Arte como refúgio: como a pandemia impactou jovens desenhistas - Revista Esquinas

Arte como refúgio: como a pandemia impactou jovens desenhistas

Por Lucas Pereira, aluno do projeto Redação Aberta #1* : maio 28, 2021

Jovem explica como a arte ajudou a manter sua saúde mental durante a crise da covid-19

Dizer que a pandemia prejudicou a saúde mental das pessoas não é novidade. O confinamento fez com que tivéssemos que nos adaptar a uma realidade difícil, sem muitas coisas que faziam parte do cotidiano. Muitos acabaram desenvolvendo um modo de lidar com a angústia desse período, sendo uma das mais curiosas a arte e, mais especificamente, o desenho.

Foi o que aconteceu com Leticia Lipsky, estudante de 16 anos. Ela conta que já tinha o costume de desenhar antes da pandemia: “Com o isolamento, a arte não só me deixava melhor quando eu estava mal, mas também, por meio dela, eu interagia com os meus amigos”. A jovem explica que ela e os colegas fazem lives na plataforma Discord e interagem enquanto produzem. “Costumo fazer desenhos ao vivo enquanto nós conversamos”, diz.

Mais do que uma válvula de escape da realidade, a arte também é um método da artista expor seus sentimentos e visões sobre a realidade. “Desenhar, para mim, era uma maneira de expressar o que eu sentia. Com toda essa situação caótica causada pela pandemia, isso acabou interferindo nos meus desenhos. Antes, meu estilo costumava ser mais feliz e ‘cartunesco’, agora ele está mais sombrio”, comenta Leticia.

Além de compartilhar sua arte com os colegas, a estudante possui um perfil no Instagram, o @among_moths, no qual posta suas ilustrações.

Para muitos, a arte vai além de um mero passatempo. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná constatou que ela melhora a saúde mental e humaniza as pessoas. Stephanie Dahn Batista, professora do Departamento de Artes e vice-diretora do Setor de Artes, Comunicação e Design da UFPR, deu uma entrevista à Agência Comunicação, veículo da universidade. No depoimento, ela aponta que a arte humaniza a pessoa no sentido de permitir que ela interprete as próprias emoções e o mundo como um todo, construindo assim uma identidade.

Lídia Weber, pesquisadora do Departamento de Psicologia e do Setor de Educação da UFPR, completa que a arte é capaz de elevar a qualidade de vida como um todo. “Existem muitos estudos mostrando que atividades artísticas podem reduzir o estresse e queixas de saúde, promovendo funções imunológicas, além de trazer benefícios físicos e psicológicos”, disse a especialista ao mesmo veículo.

*Redação Aberta é um projeto destinado a apresentar o jornalismo na prática a estudantes do ensino médio e vestibulandos. A iniciativa inclui duas semanas de oficinas teóricas e práticas sobre a profissão. A primeira edição ocorreu entre 17 e 28 de maio. O texto que você acabou de ler foi escrito por um dos participantes, sob a supervisão dos monitores do núcleo editorial e de professores de jornalismo da Cásper Líbero.

Encontrou um erro? Avise-nos.