Palestra sobre telenovelas, mediada pelo professor Marcelo Soler, teve participação especial do diretor de ficção seriada do SBT Mário Moraes
Mário Moraes já trabalhou na TV Bandeirantes, Record TV e Record Internacional. Especializou-se em teledramaturgia no SBT e trabalhou como assistente de direção nas produções de Chiquititas e A Escrava Isaura. Avançou no cargo e dirigiu Patrulha Salvadora, Cúmplices de um Resgate e Carinha de Anjo. Hoje, tem nas mãos As Aventuras de Poliana, que conta a história de uma jovem garota que perde os pais e tem que viver, a contragosto, com a tia.
Quando se fala em dirigir uma telenovela, pensa-se ser algo difícil. Realmente o é, mas, para tudo acontecer, possui uma equipe grande por trás de todas as câmeras e do produto final visto na televisão. Na dramaturgia, há dois tipos de diretores: o artístico e o técnico. No trabalho da arte, acontece a organização dos cenários, a escolha dos materiais de cena e dos personagens, além dos figurinos. Na área técnica, por sua vez, ocorre o ordenamento da gravação levando em consideração os equipamentos, como câmeras e iluminadores, e a interação pessoal de cada personagem.
Os primeiros passos para uma produção de telenovelas se dividem em quatro categorias. A primeira delas é a sinopse, um resumo de tudo o que vai acontecer na novela, o qual todos os diretores devem seguir. Em seguida, pensa-se na iluminação para cada tipo de gravação, em que se deve usar determinada luz. Em uma área externa, por exemplo, as filmagens devem acontecer contra a luz do sol, enquanto em uma área interna, verifica-se o controle de sombras e foco sobre os personagens.
O terceiro passo na produção é a escolha dos personagens. Cada pessoa que participa do casting, o teste de audição, é estudada a partir das características próprias em relação às dos personagens exigidos. No final, já escolhido o diretor geral, são decididos cenários, elenco, iluminação e dá-se o ponta pé inicial para as filmagens.
Muitas pessoas trabalham por trás de toda essa produção. Cada um deles é importante para algum ponto da gravação. O assistente de câmera cuida do posicionamento de cada câmera de acordo com a indicação do diretor, enquanto o de direção é a “sombra” do diretor, que oferece ajuda caso o personagem ou o cenário tenham algum problema ou estejam posicionados em cena de forma errada. Já o continuísta lembra os diretores o caminho percorrido pelos atores, pois as cenas nem sempre são gravadas na ordem em que são determinadas. Para não se iniciar uma gravação de forma errada e sem lógica, é ele quem está preparado para atentar a equipe de filmagem da ordem dos quadros. Um diretor de fotografia é responsável por toda a beleza da novela. O grupo de filmagem não para.
Ser um diretor não é uma tarefa fácil. Possui os seus momentos de “perrengue”, principalmente quando a bagunça da equipe desconcentra o seu trabalho. Cada profissional utiliza um método diferente para fazer suas gravações. O roteiro utilizado para as cenas não possui muita liberdade para ocorrerem alterações, e o diretor apenas mexe na ordem das cenas. Somente quem tem o poder de alterar todo o roteiro são os criadores da dramaturgia.