A importância da amamentação durante os primeiros meses de vida de um bebê
Amamentar: palavra que traz consigo um significado profundo e cheio de idealizações, mas também preconceitos. Durante agosto, o mês da aleitação, as redes sociais foram tomadas por postagens que questionavam se uma mãe deveria ou não amamentar em público. Diante de muitos, não seria considerado um problema, enquanto outros diriam ser “o maior absurdo da história”. Mas o que fazer nessas situações? Juliana Santos, mãe de Barbara, de 4 meses, não sabe como lidar com a situação. “Os médicos me falaram que devo amamentar a qualquer momento e em qualquer lugar, sempre que minha filha sentir fome, mas aí a sociedade quer que eu deixe ela com fome?”, questionou, insatisfeita.
Estudos indicam que o bebê deve ser alimentado apenas com leite materno até o sexto mês de vida. Isso porque a bebida é rica em vitaminas e minerais que são necessários ao recém-nascido nesse momento. Ela faz com que doenças sejam prevenidas e aumenta as chances de crescimento da criança.
Caso a mãe não tenha leite, existem bancos que armazenam o leite nos hospitais para reverter a situação. Se o banco de leite não for uma opção, existem ainda leites industriais, que são indicados para cada etapa do bebê e que não prejudicarão seu desenvolvimento. A intolerância à lactose, por exemplo, não é um problema: esses casos são mais comuns do que se pensa e a criança deverá realizar um acompanhamento médico com pediatra e alergista. Será, então, recomendado um tipo de leite específico que se adeque à sua necessidade. Porém, abolir o leite da dieta infantil não é uma das opções. Nem entre os médicos, nem entre as mães.
Orlando Monteiro Júnior, ginecologista e obstetra, explica que a amamentação não traz benefícios apenas para o bebê. Pode prevenir o câncer de mama na mãe, além de, claro, fortalecer o vínculo entre a figura materna e o filho.
Durante a amamentação alguns cuidados devem ser tomados. O uso de álcool e drogas deve ser evitado, já que essas substâncias entram diretamente na corrente sanguínea e são passadas para a criança durante o aleitamento. Procedimentos comuns também devem ser evitados como pintar o cabelo, fazer tatuagem, piercing ou uso indevido de remédios, já que podem transferir infecções à corrente sanguínea, causando problemas durante a amamentação.
Mercado do leite
O leite é um dos produtos com mais demanda no Brasil. O homem passa a consumir leite durante a amamentação e continua a vida toda. Isso acontece porque ele é rico em nutrientes, como o cálcio, potássio e fósforo, e traz benefícios à saúde, como a reposição de cálcio nos ossos.
Para entender melhor como funciona o mercado do leite dentro da economia nacional, Lucas Ferreira Lima, economista e professor do Complexo Educacional FMU, explica que, nos últimos sete meses, o leite sofreu alta no preço, cerca de 44%. Esse foi um fenômeno que não acontecia desde junho de 2017, quando o preço do litro do leite teve uma queda significativa.
Agora, cravou o valor de 1,4781 reais por litro, o que pode ser explicado por fenômenos naturais como a La Niña. Oposta ao seu “irmão”, o El Niño, acontece em agosto e consiste na diminuição da temperatura das águas do Oceano Pacífico e, consequentemente, aumento das secas ao redor do planeta. Isso prejudica a saúde das vacas leiteiras, diminuindo a produção do leite.
A culpa do preço cada vez maior não é exclusividade da natureza. Fatores como a crise econômica brasileira e a lenta recuperação do País também demostram influência nisso. Lima explicou que, apesar da crise, a oferta do produto tem aumentado e ajudado em uma recuperação dos preços, mas que ainda existe um aumento.
Não é possível medir a alta apenas dos leites usados para maternidade, mas em um impacto geral o mercado lácteo mudou bastante nos últimos sete meses e tende a ter cada vez mais mudanças. Os problemas, em geral, se dão pelo setor estar crescendo e pela economia estar instável. Não há como prever quais serão os caminhos tomados pelo mercado lácteo, mas uma coisa é certa: ele sempre estará entre os alimentos mais importantes da dieta nacional.