Oficina visa debater a cobertura jornalística da área cultural
Na penúltima noite da semana de Comunicação, os professores Welington Andrade e Heitor Ferraz se reuniram para ministrar uma oficina sobre Jornalismo Cultural. A conversa com os alunos começou com o fato do jornalismo cultural estar se fundindo com o de entretenimento, já que a área de comunicação está em constante remodelação, e lamentou a crise dos cadernos culturais nos jornais e revistas brasileiros.
Segundo os docentes, os grandes títulos de mídias voltados à cultura no País, ou não existem mais, ou diminuíram consideravelmente sua editoria, não fazendo jus ao volume de artistas ou movimentos que transcendem nosso povo. Muito se falou nessa palavra, “transcender”. Entre controvérsias debatidas com os alunos presentes, percebeu-se que o que é veiculado hoje como arte, é o que está mais para o entretenimento, ou seja, artistas que seguem uma fórmula e trabalham com a adesão, o que não é um pecado, tem lá o seu valor, porém não se deve resumir apenas a isso.
Andrade, colunista sobre a cena teatral contemporânea na Revista Cult, dissertou sobre específicos aspectos das artes cênicas paulistanas que são muito importantes, porém não explorados pela mídia. Ferraz, por sua vez, poeta e idealizador do projeto de leitura de poesia Vozes, Versos, discutiu sobre questões da literatura no Brasil. Ambos os professores inseriram estes e outros assuntos, como música e cinema, no âmbito jornalístico e analisaram suas possibilidades. Dado isso, foi pedido aos alunos que fizessem sugestões de pautas para reportagens culturais. “O jornalismo ganha quando trazemos vida aos textos”, refletiu o Professor Heitor. Concluiu-se que a falta de busca pela cultura é um problema sócio educacional, mas que o jornalismo do segmento pode procurar produzir um bom conteúdo e ajudar a disseminá-la.