“Aqui estão cobrando 112 reais”, relata Marcos, 56, morador de Diadema. Segundo Sindigás, valor do botijão de gás subiu 8% após o início da pandemia
Sylvana, 38 anos, é advogada e mora com seu marido na Vila Ema, zona leste de São Paulo. Ela conta que os dois estão evitando fazer comidas no forno para não gastar o gás. “Não dá pra ficar comprando com o preço que tá [ do botijão de gás ], ainda mais que estamos sem muito trabalho. Temos que economizar”, relata.
Pontos de distribuição estão fechados por falta de gás há mais de uma semana, os que ainda possuem produtos distribuem senhas e não fazem mais entregas à domicílio. Por isso, existem longas filas e aglomerações nas portas de distribuidoras, a população tem que esperar por horas ou ir para outros bairros a procura de um botijão de gás.
Uma atendente de um ponto de venda diz que há um estoque excessivo de botijões por parte dos consumidores. “Tem gente comprando 3 ou 4, por isso, não tem como saber até quando vamos ter gás. A gente funciona até durar o estoque. Não sei até que horas vamos ficar abertos, já fechamos ao meio dia”, lembra.
Para tentar driblar os impactos econômicos, algumas fornecedoras continuam com as portas abertas comercializando outros produtos. “Ah, estamos vendendo água e outras coisas, porque gás mesmo não tem”, concluiu a atendente.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional de Petróleo está com a produção normalizada, mas mesmo assim não há prazo para o abastecimento de botijões ser regularizado em São Paulo. A expectativa do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo — Sindigás — era do mercado retornar a normalidade na semana passada.
Um aumento de até 8% no preço do produto foi registrado em todo o Brasil, segundo a Sindigás. Devido à isso, no dia 13 deste mês a Fundação Procon-SP e o Sergás — Sindicato das Empresas Representantes de Gás Liquefeito de Petróleo da Capital e dos Municípios da Grande São Paulo — anunciaram a fiscalização e punição de quem colocasse preços abusivos gás de cozinha na região metropolitana.
O valor do botijão de gás de 13kg foi limitado à R$70 e a taxa máxima para entregas em domicílio foi estipulada em R$9,90. Caso o consumidor se depare com situações diferentes das implantadas, a orientação é denunciar pelo site, aplicativo ou redes sociais do Procon-SP.