Exposição recria os bastidores da carreira do cineasta Alfred Hitchcock
Na segunda semana deste mês de julho, foi aberta a exposição “Hitchcock – Bastidores do Suspense”, que narra a trajetória do diretor de cinema Alfred Hitchcock. Os supersticiosos podem desconfiar do episódio, já que a inauguração ocorreu, ironicamente, em uma sexta-feira 13. A mostra acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS) com curadoria de André Sturm, atual secretário da Cultura da cidade de São Paulo, cineasta e ex-diretor do MIS. Sturm foi responsável também por outras exposições no espaço, como “À meia-noite levarei sua alma” (2015), sobre a trajetória de Zé do Caixão, e “Silvio Santos vem aí!” (2016), que retrata momentos da vida do apresentador do SBT.
Alfred Joseph Hitchcock nasceu em Londres em 1899. Iniciou a carreira como escritor de letreiros para filmes mudos e, em 1925, dirigiu o primeiro de seus 53 longas-metragens. Nas suas produções iniciais, abraçou o melodrama e a comédia, migrando aos poucos para enredos mais misteriosos, que o consagraram como “Mestre do Suspense”. Com seu humor negro e sua personalidade distinta, o diretor se transformou em uma figura icônica para o cinema, batizando um adjetivo próprio de sua técnica cinematográfica.
A exposição apresenta 17 filmes selecionados que reconstroem a trajetória das cinco décadas em que atuou como cineasta. Traz sua passagem do cinema mudo ao sonoro, do preto e branco ao colorido, desde as obras rudimentares aos grandes clássicos da cultura pop, como Psicose e Janela indiscreta. A ideia proposta é que os visitantes possam conhecer as produções cinematográficas “por trás das cortinas”, passando por cada filme como se estivessem nos bastidores da produção. Paredes de madeira compensada, luzes e câmeras sustentam a imersão dos que passam de um cenário para outro. Para aumentar a sinestesia, o MIS estimula que os visitantes acessem uma playlist gratuita no Spotify que apresenta informações acerca do cineasta e trilhas sonoras de suas produções.
Apesar das estratégias do museu para proporcionar uma experiência interativa, há quem diga que, se comparada às anteriores, a mostra pesa em conteúdo, mas é rasa em interação. “Aqui tem muita informação, muito conteúdo, muito pôster, fotos dos bastidores, e é lógico que está muito bacana. Mas na do [Stanley] Kubrick, por exemplo, cada ambiente estava mais elaborado”, apontou Cristiano, de 45 anos, um assíduo fã de Hitchcock que visitava a exposição.
Surgem algumas sugestões. Caroline, de 31 anos, por exemplo, visitou o museu com a mãe e a irmã mais nova e acha “que poderia ter um guia, ou audioguia, que pudesse resumidamente contar um pouco. Isso ajudaria e até deixaria a exposição um pouco mais rápida”. Ainda assim, a exposição não desaponta: sendo bem recebida não somente pelos amantes da sétima arte, mas também pelos que não estão familiarizados com este universo. “Está bem detalhada toda a parte histórica dele e a linha do tempo de filmografia. Eu achei muito legal”, completa Caroline.
A mostra pode ser conferida até dia 21 de outubro no MIS, na Avenida Europa, zona oeste da cidade de São Paulo. As visitas acontecem de terça-feira a sábado das 10h às 20h e, aos domingos e feriados, das 9h às 18h. Os ingressos custam a partir de seis reais.