Segundo o Ipea, Covid-19, dependência química e problemas familiares são fatores responsáveis para o aumento de pessoas em situação de rua
Há vários fatores que contribuem negativamente para esse conflito social, porém o principal deles, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi a pandemia da Covid-19. Muitas consequências que surgiram em decorrência ao surto ainda estão presentes na sociedade, como é o caso da cidade de São Paulo, que abrange por volta de 90 mil pessoas sem teto, que são cerca de 25% da população de rua do país.
Além da infecção, o Ipea afirma que, motivos como dependência química, aparecem em grande parte dos depoimentos e, os problemas familiares também são fatores responsáveis para que diversas pessoas estejam em situação de rua, à beira da marginalidade. Atualmente, há um grande número de ONGS e pessoas que realizam trabalhos voluntários para que uma parte dessa dificuldade social seja erradicada, no Brasil e em grandes cidades como, São Paulo.
Simone Alves Ribeiro (50) e Cesar Ribeiro (55), são donos da ONG “Desejando o bem”. Fundada em 2014, com o intuito de auxiliar e assistir aqueles que necessitam de grandes ajudas para sobreviver, o casal, acompanhado de colaboradores voluntários, realiza trabalhos, que oferecem atendimento para 250 famílias que vivem em situação de pobreza e falta de moradia.
Simone relata que mesmo atuando há anos na área, a dupla ainda encontra dificuldades em auxiliar o público, já que, a demanda é alta, e muitas vezes a ONG não recebe grandes ajuda para realizar as ações e trabalhos voluntários. “A maioria dessa população entre adultos e crianças estão em extrema pobreza, muitos se alimentam precariamente 1 vez a cada 2 dias.”
A fundadora, também sinaliza, a existência de um grande conflito social, que surge com a pobreza e a fome, a questão da saúde desses cidadãos. “Outro fator que surge nesse meio, é a saúde, ou melhor, a falta dela, pois estes, em sua maioria, não vão ao sistema público de saúde, agravando ainda mais o cenário que estão inseridos”, finaliza Simone.
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Há solução pelo Estado?
No site da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), há diversas políticas sociais e formas de ajuda como, a solicitação de vagas em centros de acolhida para moradores de rua, solicitação de atendimento social e entre outras ações de apoio. Ainda que seja um trabalho de muita dificuldade e com a impossibilidade de ajudar 100% dos moradores de rua de São Paulo, o órgão acredita que, essa seja uma grande forma de proporcionar melhora no cenário da cidade.
A SMADS foi contatada para melhor explicação sobre todo o propósito que possuem e sobre as ações que realizam, porém, até o presente momento, não houve resposta.