Da década de 60 aos dias de hoje: confira propagandas que marcaram gerações - Revista Esquinas

Da década de 60 aos dias de hoje: confira propagandas que marcaram gerações

Por Beatriz Magalhães Castilhone, Bruno Neves Giusti, Julia Kioko Esaki e Luiz Octavio Rodrigues dos Santos : dezembro 11, 2023

Quando uma propaganda é bem elaborada, os anos passam e elas ainda são lembrada. Foto: Pexels/Jose Francisco Fernandez Saura

Jingles marcantes, cores chamativas e linguagem simples; conheça as propagandas publicitárias mais memoráveis de cada época, segundo publicitários

Há controvérsias sobre a data exata do surgimento da publicidade, já que a ideia de anunciar produtos para aumentar as vendas existe desde o nascimento do comércio. Os egípcios antigos já usavam da técnica de anunciar informações sobre determinados produtos em papiros ou cartazes. Alguns estudiosos afirmam que a publicidade surgiu junto com a prensa, em 1430. Outros acreditam que a publicidade surgiu em 1650, na Inglaterra, pois lá os jornais tinham um espaço dedicado aos anúncios e propagandas, com um limite de seis anúncios por edição. 

Independente da data, uma coisa é certa, as técnicas publicitárias foram se aprimorando e se reinventando com o passar do tempo. Porém, quando uma propaganda é bem elaborada, os anos passam e ela ainda é lembrada, levando muitas marcas a se tornarem “Top of Mind”, termo publicitário utilizado para descrever a marca que é a primeira a vir na mente dos consumidores, como é o caso da maisena, na categoria amido de milho, ou bombril, na categoria palha de aço.

ESQUINAS entrevistou três publicitários: Fabiano Assanuma, Bruna de Crecci e Jeniffer, a fim de saber quais propagandas eles consideram mais marcantes e emblemáticas, separadas por três períodos: de 60 a 70, de 80 a 90 e de 2000 até 2020.

Propagandas da década de 60 a 70

“A saga de Urashima Taro” – Varig, 1960

O comercial, uma animação de um minuto, conta a história de Urashima Taro, um pescador japonês que salva uma tartaruga que, em agradecimento, o leva até um reino encantado, o Brasil. Já na velhice, ele sente saudades de casa e ganha de uma sereia uma caixa com uma passagem, da companhia Varig, para Japão. O comercial termina com uma narração masculina dizendo: “Do Brasil ao Japão, via Varig”. A propaganda foi feita na época em que a empresa aérea Varig começou a realizar voos do Brasil ao Japão.

“Quem bate? É o Frio” – Pernambucanas, 1962

Com 33 segundos, o comercial é uma animação em preto e branco, acompanhada de um jingle simples e animado. A propaganda termina com uma narração em voz masculina dizendo: “Casas Pernambucanas, onde todos compram lãs, flanelas e cobertores”, reforçando a mensagem de que o frio do inverno vai passar despercebido por quem comprar nas Casas Pernambucanas. 

“Controle de pragas” – DDDrin, 1970

Com 50 segundos, o comercial também é uma animação. A propaganda mostra diversos insetos fazendo ‘festa’ na casa, além de destacar traças comendo roupas e pernilongos picando crianças. O jingle animado lembra as baladas disco dos anos 70 e a letra chiclete gruda na cabeça: “nessa festa preciso por um fim, vou chamar DDDrin”.

Propagandas da década de 80 a 90

“Hitler” – Folha de São Paulo, 1987

O filme publicitário, com duração de um minuto, mostra uma imagem branca com pontos pretos, enquanto uma narração masculina fala sobre as supostas boas ações de um homem, como: recuperar uma nação destruída, devolver o orgulho ao seu povo, fazer o PIB crescer em 102% e o fato dele adorar música e pintura. No final, os pontos pretos se unem e formam a imagem de Adolf Hitler. A narração continua dizendo: “é possível contar um monte de mentiras, dizendo só a verdade. Por isso é preciso tomar muito cuidado com a informação e o jornal que você recebe. Folha de São Paulo, o jornal que mais se compra e o que nunca se vende”. 

Na cama com pijama” – Honda, 1994

A propaganda, de 30 segundos, apresenta um homem em um fundo preto cantando uma música sobre sua rotina: colocar o pijama, ir para cama e dormir “na cama com pijama”. Ele repete isso, até que no final há uma narração em voz masculina dizendo: “a vida tem que ser mais que isso” e aparece a logo da Honda, com o slogan da campanha “toda emoção do mundo”.


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Propagandas de 2000 a 2020

“Retratos da Real Beleza” – Dove, 2013

O comercial fez parte de uma campanha da marca Dove. Existem duas versões, a mais curta, com duração de três minutos, e a versão estendida, com seis minutos. A propaganda mostra mulheres entrando em um espaço similar a uma galeria de arte. Elas sentam atrás de uma cortina e o artista forense, Gil Zamora, começa a fazer perguntas sobre como elas se descreveriam. Depois, entram pessoas aleatórias, que tiveram contato com essas mulheres, e ele faz as mesmas perguntas. No final, as mulheres que foram inicialmente entrevistadas voltam e veem os ois dois desenhos feitos pelo artista. O filme termina com a mensagem: “você é mais bonita do que pensa” e a logo da marca Dove.

“Quem bate? É o frio” – Pernambucanas, 2019

Com duração de 33 segundos, a Pernambucanas reforçou sua imagem no mercado, trazendo uma versão atualizada do mesmo comercial que foi ao ar há 60 anos. É uma animação, ainda em preto e branco, mas em 3D, com a incorporação de elementos modernos, por exemplo: na propaganda de 60, a avó era vista tricotando, já na versão de 2019, a avó está usando um smartphone. A propaganda termina com uma narração masculina, que diz: “Casas Pernambucanas, onde todos compram. Faz parte da memória. E da família”, trazendo uma sensação de nostalgia. 

“Under Pressure” – Baby Dove, 2022

O filme, de um minuto, traz a música “Under Pressure”, da banda Queen, cantada por uma voz feminina e em uma melodia mais suave. A propaganda mostra cenas de mães lidando com o processo do puerpério, trazendo imagens do leite vazando na roupa, o bebê acordado chorando na madrugada e o cansaço da mãe. Depois, o comercial mostra a mãe com seu filho abraçado, sorrindo. No final, há uma mensagem: “a pressão pós-parto afeta 7 em cada 10 mulheres. Baby Dove faz parceria com o apoio internacional pós-parto para ajudar mais mães a lidar com a pressão pós-parto.”

Editado por Mariana Ribeiro

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