Entre uma luta contra a poliomielite e a forçada migração nordestina, homem relata como foi sua infância antes e depois da doença
Orlando Aparecido Andrade, 58 anos, nasceu na cidade de Milagres, interior da Bahia. No campo até meados da década de 60, Orlando brincava como os demais garotos de sua idade com o pouco que tinha. Ainda jovem descobriu que as dores na perna não era por correr ou jogar bola, mas sim uma doença que o afetou e traumatizou o país no século passado: a paralisia infantil ou poliomielite.
Mesmo com as rezas, orações e visitas aos consultórios na capital baiana, a única opção possível que a família encontrou na época foi sair de sua terra natal e migrar para a capital de São Paulo em busca do tratamento ideal para a enfermidade de Orlando.
Desde de 1930, a migração nordestina para as terras paulistas se intensificou por razões diversas. Assim como a família de Orlando, inúmeros outros sertanejos se deslocaram para a região sudeste em busca de uma melhor qualidade de vida para a sua família e novas oportunidades em um solo que se encontra em ascensão econômica e cultural.
Em meio a preconceitos, dificuldades físicas e falta de acessibilidade na Zona Leste de São Paulo, com a sua sequela irreversível na perna esquerda, Orlando conta sua trajetória para se adaptar ao novo lar com sua família e as implicações que a poliomielite, doença que atualmente pode ser evitada através das campanhas de vacinação infantil, causou na sua infância e juventude.
Confira a história de Orlando no episódio abaixo, produzido pelos alunos André Almeida, Giovani Danjo Pereira e Alexandre Henrique Puga: