Com curadoria e idealização da própria Björk, a exposição no Museu de Imagem e Som, que mistura tecnologia e música, encerra neste domingo (18) em São Paulo
Partindo da capital paulistana, Björk Digital será exibida no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. A mostra que estreou em 2016 em Sydney e passou em países como Tóquio e Barcelona está no Brasil desde junho. Com produção do Manchester International Festival (MIF), a exposição mescla realidade virtual e músicas da cantora que revelam eventos de sua vida pessoal.
A escolha do museu não se deu por acaso. “Havia um flerte entre Björk e a instituição, já que acreditamos que ela tem tudo a ver com o universo da imagem e do som”, comenta um dos funcionários do Museu de Imagem e Som de São Paulo (MIS-SP). Björk Digital ocupa dois andares: o primeiro, destinado unicamente ao álbum Vulnicura (2015), com interação através de óculos de realidade virtual, e no segundo andar, a exposição se baseia no álbum Biophilia (2011) e em outras músicas de Björk.
O primeiro piso mostra, em ordem cronológica, as faixas musicais do álbum Vulnicura, que trata sobre o fim do relacionamento entre a cantora e o artista plástico Matthew Barney. As músicas Stonemilker, Black Lake, Mouth Mantra, Quicksand e Familye Notget acompanham a vida amorosa de Björk e são transformadas em experiências únicas para o público com o uso da realidade virtual. A imersão e proximidade chega em seu ápice em Mouth Mantra, que ao contar um período complicado para Björk – é impossibilitada de cantar após um procedimento cirúrgico – o clipe se passa dentro da boca da cantora. Com temáticas intensas que giram em torno da saúde e doença, rompimentos e esperança e idas e vindas, misturadas com a realidade virtual, é comum pessoas sentirem tudo à flor da pele e saírem nauseadas.
No segundo andar, a tecnologia permanece embora sem os óculos. O participante pode jogar no tablet um aplicativo baseado no álbum Biophilia. O projeto é foi inserido no circuito nacional de educação da Islândia, país de origem da cantora. Além disso, há a sala Cinema, em que são passados duas horas de videoclipes de Björk, contendo o clipe inédito de Tabula Rasa de seu último álbum Utopia (2017).
Björk Digital promete mais que uma mera exposição e cumpre com o prometido. “A realidade virtual não é apenas uma continuidade natural do videoclipe, mas tem um potencial dramatúrgico ainda mais íntimo, ideal para esta jornada emocional ”, declara Björk no site do MIS-SP. Utilizando as artes visuais e a música, Björk Digital leva o público através de uma viagem imersiva pela vida da cantora.