11 filmes para sobreviver à adolescência - Revista Esquinas

11 filmes para sobreviver à adolescência

Por Danielle Amedore, Gabriela Vilela, Giuliana Purchio, Isabela Filardi, Júlia de Oliveira e Lívia Lee : fevereiro 19, 2019

Foto: Reprodução

Especialistas indicam longas que podem te ajudar a passar pelas crises típicas dessa fase

A adolescência é considerada um período complicado pelas suas descobertas. O sentimento de insegurança diante do primeiro beijo, da primeira relação sexual, da primeira nota vermelha ou daquela briga com o melhor amigo. “Falar sobre o ser humano, seja em qualquer fase, é falar também sobre crises existenciais”, diz a hebiatra Ana Carla Pinto. A hebiatria é um ramo da medicina especializado no atendimento de pacientes dentro da temporada adolescente.

Meire Damasceno, especialista em terapia analítico-comportamental, acredita que “nossas relações entram em conflito quando estamos em conflito com quem nós somos”. Essa confusão interna pode se ampliar para outros espaços. “É comum alunos, nas diferentes fases, procurem reconhecimento, popularidade e liderança dentro dos grupos sociais em que convivem”, afirma o coordenador pedagógico Paulo Berti.

Com a ajuda desses e outros profissionais, ESQUINAS separou 11 filmes que falam dessa época intensa com mais descontração.

Divertida Mente (2015)

Com a mudança para uma nova cidade, as emoções de Riley Andersen ficam extremamente agitadas. Após uma confusão na sala de controle do seu cérebro, a jovem garota deixa de sentir a Alegria e a Tristeza – sentimentos personificados que vivem dentro da cabeça da personagem –, o que resulta em crises existenciais. A Disney Pixar deu vida às sensações em Divertida Mente e mostrou que lidar com elas nunca é fácil, principalmente no período da adolescência. “É quando elas estão imprimindo a sua identidade para o mundo”, diz a psicóloga Simone Estácio. Ainda, ela explica que é nessa fase quando se faz certo distanciamento de tudo que se vive para selecionar o que de fato faz parte da personalidade. “Sentir-se angustiado com questões mais simples ou mais complexas é comum”, comenta. O ponto é não se desesperar nesses momentos.

Confissões de Adolescente (2014)

Este filme nacional conta a história de quatro irmãs – Tina, Bianca, Alice e Karina –, que vivenciam com humor e drama diversas fases típicas da adolescência. A mais velha Tina procura um emprego e questiona se deve pôr um fim em seu relacionamento de cinco anos. Já Bianca se descobre bissexual e tenta esconder seu relacionamento com uma outra garota. Alice quer perder a virgindade, mas ainda tem medo. Por fim, Karina quer ser menos tímida com meninos e dar, finalmente, seu primeiro beijo. O longa ensina que, apesar da conturbação, a adolescência pode ser uma das melhores fases da vida de muitos.

 

Extraordinário (2017)

Independentemente da idade, o primeiro dia de aula em um lugar novo é considerado sempre muito assustador. Que dirá August Pullman, personagem central de Extraordinário, um menino de 10 anos que nunca foi à escola. O problema é que Auggie, como é chamado pelos colegas e parentes, é diferente das outras crianças: sofre de uma doença rara que faz com que a aparência de seu rosto não seja das “melhores”. Com o apoio dos pais, da irmã Via e dos novos amigos Jack Will e Summer, Auggie ensina a todos que a gentileza e a amizade podem ser o melhor remédio contra o bullying. Afinal, como afirma a psicóloga Simone Estácio, “podemos construir situações que sejam saudáveis para todos coletivamente”.

 

Meninas Malvadas (2004)

Mesmo 15 anos depois de seu lançamento, Meninas Malvadas ainda é uma referência entre os filmes adolescentes e símbolo da cultura pop. Mudar de ambiente não é fácil: sair da zona de conforto, construir um novo ciclo de convivência e se adaptar a um lugar novo é uma missão cabeluda. Quando isso acontece na adolescência, as coisas podem piorar. E é sobre isso que o longa trata. Cady Heron retrata o que é se sentir um peixe fora d’água. Mais do que isso, a personagem mostra as dificuldades de ser aceita em um novo ambiente. Como lição, Cady mostra que não vale a pena colocar tudo a perder só para ser aceito. É um roteiro que se encaixa na vida de muita gente.

Sociedade dos Poetas Mortos (1990)

O mais antigo desta lista, este drama é outro filme que se passa durante o ensino médio, auge da adolescência. Sabe representar o medo constante do futuro e a bagunça de dúvidas e incertezas que esse temor pode provocar. Quando um novo professor ingressa na Academia Welton e instiga seus alunos a pensar além, os estudantes passam a refletir sobre si mesmos e a mudar o mundo criando revoluções a partir de suas próprias existências. O colégio é considerado uma das melhores escolas secundárias dos Estados Unidos e, a partir da leitura de poemas, a turma encontra novos interesses, vocações e possibilidades quando escrevem o amanhã com as próprias mãos.

Com Amor, Simon (2018)

Simon Spear passou a vida inteira evitando expor sua homossexualidade e agora tem que lutar para que o seu segredo não seja revelado por outra pessoa – além de tentar descobrir a identidade do misterioso Blue, um crush anônimo virtual. “O medo de não ser aceito pode atrapalhar na hora de se aceitarmos e se assumir para o mundo”, diz a psicóloga Simone Estácio. Para ela, o melhor jeito de superar esse medo é com o apoio da família. Já o coordenador pedagógico Paulo Berti, seguindo a linha de sua profissão, afirma que cabe às escolas “promoverem a discussão e um ambiente de tolerância, para que o respeito e a aceitação sejam a regra, não a exceção”. É fácil se identificar com Simon.

O Mínimo para Viver (2017)

“Muitos conflitos e doenças são gerados nessas pessoas que se sentem rejeitadas pelos seus. Passam a odiar a própria imagem no espelho e enfrentam uma luta diária por mudanças que podem custar a própria vida”, comenta a psicóloga Meire Damasceno. Durante a adolescência e juventude, o corpo passa por muitas mudanças, inclusive de peso. Mas a relação com a própria aparência pode ser um problema para algumas pessoas. É o caso de Ellen, uma menina de 20 anos que enfrenta uma anorexia nervosa e que já passou por diversas clínicas de tratamento. A situação muda quando ela conhece William Beckham, um médico que usa de métodos alternativos para ajudar jovens com transtornos iguais aos de Ellen.

As Vantagens de Ser Invisível (2012)

É no contexto da adolescência que se encontra Charlie: ele aprende a lidar com questões como o primeiro amor, a perda de um amigo, dificuldades escolares e, principalmente, com suas questões internas. Ao longo do filme, o apaixonante trio composto por Charlie, Sam e Patrick ensina a buscar a felicidade de uma forma livre e diferente, tentando entender traumas passados. “Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos”, diz o filme.

Sexta-Feira Muito Louca (2003)

Manter uma boa relação com os pais é outra questão complicada durante a adolescência. No filme, Anna e sua mãe Tess brigam constantemente, sem conseguirem se entender. De repente, acordam com os corpos trocados e passam a ver as coisas pelo ponto de vista da outra. Divertido e engraçado, o filme tenta dar luz às relações entre pais e filhos.

Mulan (1998)

Em um dos clássicos da Disney, Mulan é uma jovem chinesa que é preparada para sua vida de casada, mãe e dona de casa. Tinha o destino escrito em função de trazer honra à família. Mas nunca foi seu objetivo se encaixar nos padrões da época. A personagem se disfarça de homem para impedir seu velho pai de lutar na guerra, e sua coragem, persistência e força passam por cima da construção social da mulher frágil, feminina e incapaz.

Tomboy (2012)

Enfrentar a adolescência é barra pesada, imagine quando a pessoa não se identifica com o próprio gênero. O filme capta de forma comovente essa conversão da menina Laure para o menino Michaël e todos os impactos que essas mudanças causarão em sua vida, inclusive na relação com seus amigos e colegas. “Crianças e jovens passam grande parte de seu tempo dentro do ambiente escolar, daí decorre a oportunidade de orientação, acolhimento e amparo no que diz respeito aos temas relacionados ao corpo e suas transformações”, explica Paulo Berti.