No Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, houve segurança reforçada e êxtase na apuração
No último domingo (2), o Brasil conheceu os dois candidatos que irão disputar o segundo turno das eleições presidenciais e para os governos estaduais. A equipe de ESQUINAS foi até o Tribunal Regional Eleitoral da capital paulista (TRE-SP), para acompanhar o clima da apuração de uma das eleições mais importantes e acirradas dos últimos anos.
Desde o período da manhã, diversos jornalistas se concentraram no saguão oficial do TRE para trazer as principais informações da apuração. As informações sobre a contagem de votos eram divulgadas em televisões instaladas no local para garantir mais agilidade na transmissão da apuração.
O evento contou com segurança reforçada. A rua Francisca Miquelina foi fechada para impedir a passagem de carros e, além da apresentação de credencial, todos os presentes precisaram passar por detector de metais.
Ao longo da tarde, O TRE-SP divulgou boletins para informar sobre a quantidade de urnas trocadas durante a votação. Até às 17:00, horário de encerramento das seções eleitorais, 508 urnas foram substituídas no estado, índice que representa 0,43% do total. Paulo Galizia, presidente do TRE-SP, atribui a maior parte das falhas à questões técnicas. “Às vezes, a urna tem problema de bateria que descarregou além do que se imaginava, ou uma questão de corrente elétrica. Por exemplo, quando termina a luz e se religa, [a urna] tem dificuldade de ligar”, comenta Galizia.
Paulo Galizia fala sobre urnas trocadas durante a eleição.
Julia Bomfim / Revista Esquinas
Para o presidente do tribunal, tudo saiu conforme o planejado. “A substituição é feita automaticamente e é prevista, tanto é que cada local de votação já tem quatro ou cinco urnas específicas para essa substituição. Na verdade, foi um número bastante pequeno”, completa Paulo.
Veja mais em ESQUINAS
Urna eletrônica brasileira: história, presente e futuro de um orgulho nacional
Eleições 2022: saiba quais foram as mudanças na auditoria das urnas eletrônicas
Antes e depois das urnas: o que fazem os vereadores e prefeitos?
Em meio a um contexto conturbado a nível nacional, que está em clima radicalizado em termos eleitorais, Paulo Galizia elogiou o comportamento da população paulistana: “parabenizo aqui a civilidade do eleitor de São Paulo que, na sua imensa maioria, cumpriu com o dever de escolher o seu candidato com toda a calma e sem nenhum tipo de dificuldade”.
O processo eleitoral de 2022 foi um dos mais acirrados dos últimos anos. Cesar Menezes, repórter da TV Globo, comenta o clima de radicalização que tomou conta do debate político do país. “Estava vendo uma estatística que, nos últimos dois anos, mais da metade das lives do presidente Bolsonaro, por exemplo, citaram alguma coisa colocando em dúvida o processo eleitoral. Isso deixa uma certa tensão no ar: ‘o que vai acontecer no dia? Vai ter confusão no dia?’ E o que a gente viu, na verdade, foi um amadurecimento e, apesar dos ataques à democracia, houve um amadurecimento muito grande das instituições”, pondera Cesar.
A repórter da CNN Adriana de Luca afirma estar contente com a oportunidade de cobrir a apuração. “É a eleição mais disputada desde a redemocratização e fazer parte disso é um grande privilégio, mas também um grande desafio e uma enorme responsabilidade”, diz a repórter.
Atendendo às expectativas, o resultado foi divulgado pouco após às 20:00 e mostrou que a disputa presidencial contará com um segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula chegou a 48% dos votos, enquanto o presidente atingiu o patamar de 43% da preferência do eleitorado.