Teca’, como é conhecida, ganhou popularidade no mundo gamer e fez história ao ser contratada pelo Grupo Astralis
Stephanie Luana da Silva Santos, ou Teca, gamer de renome no Brasil e no Mundo, fez história para o Brasil como profissional de FIFA. Contratada pelo Future FC, do Grupo Astralis, a jogadora brasileira conta como superou o preconceito para virar uma das poucas mulheres no cenário mundial de futebol virtual.
Extremamente feliz em fazer parte da equipe Future FC, obrigada a todos pela oportunidade. GoTeam
Extremely happy to be part of Future FC team, thank you all for the opportunity. GoTeam 😇😃 @futurefcgg @astralisgg @eSports_Rep https://t.co/pMVBNXDFru
— FifaTeca66 (@AstralisTeca) November 5, 2019
O notável crescimento do futebol feminino no Brasil nos últimos anos se estendeu, de certa forma, também para o ambiente eletrônico. Em um meio com predominância masculina e pouco incentivo às mulheres, Stephanie, a Teca, fez história. Aos 23 anos, ela joga FIFA profissionalmente, contratada por um dos maiores grupos de E-Sports do planeta: o Astralis Group.
Nascida em São Paulo, ela começou a jogar FIFA ainda quando criança. O gosto pelo videogame veio do irmão, que preferia Mortal Kombat, mas a paixão pelo futebol despertou-se sozinha. Torcedora do Corinthians, conseguiu o próprio PlayStation graças ao auxílio financeiro da mãe e do padrasto. Passou por cima de diversos obstáculos e transformou o simulador de futebol em profissão.
“Quando eu comecei a jogar FIFA, foi bem difícil. Eu não tinha condições pra ter um videogame. Consegui através da minha mãe que, junto com meu padrasto, me ajudou. Comecei a fazer lives e, por meio delas, uma agência me encontrou. Eles entraram em contato comigo e disseram que um clube estava interessado em uma menina brasileira”, conta.
O apoio da mãe foi fundamental na formação da jogadora. Teca é graduada em Comércio Exterior e técnica em Administração e surpreendeu até a si mesma ao transformar o FIFA em profissão. Fã da jogadora Marta, tem para si mesma diversos grandes exemplos femininos como símbolo de resistência em meio a um contexto, por muitas vezes, machista e misógino, dessa forma ela usa para si como motivação para quebrar o machismo no mundo gamer.
“No início, eu não tinha câmera, nem headset. Com o passar do tempo, consegui um dinheiro e, quando chegou o Headset, ainda duvidavam que era uma mulher. Infelizmente ainda existe esse preconceito, é muito presente. Sempre tem um que fala que eu deveria estar lavando a louça ou que não aceita perder para mulher. Eu tento não me abalar com isso. Eu sinto um pouco, mas me abstraio do que não é importante. Foco em quem me apoia”, completou.
Após a experiência internacional e o contato com o esporte eletrônico fora dos limites brasileiros, a jogadora acredita que ainda há muito para o país evoluir em relação ao que pensa sobre esse mercado. Na opinião dela, os clubes de futebol poderiam ajudar a aumentar a legitimidade.
“No Brasil, falta as pessoas olharem o esporte eletrônico como um trabalho e investir nisso, que é o que ocorre lá fora. Acho que é falta de conhecimento, de divulgação… Se fosse obrigatório que cada clube tivesse pelo menos um atleta de E-Sports, por exemplo, o cenário seria outro. Lá na Europa fui tratada como profissional. Meu time tem patrocínio, nós fazemos comerciais”, argumentou.
“Eu diria para as mulheres nunca desistirem dos sonhos. Mesmo que algo tente atrapalhar, vocês devem focar e seguir em frente sempre. Excluam o que não for necessário e sigam em frente”, encerra a gamer.