Haddad ou Tarcísio: compare as propostas dos candidatos a governador para o centro expandido de São Paulo - Revista Esquinas

Haddad ou Tarcísio: compare as propostas dos candidatos a governador para o centro expandido de São Paulo

Por Daniela Clivatti e Fernanda Alves    : outubro 20, 2022

Foto: Alan Santos/PR

Confira as propostas de Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas para a infraestrutura da região da Paulista e centro expandido de São Paulo

Próximo ao segundo turno das eleições, é mais necessário do que nunca rever os projetos dos candidatos que disputam o cargo de governador do Estado de São Paulo. Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) se enfrentam na corrida ao Bandeirantes e batalham pela preferência do eleitorado em uma campanha de ânimos acirrados.   

Qual é, afinal, o papel concreto que o governador tem no nosso cotidiano? E quais são as propostas de cada candidato para a região da Paulista e centro expandido de São Paulo? Nesta reportagem, ESQUINAS dissecou os projetos de governo em disputa a partir do recorte de infraestrutura para essas regiões.  

O governador no dia a dia  

A eleição para o governo do estado nos remete ao modo de organização política do Brasil. Adotamos o federalismo como forma de governo, ou seja, os municípios, os estados e o Distrito Federal atuam de maneira relativamente autônoma. Dentro desta federação, as responsabilidades para com a sociedade são divididas entre os três poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo. O governador, nesse contexto, chefia o poder executivo estadual.   

Entre suas atribuições, cabe a ele tomar as decisões que afetam a população diretamente no seu cotidiano, tais como questões de segurança pública (o uso das forças das polícias Militar e Civil), de infraestrutura (assumindo o planejamento urbano das cidades), do sistema carcerário, definição do orçamento do estado e políticas públicas vinculadas à saúde e à educação.   

Planos de Tarcísio de Freitas  

Ao ser questionado sobre o centro da cidade durante o primeiro debate do segundo turno na Band, Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura do Brasil, apresentou duas propostas principais para recuperação da região.  

Com a intenção de resolver o problema da Cracolândia (região da Santa Cecília e da República), Tarcísio pretende construir uma sede do governo próximo ao local. Segundo ele, “quando você leva o poder pro centro, você fica comprometido com o problema”. Atualmente, o Palácio dos Bandeirantes, inaugurado em 1965, está localizado no Morumbi.  

O candidato acrescentou que planeja reabilitar o comércio da região, uma vez que a localidade “envolve segurança e turismo de compras”. Tarcísio pretende criar, junto a outros projetos vinculados ao saneamento e à infraestrutura de transportes, uma relativização do Centro, restabelecendo a atividade econômica do Estado.  

O ex-ministro de Bolsonaro não fornece detalhes a respeito da previsão de gastos para a realização do plano de governo. Em razão disso, especialistas desvinculados ao candidato calculam, considerando apenas despesas mínimas, um ônus de R$15 bilhões para realizar os projetos de modo integral.   

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Tarcísio de Freitas, candidato ao governo de SP, em entrevista ao g1 — Foto:
Reprodução / G1

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Projeto de Fernando Haddad  

Ainda durante o debate e em resposta a Tarcísio de Freitas, o candidato Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, declarou que o centro da cidade precisa de moradores. Para o petista, “São Paulo precisa ter um ‘mix’, gente de todas as classes sociais morando no centro de SP, recuperando aquilo tudo”.   

O candidato comentou acerca do aumento do número dos moradores de rua desde os mandatos dos prefeitos Marta Suplicy (2001 – 2005), de Serra (2005 – 2006) e sua gestão (2013 – 2016). Aproveitou ainda para ressaltar que suas iniciativas e de Marta foram descontinuadas nos governos seguintes, dizendo que pretende retomá-las e que a cidade “está abandonada”.   

Ao mostrar-se contrário à proposta de Tarcísio de transferência do Palácio dos Bandeirantes, Haddad mencionou que seria gasto muito dinheiro sem garantia de resultados, uma vez que a questão central está vinculada à falta de moradores e outras variáveis sociais.

Por fim, para o candidato, para proporcionar um ambiente propício para a convivência, é preciso recuperar planos habitacionais consistentes, como o Minha Casa Minha Vida. Para a gestão do candidato do PT, é estimado um investimento de ao menos R$57 bilhões para os quatro anos de mandato, conforme levantamento do Estadão.   

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Candidato Fernando Haddad no lançamento do plano de governo.
Divulgação / Diogo Zacarias

Prós e contras de Haddad e Tarcísio  

Um resultado interessante para Fernando Haddad foi a vitória na cidade de São Paulo, uma vez que o petista já esteve à frente da gestão pública paulistana e, até então, não contava com índices de aprovação elevados nas pesquisas de opinião. No primeiro turno, o candidato venceu na capital do Estado, com 44,38% dos votos válidos, contra 32,56% para Tarcísio.   

Um feito marcante de Haddad na prefeitura foi um decreto de 2016 que instituiu o fechamento da Avenida Paulista aos domingos, ofício do programa Ruas Abertas. Ao transformar as ruas públicas em um espaço para livre circulação de pedestres, o programa acabou estimulando o lazer e a cultura das regiões em que foi implementado. No entorno do centro expandido, Haddad instalou 23 pontos de internet banda larga, sem fio e gratuita, incluindo a Praça Dom José Gaspar e o MASP (Museu de Arte de São Paulo).   

Tarcísio é carioca e nunca ocupou um cargo na cidade ou estado de São Paulo. O estofo da campanha está baseado em suas realizações enquanto ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro. A agenda de projetos do candidato, no entanto, não condiz com seus pronunciamentos. O projeto “Pró-Trilhos”, anunciado em setembro de 2021, prometia investimentos bilionários em cerca de 27 ferrovias, mas, até o momento, não foi efetivado e não demonstrou viabilidade.

Houve também o leilão do terminal portuário STS 11, em março de 2022, que, com um único comprador, arrecadou apenas R$10 milhões por 25 anos de contrato de um dos maiores portos de matérias-primas do Brasil.  

Editado por Juliano Galisi

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