O Brasil tem chance? Veja quais são as favoritas da Copa do Mundo Feminina de 2023 - Revista Esquinas

O Brasil tem chance? Veja quais são as favoritas da Copa do Mundo Feminina de 2023

Por Clarissa Olívia, Lara Vital e Luisa Rubbin : abril 6, 2023

Seleção feminina brasileira levantando a taça de campeãs da Copa América 2022. Foto: Thais Magalhães / CBF

ESQUINAS destaca o favoritismo do Brasil e de outras seleções como França, Inglaterra e Estados Unidos ao título da Copa do Mundo Feminina

Em julho, a Seleção Brasileira feminina estreia na Copa do Mundo, sediada na Austrália e Nova Zelândia. Considerando a grandiosidade do evento, reunimos o retrospecto sobre as seleções que entram como favoritas ao título mundial.

Seleção brasileira

O Brasil chega para a disputa da Copa do Mundo Feminina como o atual Campeão da Copa América. A campanha da seleção ficou marcada por sua invencibilidade no torneio, foram seis jogos e seis vitórias, além disso, a equipe balançou as redes 20 vezes e não sofreu nenhum gol. O título serviu como vaga para disputar a final contra a campeã da Eurocopa, a Inglaterra.

As brasileiras estão carregadas de expectativas boas para a Copa e, além do breve retrospecto ser muito positivo, o trabalho de Pia Sundhage é excepcional, sendo a terceira melhor treinadora do mundo escolhida pelo The Best. Porém, existem também outras equipes que entram como favoritas à taça.

França

No grupo do Brasil, a maior adversária é a França, a mesma que eliminou as brasileiras na Copa de 2019, porém a seleção francesa vem enfrentando diversos problemas de gestão interna. Dentre eles, jogadoras como Wendie Renard, Katoto e Diani declararam o afastamento do futebol francês. Em suas redes sociais, a capitã Renard afirmou que não pode mais apoiar o sistema atual da seleção, justificando sua ação como necessária para sua saúde mental.

A falta de uma jogadora importante dentro de um time pode abalar com o emocional da equipe, a jogadora Amanda Vital, da base do Corinthians, alegou que isso pode mexer com o psicológico das atletas restantes: “Sempre que tem uma mulher que se destaca das outras e ela não pode jogar por conta de uma lesão ou expulsão, o time em si fica mais apreensivo”.

Após o anúncio de Renard, a treinadora Corinne Diacre foi demitida, encerrando um ciclo de quase seis anos no comando da equipe. Tendo em vista toda essa situação, fica claro que há um ar de instabilidade rondando as francesas, já que uma troca técnica tão próxima à competição pode mexer na dinâmica do grupo e, por conta disso, gerar uma atuação inferior à apresentada em jogos anteriores.

Diante desses acontecimentos dentro da seleção francesa, o Brasil chega como favorito no enfrentamento, possibilitando uma atuação contra a França, superior a de 2019.

Panamá e Jamaica

Além disso, a Seleção Brasileira enfrenta o Panamá e a Jamaica, ambas equipes sem tradição na Copa do Mundo. As panamenhas foram as últimas a se classificarem e essa é a primeira participação da seleção no campeonato, tendo garantido a vaga ao vencer o Paraguai na repescagem.

Já a Jamaica faz sua segunda participação na competição, vindo de uma eliminação precoce na fase de grupos em 2019. Recentemente a equipe participou do torneio amistoso sediado na Austrália, Cup Of Nations, no qual enfrentou as anfitriãs, juntamente a Espanha e República Tcheca, sendo derrotada por todas as seleções do grupo.

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Campeã da Eurocopa

A Inglaterra entra na Copa do Mundo Feminina de 2023 com grande potencial, a treinadora, Serina Wiegman, foi eleita duas vezes melhor treinadora de futebol feminino (2017 e 2022). Além disso, o grupo é formado por quatro jogadoras eleitas as melhores do mundo pelo The Best: Beth Mead, Keira Walsh, Leah Williamson e Lucy Bronze.

As premiações foram conquistadas pelo grande desempenho da seleção inglesa na Eurocopa de 2022 e, além da Inglaterra, outras seleções como Alemanha, Espanha e França também tiveram destaque em campo. Assim, devido a essas performances, a jornalista Mariana Spinelli, da ESPN, nos contou como o campeonato europeu pode depositar expectativas sob algumas equipes:

“Primeiro que uma copa do mundo por si só já levanta muita expectativa, principalmente vindo da última copa de 2019 que foi um ‘boom’ muito grande por apresentar um nível de competitividade muito alto. Isso mexe na ordem de tudo que vamos ver na copa feminina, ainda mais pela proximidade das datas entre uma competição e outra. Então, a Euro apresentou qualidade técnica, qualidade individual e qualidade física, esse resultado da competição tem a questão psicológica, de empolgação, de caramba ‘olha o nível de futebol que estamos acompanhando’, o aspecto de quais seleções são favoritas, qual o ‘gap’ que existe entre elas? A Inglaterra está muito à frente, pois apresentou o físico, o técnico, a empolgação, a parte psicológica e anímica, quatro partes fundamentais do futebol, pontos que outras seleções também apresentaram em um nível muito alto, isso mexe na ordem do favoritismo.”

Dessa forma, a Inglaterra entra na competição como uma das equipes favoritas. Colhendo resultados desde de 2015, quando foi semifinalista da competição pela primeira vez, e com o terceiro lugar em 2019, as inglesas chegaram à semifinal do Mundial.

Estados Unidos

A seleção americana chega a Copa do Mundo Feminina de 2023 como uma das favoritas, visto que são as maiores e atuais campeãs da competição. Contudo, a equipe apresenta algumas preocupações, tendo em vista a lesão de Christen Press, a pós gravidez de Alex Morgan e a idade de Megan Rapinoe.

copa do mundo feminina

Jogadora Christen Press com joelho debilitado, andando com auxílio de muletas.
Reprodução / Instagram @christenpress

Em entrevista exclusiva para ESQUINAS, a comentarista do Sportv e co-fundadora do Dibradoras, Renata Mendonça, coloca que a questão da idade não desfalca completamente a equipe, devido ao constante surgimento de novos talentos no futebol feminino do país: “Quando a Wambach estava se aposentando, a Rapinoe e a Morgan já estavam surgindo. Por isso e por toda essa renovação que sempre acontece com novos talentos nos EUA, acredito que a seleção americana chegue de novamente como uma das candidatas ao título”.

Em relação a situação de Alex Morgan, a comentarista destaca a importância da jogadora na equipe: “A Morgan voltou da gravidez e ainda é crucial para esse time, uma exímia finalizadora, vide o golaço que fez contra o Brasil na She Believes Cup”.

Além disso, a comentarista destaca a jovem Catarina Macario, brasileira que se mudou para os Estados Unidos por falta de oportunidades de profissionalização no Brasil: “Macario foi para os EUA com 11 anos e lá teve a chance de se profissionalizar no futebol. Hoje, ela se destaca no Lyon e, se conseguir voltar da lesão no joelho, com certeza será uma das grandes estrelas para assistirmos nesta Copa do Mundo”.  

Por fim, Renata comenta sobre o favoritismo dos Estados Unidos, mas não o coloca como exclusivo: “Há mais candidatas ao título hoje do que havia em 2019, mas coloco EUA, Inglaterra, Alemanha e Suécia como as favoritas nessa disputa”.  

Editado por Ronaldo Saez

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