Jogadores do elenco que levantou a Taça do Mundo em 1994 receberam troféus personalizados ao final da premiação realizada pela TV Gazeta
Em evento exibido na noite deste domingo, 15, a TV Gazeta premiou os melhores jogadores da temporada do futebol brasileiro. O Troféu Mesa Redonda, premiação realizada anualmente, chegou em sua 21ª edição e contou com a presença de diversos jogadores e ex-jogadores.
O evento, porém, teve um capítulo especial em seu encerramento. Em homenagem aos 30 anos da conquista da Copa do Mundo de 1994, 10 ex-jogadores (Zetti, Cafú, Márcio Santos, Ricardo Rocha, Ronaldão, Dunga, Mauro Silva, Zinho, Muller e Paulo Sérgio) e o chefe de segurança da delegação à época (Moisés de Lima) subiram ao palco e receberam os aplausos dos presentes no auditório da Fundação Cásper Líbero.
A homenagem começou com um vídeo gravado por Carlos Alberto Parreira, técnico daquela seleção tetracampeã do mundo, escalando os ex-jogadores presentes no evento e citando a importância do espírito de união naquele grupo. “Nós fazíamos várias reuniões, mas eu lembro dos jogadores me falando: nós vamos ganhar como um grupo, como um time, ninguém vai ganhar sozinho”, disse o ex-treinador, que recebeu o prêmio em sua casa.
O ex-zagueiro da seleção, Márcio Santos, foi outro que destacou a união do elenco em 1994. “Eu sempre comento isso, a união que a seleção tinha pra mim foi o mais marcante. Eu trabalhei em vários clubes, mas nunca vi um grupo mais unido do que esse”, comentou após receber a homenagem.
Moisés de Lima, chefe de segurança da delegação em 1994 e responsável por “proteger” a taça conquistada em solo americano, também garantiu a proximidade do elenco até os dias de hoje. “Quero dizer pra vocês que esse grupo não tem vaidade, aqui nós somos uma família.”
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Mesmo com as comemorações, a atual fase da seleção brasileira não deixou de ser pauta. Na zona mista do evento, os resultados decepcionantes do elenco treinado por Dorival Júnior foram citados diversas vezes. Ricardo Rocha, ex-defensor do grupo campeão nos Estados Unidos, comentou sobre a atual fase da amarelinha. “Bons jogadores a gente tem, o que a gente precisa é demonstrar isso na seleção, ela não tem um equilíbrio jogo a jogo, falta esse equilíbrio, essa constância”. O ex-atleta completou citando as constantes críticas sofridas pelo grupo de 2024. “A crítica às vezes é muito forte, mas ela tem que existir”.
Outro que citou as críticas durante o evento foi Dunga, capitão do time de 94, o ex-jogador foi sincero em relação ao tratamento da imprensa com a seleção atual. “Tem coisas que acontecem na nossa vida que a gente não gostaria que acontecesse, o que importa é como reagimos. A crítica faz parte do processo. Ninguém nasce pronto”.
Para Zinho, atual comentarista da ESPN e integrante na convocação de 1994, a nova geração terá um papel fundamental na retomada dos bons resultados do futebol brasileiro. “Com o talento que a gente tem, com a qualidade, precisa se organizar e montar um time. A gente tem bons jogadores, mas ainda não está montada uma espinha dorsal, uma equipe sólida, pronta. Mas nós temos a matéria-prima, o material. Nós temos ótimos jogadores. Precisamos juntar esses ótimos jogadores e tornar um ótimo time”. O ex-jogador ainda comentou sobre a importância dos mais veteranos nesse contato com os estreantes. “É recebê-los, deixar o ambiente mais leve para eles, mostrar os caminhos. E com o talento desses jogadores jovens, eles representando bem, vestindo a camisa da Seleção Brasileira. A importância que é ser jogador de seleção brasileira, eu acho que esse é o caminho. Então os mais experientes, vamos dizer assim, podem mostrar pra eles qual é o caminho”.