Graduado em jornalismo na turma de 2020, Pedro Santi esteve presente nas manifestações antifascistas de SP desde o início dos atos
Um protesto com multiplicidade de bandeiras e sem repressão, apesar da enorme quantidade de policiais. Assim o jornalista e documentarista Pedro Santi, formado pela Cásper Líbero na turma de 2020, resume as manifestações de protesto ao governo Jair Bolsonaro ocorridas ontem 14 de junho.
Graduado em 2020, Pedro tem feito a cobertura do coronavírus nas ruas paulistanas de forma independente por sua produtora, a Mangueio Filmes. Nesse período, o jornalismo divide espaço com o ativismo: em parceria com um coletivo e com a ONG Médicos Sem Fronteiras, ele participa de uma ação de cartazes do tipo “lambe-lambe” com informações sobre a pandemia. “Também temos ido a muitos lugares em situação de vulnerabilidade social, como a cracolândia”, afirma. “O objetivo é registrar a ação de entidades que tentam reduzir danos para a população mais vulnerável”.
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Há três semanas, o jornalista faz a cobertura fotográfica das manifestações antifascistas e antirracistas. Confira a seguir seu relato sobre os protestos de ontem, 14 de junho, e uma seleção de suas fotos:
“O ato na avenida Paulista na tarde de ontem foi pacífico e sem repressão. Me surpreendeu a tranquilidade, porque havia muita polícia – helicóptero, cavalaria, choque –, com presença intimidadora. Nessas situações, há sempre um receio do que pode ocorrer.
Havia bastante diversidade de bandeiras: as torcidas de futebol antifascistas, o movimento antirrascista, contra a violência, movimentos sociais como o MTST e um reforço dos partidos políticos de esquerda: PC do B, Unidade Popular, PT.
O momento mais tenso foi um caso isolado de três rapazes que estavam com suásticas nazistas nas mangas das camisas. Manifestantes foram à polícia alertar que apologia ao nazismo é crime. A polícia a princípio não tomou atitude. Depois, propôs levá-los para a delegacia, mas os rapazes alegaram que não tinham documentos. Finalmente, foram detidos e encaminhados ao 78º Distrito Policial. Foram ouvidos e liberados em seguida.”
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