Revista Cásper: como funciona uma revista impressa? - Revista Esquinas

Revista Cásper: como funciona uma revista impressa?

Por Anna Clara Godoy, Maria Eduarda Kabzas, Mariana Ribeiro e Felipe Sales : maio 30, 2023

Foto: Freepik

Você sabe como funciona uma revista impressa? Esquinas acompanhou uma semana de trabalho da Revista Cásper e traz algumas curiosidades do dia a dia em uma redação

A Revista Cásper surgiu como um produto que visava unificar as publicações de cada coordenadoria dos quatro cursos da Faculdade Cásper Libero (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, e Rádio, TV e Internet). No seu início, há mais de dez anos, cada um dos cursos era responsável por uma publicação própria. Entretanto, com o passar do tempo, a direção da faculdade decidiu investir em um modelo que representasse os quatro cursos. Criando assim uma única diretoria, a qual, atualmente, é coordenada pelo professor Eduardo Nunomura, mais conhecido como Nuno.

A Revista

Focada em comunicação, a revista educacional da faculdade conta com publicações quadrimestrais e sempre procura trazer temas inovadores e atuais sobre o mercado de trabalho e sobre o vasto universo das mídias. Inicialmente, a revista se mantinha somente pela versão física. Atualmente, ela conta também com um site e com uma conta no Instagram na qual as matérias são publicadas esporadicamente após o lançamento da edição física. Uma curiosidade é que a revista impressa faz uso do papel pólen. Durante a entrevista, Nunomura aponta que é o mesmo papel que a Revista Piauí utiliza, um dos maiores veículos impressos atuais em circulação no país.

“Ela sempre foi impressa. Antigamente, a periodicidade era flutuante, variava de meses para bimestres ou quadrimestres. Eu assumi como editor-chefe em 2016/17, foi quando definimos que ela teria uma periodicidade quadrimestral, três edições por ano: uma inaugural, que todo calouro recebe, outra em maio, que coincide com o aniversário da Cásper Líbero e, por fim, a edição de final de ano em setembro.” Sobre o recente formato on-line, o editor-chefe conta que o site está sendo reformulado no momento “justamente para unificar todos os conteúdos de modo mais padronizado”, explica Nuno.

Como toda revista, a Revista Cásper conta com colunas fixas presentes em todas suas edições. Uma delas, a intitulada “Giro Pelo Mundo”, conta com várias pequenas colunas que trazem tópicos do mundo todo. Por possuir um caráter enfático nas ‘notícias do momento’, os redatores costumam escrevê-la por último, para que consigam noticiar pautas quentes que continuarão fazendo sentido dentro dos objetivos da coluna, durante os quatro meses de duração da edição. A coluna “Portfólio” também é fixa, em cada edição, apresenta histórias de um fotógrafo brasileiro, através de fotos e entrevistas.

Para a produção da revista, quatro monitores-alunos cuidam da redação, edição e diagramação. Como diagramadora e editora geral de arte, Ana Andolfo (21), do quarto ano do curso de Publicidade e Propaganda, é quem cuida de toda a diagramação da revista, assim como da edição de  todas as artes que vão para o post do Instagram. Recentemente, ela passou também a  escrever pautas. Dentro desta próxima edição, estão previstas duas pautas escritas por ela. Chico Stefanelli (38), estudante do segundo ano de Jornalismo, também é responsável pela edição de arte da revista.

Já na área da redação e edição de texto, Marina Fornazieri (19), do terceiro ano de Jornalismo, e Gabriel Serpa (32), também do terceiro ano de Jornalismo, são os encarregados pela maior parte da produção das pautas e dos textos. Os monitores escrevem predominantemente de forma individual. Entretanto, eventualmente eles produzem pautas em conjunto ou até mesmo com o editor-chefe Nunomura.

Atualmente, a revista está passando por algumas modificações. É esperado que, a partir da próxima edição, a #34, os alunos também participem da produção dos textos. Para Nuno, “quanto mais colaboração, melhor”. Gabriel conta que enxerga essa medida como uma maneira de aproximar o estilo da Revista Cásper com o da Revista Esquinas (revista laboratorial da faculdade), no quesito das colaborações. Ele também afirma que ainda não possuem um modelo concreto e único para essas contribuições. Por ser algo novo, ainda estão experimentando e estudando a melhor forma das colaborações acontecerem. Para a edição que está sendo escrita no momento, os editores criaram estratégias que apontam todas as pautas disponíveis para colaboração. Dentro do modelo, os alunos de todos os anos e cursos da faculdade poderiam apontar suas pautas de interesse e maneiras que poderiam contribuir para sua formação, através da escrita, edição, diagramação, entre outras possibilidades. É importante pontuar que essa é uma demanda da Cásper mas também do próprio Ministério da Educação e Cultura, tendo em vista o novo modelo de grade curricular, que passou a ser implementado para os alunos de primeiro ano.

“A revista é muito inteligente. Ela reflete, pensando o tempo todo no que é a comunicação, estando muito sintonizada com os dias de hoje. É algo que nos diz respeito, de modo geral, e queremos falar sobre isso com um grau de profundidade em várias camadas.” diz Nunomura.

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O processo criativo e editorial

Dentro Revista Cásper, cada monitor tem uma função, porém, a colaboração e a ajuda de todos é notável na produção do conteúdo. Desde a ideia de pauta até o momento da diagramação, os membros do núcleo editorial são solícitos uns com os outros.

Tudo começa na reunião de pauta, um momento decisivo para a criação da próxima publicação. Nessa reunião, todo mundo participa e todas as sugestões são ouvidas, umas são descartadas e outras são levadas à frente, mas isso não significa que as pautas descartadas não serão mais cogitadas, muitas vezes elas poderão ser usadas em edições seguintes.

Esquinas acompanhou os editores de texto, Gabriel Serpa e Marina Fornazieri, durante a escolha de uma pauta, algo complicado, já que a revista é quadrimestral. Isso demanda que o tema seja relevante agora, daqui a quatro meses e até à edição seguinte. Depois de escolhido, o tema passa pela aprovação do editor-chefe, Eduardo Nunomura. Se a escolha for aprovada, Gabriel e Marina começam a planejar como o tema será abordado e quais fontes eles poderão chamar para entrevistas. A pauta também passa por pelo menos três editores até chegar à sua versão final, antes de ir para a diagramação.

Nada na revista é publicado sem o consentimento do editor-chefe, sendo ele responsável também pela modificação e aperfeiçoamento da publicação, uma função que demanda experiência e olhar crítico.

Quando a revista fica pronta, com todas as matérias feitas e aprovadas pelo editor-chefe, chega a hora de fazer o “espelho”, que é decidir a ordem da revista. Depois de feito, eles mandam para a gráfica e a revista é impressa em papel pólen, dando um charme especial para a publicação. Depois de impressa, a gráfica disponibiliza um “boneco”, que é uma edição usada como teste para saber como ficará a versão final. Se tudo estiver de acordo com o que o pessoal do núcleo de edição queria, a gráfica imprime todas as revistas, se precisar modificar algo, eles avisam a gráfica e ajustam os detalhes.

Além do conteúdo impresso, a revista conta também com uma versão digital, além das redes sociais. A diagramação do site é a mesma da versão física, mudando somente a forma de acesso. A versão digital só é publicada depois do lançamento da versão física.

Depois de cumprido esse rigoroso passo a passo, a edição mais recente da Revista Cásper é enfim publicada para leitura e apreciação de estudantes, docentes e funcionários. O modelo editorial do veículo, enfático em questionamentos acerca do uso da comunicação enquanto instrumento social, reflete a proposta vanguardista da faculdade na área. Essa é uma das razões pelas quais os diagramadores planejam expandir o público-alvo das publicações futuramente.

“A gente acha que essa revista extrapola a Cásper porque, apesar do nome institucional, os assuntos são tão bons e tão variados que o público geral poderia consumi-los.  A projeção da própria faculdade, com a nova direção, é tentar fazer com que ela expanda seus horizontes”, conclui Nunomura.

Editado por Mariana Ribeiro

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