A explosão das videoconferências durante a pandemia - Revista Esquinas

A explosão das videoconferências durante a pandemia

Por Melissa Charchat : junho 13, 2020

Na segunda quinzena de março, o termo “videoconferência” teve um grande aumento em pesquisas no Google

A tecnologia já é muito presente em nossa vida, mas durante a pandemia o setor aumentou sua capilaridade. Durante esse tempo, as companhias e empresas que trabalham através de plataformas online observam transformações em termos econômicos e sociais.

Videoconferências

Para comentar o assunto, Fernando Dalla Marta diz como a tecnologia pode se relacionar com a pandemia. “Muitas empresas têm se beneficiado de aspectos como o isolamento social, [com o aumento no delivery] o aplicativo Rappi é um ótimo exemplo”, comenta. O especialista é graduado em administração de redes e atualmente trabalha com desenvolvimento de negócios pela tecnologia na JDE (Jacobs Douwe Egberts), uma multinacional cafeeira.

No âmbito das videoconferências, Fernando comenta como a pandemia afetou as empresas. “Fornecer um canal de comunicação e relacionamento que seja gratuito e aberto, dispondo de tantos recursos, foi muito positivo para [o Zoom], inclusive como imagem. Em questão de semanas, o app passou de 10 para 150 milhões de usuários”. 

Segundo o Google Trends, a pesquisa pelo termo “videoconferência” subiu de 9 pontos para 100 no Google. De acordo com o site especializado AppBrain, o aplicativo Zoom atingiu 100 milhões de downloads só no sistema android. Google Meet e Microsoft Teams, que oferecem o mesmo tipo de serviço, batem os 50 milhões de downloads no mesmo sistema operacional.

Nesse cenário, o especialista acredita que pode haver pontos negativos. “Há problemas na segurança de dados e compartilhamento não autorizado de conteúdo, por isso, alguns países e órgãos governamentais proibiram o uso do aplicativo”. A China fez exigências para que o Zoom feche contas de ativistas que se posicionam contra o governo oriental.

Além disso, ele explica que o crescimento de muitas empresas ocorreu por causa do acesso gratuito às plataformas. Com essa situação, as plataformas recorrem a outras formas de ganhar dinheiro, como os anúncios o cadastro de pessoas. No caso do Zoom, o programa de videoconferências permite a troca dos dados de usuários com outras empresas. 

Segundo o especialista, há sempre uma necessidade de avaliar o serviço olhando a relação custo-benefício, já que existem várias empresas desempenhando a mesma função.

A tecnologia pós-pandemia

“Não é possível dizer que haverá mudanças na tecnologia, mas sim na forma como as pessoas a usam”, diz Fernando. “Já há um cardápio muito grande de recursos disponíveis, pensando em robotização, automatização e eficiência dos processos corporativos. Agora, o que tende a mudar é a forma como as empresas veem essas opções, buscando empregar melhor essa tecnologia; e a pandemia forçou uma aceleração desse processo”, complementa.

Ele ainda explica: “Tem um estudo a respeito da robotização, indicando que 60% das posições do mercado de trabalho vão desaparecer nos próximos 10 anos. No Brasil a tendência é só crescer o desemprego, considerando o pouco investimento em educação e ensino técnico. Ao contrário da Coréia do Sul que, por exemplo, especializa as pessoas para exercerem cargos quando isso ocorrer”. Como solução ele diz que “cabe ao governo contribuir para essas transformações”.