“Eu tenho liberdade de horário, editorial, de produzir conteúdo para marcas e entrevistar quem eu quiser”, diz Ivan Moré sobre as mudanças na carreira
Natural de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, Ivan Moré se tornou um dos símbolos de um jornalismo esportivo mais descontraído e jovem ao se tornar apresentador principal do Globo Esporte, de 2015 a 2019.
Atualmente, com 44 anos, o jornalista trabalha com mídias sociais e investe em seus projetos pessoais, mais especificamente os podcasts Desobediência Produtiva, focado em empreendedorismo e inovação, e o Qualé Moré, que resgata sua familiaridade com o esporte através de entrevistas com grandes personalidades do meio.
A migração das telas para os fones
Sobre seu podcast Desobediência Produtiva, Moré lembra que a temática o instigou a buscar novos desafios para a sua vida pessoal e profissional. Com o programa, o apresentador busca motivar seus ouvintes a explorarem novas áreas do mundo corporativo. ”A desobediência produtiva não só ensina provocação e formas de empreendedorismo, mas gera provocações, insights da transformação que estamos vivendo, tudo com um plano de fundo na comunicação”, afirma.
Em entrevista ao CAVHCAST, programa de entrevistas do Centro Acadêmico Vladimir Herzog, Moré esclarece seu processo de decisão para deixar o grupo Globo em maio de 2019: “Se eu confio em mim e tudo que produzi, junto a vitrine que eles me deram estava vinculada ao meu talento, confiança, entrega, coragem e persistência. É só fazer bem feito em qualquer lugar. Durante esses 20 anos construídos internamente, o que eu levo de mais valioso? A trilha traçada, superando as expectativas”.
Graduado pela Universidade Estadual de Londrina, o apresentador afirma que as mídias digitais têm proporcionado a oportunidade de integrar um maior dinamismo nas produções jornalísticas: “Porque eu tenho liberdade de horário, editorial, de produzir conteúdo para marcas, e entrevistar quem eu quiser. Consigo sentir, atualmente, o valor que eu gero intrinsecamente, independente do meio de comunicação em que estou veiculado”. Isso, para ele, justifica a onda de migração da TV para o YouTube e demais mídias.
Veja mais em ESQUINAS
Longe das quatro linhas: setoristas de futebol explicam rotina da profissão na pandemia
Como a pandemia afeta a saúde mental de jogadores de futebol
Os desafios da profissão para Ivan Moré
Assumir a apresentação do Globo Esporte em 2015, certamente foi um dos maiores desafios da carreira de Ivan Moré. Na passada de bastão de Tiago Leifert, estava o comando de um dos principais programas esportivos da grade com um formato completamente diferente, implementado pelo antigo apresentador. Porém, com um programa mais dinâmico e com a linguagem focada no público jovem, Moré, ao lado de Caio Ribeiro, se destacou com novos quadros e quebrando positivamente os protocolos do jornalismo esportivo.
O apresentador revela que comandar um programa televisivo vai muito além do que a maioria dos telespectadores imaginam e conta como é lidar com diferentes tipos de personalidades: ”A vaidade é um componente muito importante, inclusive, para aqueles que comandam. É colocando um contra o outro muitas vezes, para que se lide com o ego, e, assim, consiga controlar e direcionar quem está no vídeo”.
Além de ter sido o apresentador fixo do programa esportivo mais popular da emissora, Moré coleciona diversos momentos marcantes em sua carreira que, segundo ele, foram satisfatórios e desafiadores.
”Fiz abertura da Copa do Mundo de 2014, com três helicópteros na cabeça, seis câmeras para falar, num programa de quatro horas e meia para tocar, junto da Glenda Kozlowski, com o mundo me olhando. Conversar com o Michael Phelps, foi algo desafiador também, ou até mesmo jogar uma partida de tênis com o Roger Federer, nesses momentos tive que performar. Pelo fato de estar lidando com o Ivan jornalista, fã e o meu lado ser humano, e se um trava, trava tudo”.
Ao lembrar de momentos segundo ele inesquecíveis, como a cobertura de uma Copa do Mundo, Olimpíadas e Copa América, Ivan Moré, ressalta a importância da estabilidade emocional em sua carreira: “Os altos e baixos dependem muito do que está envolvido no jornalismo. Por muito tempo no meu amadurecimento da carreira, tinha essa expectativa e não rolava uma validação interna. Depois que passei a me validar, não dependia da união de terceiros, já que acreditava em mim e não na opinião de terceiros, sempre focando no meu propósito”.
Confira a entrevista completa no link.