Acesso da população de baixa renda ao saneamento básico é questão crítica em São Paulo; conheça as políticas em estudo
Segundo dados de 2015 da Organização Mundial da Saúde (OMS), dois bilhões e meio de pessoas vivem sem saneamento adequado no mundo. No país, esse quadro também é preocupante e vem alarmando as cidades. Quatro milhões de brasileiros não têm acesso a um banheiro e 16% à água tratada, de acordo com o Instituto Trata Brasil de 2016.
Para o secretário de Habitação de São Paulo João Faria, as políticas públicas de saneamento têm que ser voltadas especialmente para a população de baixa renda. Faria está à frente do programa Municipal da Habitação que visa entregar em 2022 conjuntos habitacionais com espaço para lazer, educação, entretimento e o mais importante: sistema de esgoto. Segundo estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil em 2016, 90% dos esgotos em áreas irregulares não são coletados e muito menos tratados. “O principal objetivo desse projeto não é apenas tirar as pessoas da rua e sim de situações de falta saneamento básico além de fornecer toda a infraestrutura necessária”, comenta Faria.
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Um dos grandes problemas da população de baixa renda e fazer com que os encanamentos – que muitas vezes também são roubados – cheguem à suas casas. O Se liga na Rede é um programa criado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e que visa levar às residências a instalação de esgoto. “A dificuldade está em sua maioria em fazer a instalação”, explica Sérgio Vieira, gerente do Departamento de Pesquisa e Estudos da Sabesp.
Por falta de políticas públicas, é comum que em lugares de baixa renda se utilizem sistemas de esgoto e de água clandestinos. O programa Água Legal, também da Sabesp, tem o objetivo de levar água tratada à essas áreas mais periféricas de São Paulo, beneficiando a população e também diminuindo os índices de perdas decorrentes de canos irregulares.