Um tributo a Woodstock - Revista Esquinas

Um tributo a Woodstock

Por Maê Montagno : março 22, 2019

Foto: Divulgação

Com o cinquentenário do lendário festival de música chegando, uma edição de aniversário acontecerá em agosto deste ano; veja o line-up completo

O espírito liberal e contestador pairava no olhar de jovens exaustos. Eles estavam cansados do discurso patriota e armamentista de um Estados Unidos conservador. Era final da década de 1960, e o ideal da contracultura acendeu para dar voz a uma geração de transgressores: os chamados hippies. Cinquenta anos depois, um festival ressurge em busca dessas propostas para os dias de hoje – mas terá o mesmo efeito que teve antes?

Totalmente contrário aos valores tradicionais e cansado da guerra, esse grupo manifestava a favor da liberdade e progresso individual. Influenciados também pela arte e música de denúncia, eles acreditavam ter o dever de mudar o mundo, e rápido. Assim, o Festival de Woodstock surge, em 1969, justamente como uma forma de celebrar os valores da juventude. Era uma maneira pacífica de transgredir, pois chegariam à paz e disseminariam a contracultura a partir da música e da união entre si. “Ei, todo mundo, / Vamos dar uma mão / Porque não há amanhã / A menos que nós tomemos uma posição”, canta Santana, um dos representantes desse movimento, em Peace on Earth. Para eles, a revolução dos jovens chegaria até os ouvidos dos políticos e, talvez assim, injustiças e violência acabariam.

Os três dias do festival entraram para a história da música e foram um marco para o movimento contracultural

De acordo com o documentário Woodstock – Três Dias de Paz, Amor e Música, foram três dias de show com 32 dos “artistas mais conhecidos do momento”. Dentre eles havia Janis Joplin e Jimi Hendrix – os principais representantes e influências do movimento hippie. Estima-se que mais de 400 mil pessoas acamparam no lugar, muito mais do que a estrutura do festival permitia, transformando a fazenda em Bethel, em Nova York, em uma área de ‘’calamidade pública’’.

Entre músicas, muitas drogas e sexo, Woodstock foi um completo choque para o contexto social da época. De um lado tudo era tabu; do outro amor, psicodelia pelas drogas e sexo eram considerados livres – e de prazeres imensuráveis. Mesmo polêmico, o desencadeamento pós-festival influenciou na libertação das décadas seguintes, tanto cultural quanto politicamente. Afinal, deixou-se claro a influência da música e arte na vida e desenvolvimento dos jovens.

Cinquenta anos depois, uma nova edição do festival está por vir. Nos dias 16, 17 e 18 de agosto deste ano, artistas como Robert Plant, Miley Cyrus e The Killers irão se apresentar para um público diferente do original. Desta vez, a fazenda de Bethel ficou em segundo plano, e o Woodstock 50 acontecerá na cidade de Watkins Glen, também em Nova York.

O line-up da comemoração aos 50 anos do festival
Reprodução

Nesta celebração a um dos maiores festivais da história, há o apoio às causas sociais e ambientais, visando participação do público para doações e engajamento. Entre as organizações e movimentos do festival, estão a HeadCount (que trabalha com músicos para promover a participação na democracia americana) e o March For Our Lives (movimentação de estudantes do país contra a violência por armas dentro das escolas). No contexto atual, um tributo a Woodstock propõe o sustento da essência libertária e demonstra a união da juventude ainda ocorre pela música.