A estrela da palestra era Cátia Damasceno, mas a noite foi recheada de Robertos
O que pode dar errado na cama? Em termos de relacionamento, não de qualidade do sono. Com essa pergunta em mente, fui ao Teatro Gazeta, na Avenida Paulista, na quinta-feira, 2 de junho. A estrela da noite era Cátia Damasceno, especialista em sexualidade feminina e influenciadora digital com mais de sete milhões de seguidores.
Como companhia, chamei uma amiga, Laura, que topou na hora. Mas tudo que é bom dura pouco. Logo esse compromisso se tornou um triângulo amoroso.
– Vou chamar o Marco também, tá bom?
Uma pergunta retórica, em referência ao namorado. Já não basta um show de comédia que me lembre o que pode dar errado na cama, ainda vou em companhias que me lembrarão o tempo todo da minha solteirice?
No dia da compra dos ingressos, conversamos com Roberto, um dos responsáveis pelo espaço:
– A Cátia é ótima! Que bom que hoje em dia as mulheres têm mais liberdade para isso!
E tentou engatar uma conversa sobre liberdade sexual feminina com a gente. Fiquei constrangida de falar sobre o assunto. Minha amiga também respondia muito pouco. Será que nos sentimos tão livres assim?
Chega a apresentação. O Teatro Gazeta lotado. E com um impressionante número de mulheres por metro quadrado. Só se via homem se ele estivesse acompanhado de uma mulher. Um deles, acompanhado da esposa, se tornou o alvo da noite: Roberto.
Desta vez, quem ficaria constrangido era ele. Não, não estamos falando do mesmo Roberto. Este pobre coitado era o marido de Cristina, que levantou a mão quando a estrela perguntou quais dos homens ali tinham vindo obrigados. Desde então, ele se tornou alvo de todas as discussões.
– Vou contar aos homens como satisfazer uma mulher na cama. Tem hora que elas reclamam… não é mesmo, Roberto?! Cristina reclama para você?
– Tem homem que tem “aquele negócio” pequeninho… mas dá conta do recado. Não é, Roberto?!
E foi assim noite a fio, arrancando risadas da plateia.
A cada comentário sobre intimidade de casal, os amigos ao meu lado trocavam impressões entre eles. Eu tratava de rir sozinha. Os poucos momentos que a apresentadora não nos tirou risadas foram compartilhados por mim e minha amiga. Precisava chamar a mulher de louca toda hora? Sim, em algum momento da apresentação, a sexóloga fez questão de repetir o tempo todo sobre uma tal “loucura feminina” para engatar suas piadas.
Nos finalmentes da peça, como forma de se desculpar, a pedra do sapato de Roberto daquela noite deu ao casal um curso gratuito de pompoarismo. Ela também agradeceu muito ao “Betinho” por tornar aquela noite possível. Desta vez, falando do responsável pelo teatro. Uma noite recheada de robertos.