O que é neuromarketing? Intersecção entre neurologia e publicidade é uma das apostas para as profissões do futuro
Quais são os fatores envolvidos em uma decisão de compra? Neuromarketing é uma área fértil para trabalho e estuda a publicidade levando em conta a biologia e os comportamentos do consumidor. Nesse último final de semana (3 e 4) aconteceu em São Paulo o Workshop do Instituto Brasileiro de Neuromarketing (IBN). Com agenda nas principais capitais do Brasil o curso tem o objetivo de mostrar as aplicações da neurociência dentro – e fora – do marketing.
O Instituto Brasileiro de Neuromarketing surgiu em 2012, após um projeto pioneiro de incubadora realizado por estudantes da Universidade São Judas, e hoje é o maior instituto de pesquisa de neurociência aplicada no Brasil. Guilherme Ferris, diretor e fundador do IBN comenta que o País ainda está atrasado nos estudos desta área. “Temos um foco muito grande em pesquisa e agora estamos dando ênfase também no ensino”, comenta Ferris.
O curso mostrou que não é apenas dentro da área de marketing que os estudos podem ser aplicados. O neuromarketing é também utilizado em diversos segmentos, como na saúde, economia e em processos organizacionais. Um exemplo disso é o estudo recente da WinterLight, que fez uso desta ciência para diagnosticar quem tende a desenvolver Alzheimer a partir do timbre de voz. Segundo a empresa canadense, a pesquisa acerta 82% a 100% dos casos.
No Brasil, um case de sucesso que utilizou a neurociência foi a campanha de conscientização da faixa de pedestre pela Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo em 2011. A partir da ferramenta de eye tracking, tecnologia que permite rastrear o movimento dos olhos do usuário, os resultados mostraram que rostos em anúncios publicitários chamam a atenção e, a partir disso, a campanha decidiu colocar uma pessoa fantasiada de faixa.
Para Pedro Camargo, professor na Fundação Getulio Vargas e no Centro Universitário Belas Artes, estudar o ser humano e sua biologia é uma obrigação social para comunicadores. “Não é só uma tendência. Hoje não dá mais para a gente entender o ser humano sem entender de biologia” diz. Camargo é escritor dos primeiros livros sobre o tema e considerado o pai da neurociência aplicada no Brasil.
O pesquisador também complementa que neuromarketing é a profissão do futuro. “Tem muito futuro e pouca gente trabalhando sério nisso, com pesquisas. Não tem gente trabalhando neurociência especificamente em ponto de vendas e em preço, por exemplo”.
Para quem se interessou pelo tema e quer aprender mais, o custo do projeto gira em torno de 500 reais e estudantes recebem o benefício de meia entrada. O próximo encontro já tem data oficial em São Paulo: será realizado nos dias 7 e 8 de dezembro.