Supla na Cásper? Confira como foi a gravação - Revista Esquinas

Supla na Cásper? Confira como foi a gravação

Por Júlia Tuma e Mariana Ribeiro : outubro 20, 2022

Cartaz anuncia "Gravação" ao lado de imagem do Supla. Foto: Nathalia Jesus

O anúncio de que Supla estaria na Cásper mobilizou os alunos da faculdade. Confira como foi a gravação nesta quarta-feira, 19

Nesta terça-feira, 18 de outubro, diversos cartazes foram espalhados nos corredores da Faculdade Cásper Líbero com o anúncio de uma “Gravação”. Em seguida, uma foto do cantor Supla. Abaixo, informações detalhadas sobre o evento: “Estúdio 3, 4º andar, 19/10, 13:00- 14:00; Contamos com sua presença”. A possível visita de Supla na Cásper logo repercutiu entre os alunos. 

No dia seguinte, 19 de outubro, quarta-feira, formou-se uma fila de aproximadamente 20 casperianos em frente ao estúdio de TV 3. Um suspense pairava entre os alunos que ali estavam para conhecer o papito. Um burburinho tomava conta da fila: “Será que o Supla vem mesmo?”. 

Pontualmente, às 13 horas, como avisava o cartaz, Gabriel Nereu, 20, aluno do terceiro ano de RTVI, saiu do estúdio perguntando se poderia gravar quem estava na fila. “Faz parte do projeto, as gravações vão para as redes sociais do convidado”. Todo mundo topou. Gabriel avisou também que, a pedido do convidado, só seria permitida a entrada de um aluno por vez. “Ele é muito reservado”, dizia. 

Um mix de ansiedade e curiosidade estava no ar. Os primeiros alunos entraram, passaram não mais que cinco minutos e saíram do estúdio de gravação. Ao sair, nenhuma expressão facial aparente, apenas silêncio.  

Dentro do estúdio, o clima era diferente dos ânimos aflorados da fila: silêncio, serenidade, câmeras ao redor de uma mesa, cadeiras, microfones e um aluno. Mas, cadê o Supla?  

– Qual seu nome? Perguntava o aluno a quem entrava no estúdio. Após a resposta, silêncio. Em certo momento, o aluno saia da sala e depois de alguns minutos voltava: “Pronto, não contém nada pra ninguém lá fora, por favor”, finalizava. 

Não, o Supla não veio. 

supla na casper

Foto: Julia Tuma / Revista Esquinas
Julia Tuma / Revista Esquinas

O aluno dentro do estúdio era Rodrigo Nava, estudante de RTVI e dono da ideia inusitada. “O trabalho era da disciplina Direção de Atores, do professor Marcelo Soler”, conta Nava. “Precisávamos produzir e executar uma pílula documental de tema livre, a minha ideia era trabalhar a forma como as pessoas reagem ao silêncio”, explica. 

Rodrigo afirmou que seria um desafio juntar pessoas aleatórias dispostas a participar do projeto. Houve, então, a ideia de espalhar pela faculdade cartazes anunciando uma gravação com a foto do cantor Supla. “Mesmo que em nenhum momento fosse referenciado que a gravação era com o Charada Brasileiro, os cartazes acabaram gerando um certo alvoroço pela faculdade”, conta. 

O aluno finaliza comentando que ficou surpreso com o número de pessoas que apareceram em busca do cantor e agradece a colaboração dos participantes em seu projeto. 

Para Iara Souza, advogada especializada em direito do consumidor, a iniciativa de Rodrigo não está em desacordo com o código de conduta previsto para fins de propaganda.

“Houve apenas propaganda de cunho social, pois o intuito dos alunos era a divulgação do experimento, sem fins lucrativos. Para o Código de Defesa do Consumidor, a responsabilidade do organizador somente seria possível, se daquela propaganda os alunos tivessem um intuito comercial”, pondera Souza. “Foi divulgado somente a imagem do cantor, sem a informação de que ele estaria ali. O próprio Código Civil, no artigo 20, dispõe que o uso de imagem não fere o direito da pessoa pública, desde que não haja objetivo de lucro ou quando a mensagem não fere a honra de sua imagem”, completa a advogada.

Enzo Fiori, aluno do primeiro ano de Jornalismo, relata que se surpreendeu ao não encontrar o cantor Supla. “Eu estava bem animado, como ele é um cantor acessível eu realmente pensei que ele viria, mas entrando no estúdio aconteceu algo totalmente diferente, uma quebra de expectativa”, comenta.  

Enzo diz que, no início, não conseguiu compreender o que estava acontecendo. “Dentro do estúdio eu não sabia o que fazer e então fiquei quieto, só olhando tudo”. O aluno comenta que acreditou se tratar de uma pegadinha e somente no final entendeu que tudo fazia parte de um projeto documental.   

Não, o Supla não veio.  

Editado por Juliano Galisi

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