Famoso por explorar os efeitos da ilusão de ótica em suas obras, Erlich provoca a interação e curiosidade do público em São Paulo
Em terras paulistanas, a exposição “A Tensão”, de Leandro Erlich, traz – sob curadoria de Marcello Dantas – algumas das mais importantes obras do artista argentino. Exposta no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), a mostra já passou por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, dando em abril boas-vindas a São Paulo. A entrada gratuita, com agendamento pelo site, tem atraído todo tipo de público, formando filas que podem levar cerca de uma hora do lado de fora do edifício.
Erlich no CCBB
Dentre todas as criações de Erlich que estão expostas no local, “Swimming Pool” é possivelmente a mais conhecida. Ocupando todo o átrio central do prédio, a obra – cujas imagens circulam pelas redes sociais há alguns anos, deixando muitos internautas intrigados – se trata de uma piscina em tamanho real que possui uma peculiaridade: permite que os visitantes andem dentro dela. Se utilizando de acrílico e uma fina camada de água, Erlich criou uma ilusão de ótica dupla.
Quem vê de fora da piscina, acredita que ela está cheia de água, e se assusta ao ver pessoas caminhando naturalmente nesse ambiente. Já quem está dentro é banhado por um jogo de luz que, além de contribuir para belíssimas fotos, gera a ilusão de que está realmente dentro de um ambiente preenchido por água. Essa atração, porém, possui dois reveses: a parte exterior da piscina não possui acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, uma vez que o acesso se dá apenas por escadas, e, por conta da alta demanda do público, o período de permanência na parte de dentro da piscina se limita a um minuto e meio.
Essa mesma restrição de tempo também está presente na obra “Classroom”, que ocupa o 3° andar do edifício. Essa criação de Erlich é composta por dois ambientes distintos: uma sala de aula abandonada – a qual o público não tem acesso – e uma sala toda preta, com blocos pretos de diversos tamanhos presos ao chão. A surpresa da atração está na interação do visitante com o cenário, que contém um elemento enigmático.
A “Lost Garden”, pequena em relação às outras, brinca com a ótica e ilusão a partir de janelas e espelhos. A estrutura por fora remete ao que seria a parte de dentro de uma casa, enquanto seu interior, um jardim. Sendo ambos os lados separados por quatro paredes e algumas janelas. O público ao olhar através dos vidros se depara com um belo paisagismo, mas o principal ali, é que ele também vê a si mesmo no reflexo das outras janelas. Isso é causado por um espelho posicionado de maneira que as pessoas consigam ver a si mesmas de todos os ângulos, independentemente da posição da fresta em que olhar.
“Proximamente” é uma obra diferente das outras da mostra, a começar pelo fato de não recorrer a interatividade ou a ilusões de ótica. Além de um letreiro que lembra os dos cinemas de rua antigos e uma porta dupla de madeira que nos remete antigas salas de projeção, há pouco mais de uma dúzia de quadros pintados à mão que apresentam pôsteres de filmes fictícios inventados por Erlich, e que fazem referência às obras do artista, incluindo algumas presentes na exposição no CCBB. Um exemplo: o pôster de The School of Jesus – que apresenta uma garotinha engatinhando sobre a água de uma piscina – uma clara alusão a “Swimming Pool”.
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Para conhecer
A construção histórica que abriga o CCBB costuma receber dos mais diversos tipos de atração, com capacidade para 16 delas, além de sua programação de cinema, no teatro que também existe dentro do prédio.
Para visitar a exposição e conhecer as mais de 10 atrações, além do ingresso que pode ser adquirido gratuitamente no site filiado, é necessário apresentar um documento com foto e comprovante de vacinação contra a covid-19, com pelo menos duas doses tomadas. A exposição ocorre de 13 de abril a 20 de junho, funcionando todos os dias – com exceção das terças-feiras – das 9h às 19h.
O CCBB fica localizado na Rua Álvares Penteado, 112, no Centro Histórico de São Paulo, a uma distância de aproximados 5 minutos a pé tanto da estação Sé do metrô, quanto da estação São Bento (linha azul). Há um estacionamento filiado na Rua da Consolação, 228, que disponibiliza um translado gratuito até o centro de exposições. O custo do estacionamento é de R$ 14,00 por um período de até 6 horas, e é necessária a validação do ticket na bilheteria do CCBB.
As dependências do Centro Cultural contam com Wi-Fi gratuito mediante a cadastro, tomadas, elevadores, banheiros em todos os andares, além de uma unidade especial do Café Girondino com cardápio variado. A entrada com bolsas e mochilas não é permitida, porém há um guarda-volumes gratuito no térreo do edifício.
O CCBB possui um site oficial onde é possível encontrar todas as informações sobre a exposição e um catálogo que contém diversas obras de Erlich, inclusive algumas que não estão presentes na exposição. O artista também possui um site oficial, além de um Instagram (@leandroerlichofficial) onde ele posta fotos de suas obras nas exposições ao redor do mundo.
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