Raimundos foi uma das atrações no Centro da capital de São Paulo durante a Virada Cultural e criticou o fazer musical dos dias de hoje
Poucos nomes se equiparam ao de Raimundos no cenário do rock nacional. Com mais de trinta anos de carreira e uma sólida legião de fãs, o conjunto arrasta multidões para seus shows em todo o País. Em São Paulo, durante a Virada Cultural, não foi para menos. No domingo, a banda encerrou as apresentações no Palco Skate, no Centro da capital paulista. Antes, ao longo do fim de semana, subiram ali também atrações como Rael, Marcelo D2, Haikaiss, Cone Crew e Maneva.
A banda brasiliense de 1987 levou o público ao frenesi quando cantou seus maiores sucessos. “A Mais Pedida”, “Reggae do Manero”, “Me Lambe” e os clássicos “Mulher de Fases” e “Puteiro em João Pessoa” foram alguns dos hits que levaram a lotada Avenida Rio Branco ao completo êxtase.
Digão, Canisso e companhia tinham a responsabilidade de encerrar um fim de semana repleto de artistas de qualidade que passaram pelo Centro. Não desapontaram: souberam manter a energia da plateia em alto nível com juras de amor ao rock’n’roll e esbanjando jovialidade.
No maior estilo rockstar, o vocalista, Digão, levantou a bandeira “Business não” durante a apresentação. Antes de cantar “Deixa eu falar”, música que critica os grandes meios de comunicação e a indústria cultural. “A gente precisa de música feita com alma, música tem que vir da alma”, defendeu.
Após a queda de público em 2017, a Prefeitura de São Paulo tinha como principal desafio reconquistar as pessoas. Apesar da baixa temperatura, ela conseguiu. Cerca de dois milhões de pessoas foram, segundo a Secretaria de Cultura da cidade, apenas à região do Centro nos dois dias de festa. No total, o número ficou entre três e quatro milhões.
A multidão esquentou as ruas do Centro da cidade durante 24 horas de show ininterruptas. Raimundos encerrou a noite de domingo, fazendo ela pular e deixando um gostinho de “quero mais”.