Episódio final da 11ª temporada foi ao ar ontem. O texto contém spoilers!
No final de junho de 2018, a drag queen mais bem-sucedida da cultura pop, RuPaul, dava início à Era de Aquaria – ganhadora da 10ª temporada do reality show de competição de drags. A jovem de Nova York levou a corou para casa e, na noite de ontem (30), passou seu posto de “próxima estrela drag dos Estados Unidos” à sua sucessora. Direto de Denver, Colorado, a nova vencedora de Rupaul’s Drag Race é Yvie Oddly.
A queen chegou na 11ª temporada firmemente. O segundo episódio (um desafio de atuação) lhe rendeu a primeira e única vitória, ao lado da outra competidora Scarlet Envy. Contudo, nos próximos desafios, Yvie se mostrou competente e talentosa, mantendo-se no topo por diversas semanas. Até mesmo quando falhou, a drag foi capaz de brilhar: no Snatch Game – episódio de imitação de celebridades –, sua performance como Whoopi Goldberg lhe rendeu uma quase eliminação. Salvou-se com a dublagem de Sorry Not Sorry, da cantora americana Demi Lovato, ao lado de sua companheira canadense Brooke Lynn Hytes, foi considerada uma das melhores dublagens da história do programa. “Foi como o Cirque du Soleil”, elogiou a rival Shuga Cain.
Apesar de tudo, Yvie Oddly foi uma das participantes mais controversas da temporada. Seu estilo edgy e fora da caixinha foi duramente criticado por outras participantes. Enquanto os fãs a comparavam com a vencedora da quarta temporada Sharon Needles por seu jeito “assustador” de se apresentar, a queen frequentemente se envolvia em brigas nos bastidores. As intrigas aconteciam geralmente com a participante Silky Ganache – considerada pela maioria dos telespectadores uma pessoa expansiva em excesso. O jeito direto, objetivo e grosso de Yvie dar conselhos chegou aos nervos de suas colegas de temporada. Em todo Untucked – episódios dos bastidores de cada semana – Yvie era vista em alguma discussão.
Um dos casos foi o episódio das Olimpíadas Drag, em que as participantes tinham que dançar em três categorias diferentes de performance. Yvie revelou que possuía a Síndrome de Ehlers-Danos: apesar de garantir flexibilidade, comprometia os ligamentos ósseos da drag queen. Silky Ganache a confrontou sobre isso, afirmando que “não tinham tempo para uma participante doente no programa”. “Mesmo doente, eu fiz coisas naquele palco que você jamais sonharia em fazer”, respondeu à altura a nova vencedora.
O jeito revolucionário de montar drag conquistou os fãs e, acima de tudo, a própria RuPaul. Toda semana, sua apresentação de roupas na passarela deslumbrava a apresentadora, os jurados e os telespectadores em casa. Seu verso no último desafio – criar uma parte para o remix de Queens Everywhere, de RuPaul – agradou a maioria dos fãs do programa. Yvie chegou à final ao lado de Brooke, contra quem dublou novamente ao som de The Edge of Glory, de Lady Gaga. Sua apresentação no Orpheum Theatre foi aclamada na internet, e o vestido espelhado que utilizou foi comparado ao de Violet Chachki na final da oitava temporada. Yvie chegou, lutou e venceu. Seu reinado começou, como na música de Gaga, na beira da glória.