Com representantes no Oscar 2023 e o vencedor do prêmio de Melhor Ator, ESQUINAS traz os grandes destaques do mês entre o público e a crítica
O mundo do cinema ganhou grande destaque no mês de março com mais uma edição de seu maior evento de premiação, o Oscar 2023. Grandes filmes estiveram em alta, caíram no gosto popular e levaram o público em peso às salas de cinema. Marcado por estreias de sucesso e o retorno de grandes franquias, ESQUINAS traz cinco destaques que estiveram entre os principais filmes comentados pelo público.
Creed III
SINOPSE
Adonis Creed (Michael B. Jordan) finalmente está prosperando em sua carreira e vida pessoal. No entanto, seu equilíbrio é abalado quando Damian Anderson (Jonathan Majors), um amigo de infância e ex-prodígio do boxe, ressurge de repente. Aos poucos, eles descobrirão que o seu conflito vai muito além de apenas uma luta profissional.
CRÍTICA
Estrelado e dirigido por Michael B. Jordan, Creed III retorna no ano de 2023 para o terceiro filme da sequência. A grande franquia de sucesso, pela primeira vez, não conta com a participação de Sylvester Stallone no papel de Rocky Balboa, mas nos apresenta a Damian Anderson (Jonathan Majors), que, junto a Michael, brilham em seus papéis e nos levam de volta ao mundo da luta.
O núcleo da história se concentra novamente em seu protagonista. Dessa vez, aposentado e longe dos ringues, Adonis Creed vive uma vida de estrela de Hollywood com sua família. Mas a chegada de um velho conhecido o faz reviver dramas passados e ter que fazer escolhas que envolvem muito mais do que apenas seu lado profissional. O filme acrescenta bem esse novo arco à trama principal ao nos apresentar, de maneira rápida e direta, através de flashbacks e lembranças, os momentos de adolescência de Adonis, que serão um ponto chave no decorrer da história.
Um destaque importante vai para a parte fotográfica. Lutas bem coreografadas e ambientadas chamam a atenção. Em muitos momentos em câmera lenta, temos a sensação de estar assistindo a um desenho japonês, inspiração assumida pelo próprio diretor, que diz ser fã das animações e ter feito o antagonista (Jonathan Majors) assistir aos desenhos para trazer sua essência para as cenas. A trilha sonora feita por Joseph Shirley contribui ainda mais para nossa imersão no filme. Grandes nomes do rap, como Drake, Bas e Tommee Profitt, deixam as cenas ainda mais eufóricas e nos fazem sentir a adrenalina das personagens através da tela.
Outro ponto está na filha do casal principal, Amara Creed, vivida pela atriz Mila Davis-Kent, que é deficiente auditiva. Novamente, temos a língua de sinais presente em diversos momentos do filme, importante passo para maior representatividade nas telonas.
Creed III pode não ter um roteiro muito inovador, mas sua história cumpre bem o seu papel e nos leva para a vida de seu protagonista e o drama em suas escolhas. É um ótimo filme para quem gosta de ação, boxe e, principalmente, para os fãs da franquia.
Classificação indicativa: 12 anos
Onde assistir: Cinemas
Pânico VI
SINOPSE
Sam, Tara, Chad e Mindy, os quatro sobreviventes do massacre realizado pelo Ghostface, decidem deixar Woodsboro para trás em busca de um novo começo em Nova York. Mas não demora muito para eles se tornarem alvo de um novo serial killer.
CRÍTICA
Iniciada nos anos 90, a saga “Pânico” retorna em 2023 com o seu VI capítulo. Dirigido por Tyler Gillett e Matt Bettinelli, a sequência traz parte do elenco de sobreviventes do quinto filme: Tara (Jenna Ortega), Sam (Melissa Barrera), Mindy (Jasmin Savoy Brown) e Chad (Mason Gooding), que se mudam para Nova York e precisam lidar com os fantasmas do passado.
O longa é marcado por participações especiais, com destaque para Billy Loomis (Skeet Ulrich), que retorna como pai de Sam em delírios da protagonista, e Kirby Reed (Hayden Panettiere), uma das sobreviventes de “Pânico 4”, que agora, adulta e como agente do FBI, entra novamente na luta contra o Ghostface na tentativa de desvendar seus assassinatos. Muito mais do que apenas um retorno para agradar os fãs, sua personagem tem grandes momentos ao longo do filme, que nos envolvem até os momentos finais.
O filme se inicia com sua clássica cena de assassinato de abertura, dessa vez mais brutal e ousado, novo parâmetro usado ao longo de toda história. Cenas de horror com facadas, quedas e tiros, onde o antagonista deixa claro seu prazer pela violência e assassinatos, ficam cada vez mais presentes. Ao mesmo tempo, o filme mescla momentos e diálogos divertidos entre o grupo principal, o que nos traz momentos de “refresco” entre as diversas cenas de ação e tensão envolvendo seus protagonistas.
Assim como as demais sequências, o novo enredo nos envolve completamente junto às personagens na investigação atrás da identidade do novo assassino. Dessa vez, com um número maior de suspeitos, onde não temos a real certeza do culpado até seu momento final. Suas cenas de tensão continuam a nos deixar aflitos mesmo após tantos anos. Apesar de seu foco não ser um terror para amedrontar, sua fotografia e trilha sonora contribuem para nossa imersão nas cenas, fazendo com que sintamos a ameaça sofrida por parte do Ghostface. Uma das cenas mais marcantes ocorre no metrô, onde a condução da filmagem torna aquele ambiente extremamente hostil antes mesmo da aparição do vilão.
Um ponto negativo talvez seja a quantidade de sobreviventes no fim do filme, fazendo com que não tenhamos o impacto da perda de uma personagem importante. Mas, apesar disso, “Pânico 6” mantém a franquia mais viva do que nunca e mais uma vez cumpre seu papel e nos traz um ótimo filme de terror e suspense. Uma ótima história, personagens, audiovisual e um final aberto para mais uma continuação. Vale a pena conferir!
Classificação indicativa: 18 anos
Onde assistir: Cinemas
A Baleia
SINOPSE
Um homem obeso e solitário busca se reconectar com filha adolescente em uma última chance de redenção.
CRÍTICA
“A Baleia” marca o grande retorno de Brendan Fraser ao mundo do cinema, coroado como melhor ator no Oscar de 2023. O astro ficou muito tempo afastado dos holofotes por problemas pessoais e teve a chance no longa dramático de Darren Aronofsky de brilhar e voltar aos grandes palcos mundiais.
O filme ganha seu nome ao fazer uma analogia ao sobrepeso de sua personagem principal, Charlie, um professor universitário que luta contra a obesidade após sofrer um grande trauma em sua vida. O livro “Moby Dick”, de Herman Melville, foi outra inspiração para o título do longa e é usado como referência em diversos momentos da trama.
A narrativa principal gira em torno do sofrimento de seu protagonista. Muito mais do que apenas obesidade, o filme trata de assuntos como homossexualidade, família e religião. Toda dor de Charlie é profunda demais para ser revertida. Sua perda o levou para uma vida vazia e sem perspectivas. Seu sofrimento é escancarado não só em sua condição física, mas sim em seus olhos e tom de voz. Através da atuação brilhante de Brendan, somos emocionados e levados junto com ele àquela dolorosa situação. A esperança na reaproximação com sua filha Ellie (Sadie Sink), que brilha em seu papel e faz com que Charlie tenha um último objetivo em sua vida, nos faz sentir o drama vivido por ambos e a esperança de que talvez haja um final feliz.
Além de suas ótimas atuações, outra marca de destaque está no audiovisual. A história basicamente se passa em três cenários, o que nos leva para dentro dos acontecimentos e nos aproxima de suas personagens. Sua iluminação baixa faz com que nos atentemos às expressões de seus protagonistas e tenhamos a real sensação daquilo vivido por eles. A trilha sonora composta por Rob Simonsen fecha com chave de ouro toda essa imersão. Dramática e cadenciada, dá o ritmo das cenas e do que será vivido em seguida. Um detalhe mais discreto, mas que complementa de maneira genial a temática do filme, é o barulho de chuva na parte de fora, que junto com a parte do cenário de madeira faz com que tudo aquilo pareça um barco navegando no mar, referência à jornada de Charlie.
Uma verdadeira aula de atuação, roteiro e fotografia. Um filme que vai te emocionar e fazer refletir sobre as coisas que colocamos como prioridade e a maneira como lidamos com as dificuldades impostas em nossa vida. Com certeza, um filme que deve ser prioridade em sua lista!
Classificação indicativa: 16 anos
Onde assistir: Cinemas
Entre Mulheres filmes
SINOPSE
“Entre Mulheres” mostra um grupo de mulheres em uma colônia religiosa isolada enquanto elas descobrem como seguir em frente para construir um mundo melhor para si mesmas e seus filhos. Ficar e lutar, ou ir embora. Elas não farão nada.
CRÍTICA
O filme “Entre Mulheres” (2023), dirigido por Sarah Polley, é centrado literalmente em mulheres conversando. Embora o cenário seja simplista, a abordagem do filme é profunda e comovente, tocando nossos corações e nos afetando.
Baseado no livro de Miriam Toews, o filme apresenta um grupo de mulheres que mora em uma colônia religiosa isolada nos Estados Unidos, onde são constantemente vítimas de crimes sexuais, violência e objetificação cometidos pelos homens da comunidade. Cansadas de serem alvos, elas se reúnem para decidir qual medida será tomada: perdoar os homens, lutar ou partir.
O longa-metragem é estrelado por Claire Foy (Salomé), Rooney Mara (Ona), Jessie Buckley (Mariche), Bem Whishaw (August), Michelle McLeod (Mejal), Judith Ivey (Agata), Sheila McCarthy (Greta), August Winter (Melvin), Kate Hallet (Autje) e Liv McNeil (Neitje). Representantes de três famílias são selecionadas para debater sobre o assunto e decidir qual ação será tomada pelas mulheres. A conversa entre elas é sincera e repleta de inspiração, desejos, imaginação e muita fé por uma vida melhor.
A obra cinematográfica é cheia de momentos emocionantes e tristes, gerando empatia e carinho pelas personagens. Além disso, é possível sentir a emoção e a sensação das personagens, uma vez que a atuação do elenco é muito expressiva.
Vale destacar o início do filme, que tem como abertura a seguinte frase: “Esta história é fruto da fértil imaginação feminina”. Ela aborda exatamente o que é retratado ao longo da obra: uma conversa de possibilidades, sonhos e esperança, as únicas coisas que restam a elas. No final, há uma referência ao símbolo da luta feminista, que é uma mão fechada e erguida, executado por todas as mulheres. Venha conferir a impressionante trajetória delas.
Classificação indicativa: 12 anos
Onde assistir: Cinemas
Close filmes
SINOPSE
Léo e Remi são dois melhores amigos de 13 anos cujo vínculo aparentemente inquebrável é repentinamente e tragicamente rompido.
CRÍTICA
“Close” (2022), dirigido por Lukas Dhont e lançado em março de 2023 no Brasil, conta a história de dois melhores amigos com um forte laço, que se afastam completamente após se mudarem para uma nova escola. Embora o enredo seja sobre crianças, a mensagem por trás do filme é de extrema importância, pois aborda temas comuns na sociedade e é transmitida de forma cuidadosa e comovente. É triste ver como um evento pode impactar completamente a amizade dos dois e acompanhar as trajetórias de dois meninos que conviviam diariamente e, de repente, não se cruzam mais.
Vale destacar a atuação de Eden Dambrine, que interpreta o protagonista Léo. Ele transmite a angústia e a tristeza de se encontrar sem a presença de seu melhor amigo em sua rotina, e como isso o afetou nas atividades básicas do dia a dia. Também é importante ressaltar os detalhes e paralelos do filme, que se tornam perceptíveis ao longo das cenas, trazendo um valor sentimental e doloroso ao espectador.
Preparem os lenços e venham assistir à trágica história de amizade de Remi (Gustav De Waele) e Léo!
Classificação indicativa: 12 anos
Onde assistir: Cinemas