Fernando Haddad criticou a postura do adversário. “Onde está Tarcisio?”, questionou o petista. Haddad foi sabatinado pelo consórcio de veículos organizador
Nesta sexta-feira (14), Fernando Haddad, candidato do PT ao governo do estado de São Paulo, foi sabatinado nos estúdios do SBT. O pool de veículos formado por CNN, Terra, Nova Brasil FM, Veja, Estadão e o próprio SBT havia marcado um debate entre o petista e Tarcísio de Freitas, mas o candidato do Republicanos não compareceu aos estúdios. Pelas regras definidas entre as assessorias, a ausência de uma campanha conduz à realização de uma sabatina com o candidato presente. O ex-prefeito de São Paulo, então, respondeu aos questionamentos de jornalistas por ao longo uma hora.
Antes de se dirigir ao local da sabatina, o ex-ministro da Educação conversou com a imprensa. Nossa equipe esteve no local e perguntou ao candidato sobre a falta de acordo com o PSDB para um apoio no segundo turno. Para Fernando Haddad, a conduta dos tucanos em relação ao período em que ocupou a prefeitura pesa na hora de abrir espaço para o diálogo.
“Não houve um debate sobre o assunto. Não quero fazer ilações aqui, mas foi a imprensa, [mais especificamente a Folha de S. Paulo] que registrou as negociações em torno de não ter investigações e isso eu jamais concordaria em fazer”, ponderou o petista. Retomando a gestão na capital, Haddad complementa: “Quando eu estive na prefeitura, eu passei por lá de maneira limpa. Passei a prefeitura limpa, para eliminar as quadrilhas que atuavam no poder público, e eu faria o mesmo no governo do estado, não para caçar ninguém, mas desbaratar os grupos que atuam na administração pública, para preservar o orçamento”.
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Ausente e ‘recém-chegado’
Tarcísio de Freitas cancelou a presença nos estúdios SBT alegando problemas na agenda de campanha. Apesar disso, o candidato apoiado por Jair Bolsonaro foi citado algumas vezes pelo ex-prefeito de São Paulo, que criticou a postura de faltar ao encontro. O candidato do PT pontuou que Tarcísio não é de São Paulo e o classificou como um “recém-chegado”.
Temas como agronegócio, combate a corrupção e segurança pública foram abordados pelos jornalistas e Fernando Haddad apresentou suas propostas para cada uma dessas áreas. Durante a sabatina, Haddad rechaçou a posssibilidade de negociar com políticos do “centrão” na Assembleia Legislativa. “Não vou tolerar esse tipo de toma lá da cá. Fico atônito de ver como meu adversário diz, com todas as letras, que a turma do centrão virá para o estado, inclusive com o orçamento secreto, que ele diz que não dá para contornar. Podemos ter pela primeira vez na história um governo de coalizão no estado que não precise centrão para governar”, declarou Haddad.
Ao final da sabatina, nossa equipe questionou o candidato a respeito do apoio necessário para a aprovação de leis na Assembleia Legislativa. Fernando Haddad ponderou que “o ‘centrão’ vai estar na Assembleia Legislativa e nós podemos negociar. O que eu digo é que eles não estarão no governo. Eles serão oposição e nós vamos negociar com a oposição, mas eu não quero fazer toma lá da cá com o centrão. No governo eu quero as secretárias com partidos da coalizão democrática”.
De modo distinto ao primeiro debate do segundo turno, realizado no grupo Bandeirantes, o nome do ex-presidente Lula e do atual presidente Bolsonaro foi raramente citado e Haddad quis manter a discussão restrita às propostas para o estado de São Paulo.