Centro de São Paulo dá visibilidade ao público LGBT+ no Palco Queer durante a Virada Cultural
No domingo cinza e frio, a praça da República foi colorida por diversidade e orgulho nos momentos finais da Virada Cultural. Diversos artistas apoiadores e representantes da causa LGBT levaram um público apaixonado ao evento. No sábado, o palco recebeu atrações como Elza Soares e Rico Dalasam. Já no domingo, foi tomado por Jaloo, Não Recomendados e quatro drag queens, as cantoras brasileiras Gloria Groove e Aretuza Lovi, e as tão esperadas performances internacionais de Jujubee e Derrick Barry, conhecidas pelo talent show “Rupaul’s Drag Race”.
A inauguração do Palco Queer, em um ponto já tradicional da Virada, foi vista positivamente pelo público. “O Brasil está aceitando a diversidade que ele tem” afirmou Douglas, que estava acompanhado de um empolgado grupo de amigos. Murilo, animado com sua primeira Virada, apontou a grande diferença que houve nos últimos anos no cenário drag. “É sensacional pensar que há uns anos atrás ninguém sabia o que era e hoje é todo esse mainstream, então é uma representatividade e um orgulho muito grande”, relata.
As artistas americanas atraíram bastante público e visibilidade para o palco, enquanto performaram ao som de grandes artistas pop, sempre acompanhadas de gritos ensurdecedores dos fãs do programa.
Mas quem pareceu agitar mais a plateia foi Glória, que fugiu da temática pop e trouxe o rap nacional para a jogada, de músicas como “Gloriosa” e “Império”, aos hits de MC Loma. Já Aretuza Lovi declarou que transformaria a praça em um grande baile funk, cantando seus sucessos seus e de outros artistas que foram entoados por um público que dançou até o final do show, mas a artista não focou apenas nesse ritmo musical, cantando de músicas infantis ao axé dos anos 90. As falas de Aretuza ao longo do show foram repletas de um discurso político apoiando a diversidade e o respeito.
As drags não foram destaque apenas em cima do palco. Vivi e Gaby aproveitaram a oportunidade e tomaram o exemplo das artistas como incentivo para se expressarem. “Você imagina, estão lá as nossas amigas, as nossas irmãs estão lá”, afirmou Vivi que foi complementada por Gaby, que conta ter adorado a oportunidade de ver o show e espera algo semelhante para o próximo ano.
A estrutura deixou a desejar em alguns aspectos levando em conta o público e as performances que recebeu. O som falhou em alguns momentos a presença de um telão no local fez falta para quem estava mais ao fundo poder enxergar o que ocorria no palco, em razão das performances que não se tratavam apenas da música.