você vai fazer um contrato com um time e você é de seleção brasileira você é mais valorizada financeiramente. Você consegue discutir com seu patrocinador um outro tipo de valor, as portas se abrem”, comenta.
Outro ponto abordado no final da palestra foi sobre a indústria esportiva brasileira. “Aqui no Brasil a gente não o modelo americano de integração e formação educacional e nem o modelo europeu que apresenta uma indústria ativa e dinâmica atraindo grandes marcas. Não temos uma política de governo em que atletas possam se desenvolver, e muito menos, uma lógica de competição profissional que faça com que o futebol, o vôlei ou o basquete sejam ligas mais atraentes”, conclui Marcelo Frazão.