Confira as análises dos jornalistas Guilherme Costa e Murilo Borges sobre os atletas brasileiros que vão para as Olimpíadas de Paris 2024
Falta um dia para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Os atletas brasileiros estão se preparando há quatro anos para este evento. Quem vai ‘medalhar’? Quem pode surpreender? Veja as expectativas em relação aos atletas do Brasil para essa edição das Olimpíadas com Guilherme Costa, produtor olímpico da Rede Globo, e Murilo Borges, jornalista olímpico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Quais brasileiros são favoritos nas Olimpíadas?
O Brasil chega com boas projeções para essa Olimpíada, inclusive com a expectativa da quebra do recorde de medalhas gerais, além do ouro em alguns esportes. “O Brasil terá como seu ‘carro-chefe’ a ginástica artística, muito por conta da Rebeca Andrade. A gente projeta três ou quatro medalhas só para a modalidade, principalmente por conta da atleta, que conseguiu cinco medalhas no último mundial”, explica Guilherme Costa.
Rebeca Andrade levou o ouro no mundial de ginástica.
Foto: Reprodução/@rebecarandrade
Além da ginástica artística, a canoagem com Isaquias Queiroz, o skate com a Rayssa Leal e o surf com Gabriel Medina também chegam como favoritos ao ouro em Paris. Além disso, nomes como Alison dos Santos no Atletismo e Ana Marcela nas Águas Abertas também chegam grandes em busca de medalha e devem consegui-la.
“A Duda e a Ana Patrícia, dupla do vôlei de praia feminino, são muito fortes! Elas são uma das melhores duplas da modalidade e vão brigar por isso”, comenta Murilo Borges, contabilizando assim mais uma medalha para o Brasil.
O judô, que desde 1984 traz pelo menos uma medalha, deve alcançar duas vezes o pódio. Além das modalidades já citadas, o Brasil deve ‘medalhar’ também no boxe, que já tem 10 classificados para as Olimpíadas, e todos brigando pela primeira posição no ranking mundial.
Alguns esportes que nunca levaram medalhas devem alançá-las, como é o caso do tiro com arco, modalidade em que o brasileiro Marcus D’Almeida chega como líder do ranking mundial e favorito ao pódio.
Em quais modalidades o Brasil pode surpreender?
Costa aponta alguns atletas que podem surpreender em Paris, como é o caso de Caio Bonfim, da marcha atlética. Bronze no mundial de Budapeste do ano passado, Caio tem passado pelo melhor momento da sua carreira e vai pra Paris com a esperança de ganhar uma medalha.
O tênis, que conquistou sua primeira medalha em Olimpíadas para o Brasil em Tóquio, promete surpreender mais uma vez, com Luisa Stefani e Bia Haddad nas duplas e Bia Haddad no simples feminino. Além dos nomes já conhecidos, João Fonseca, jovem promessa do tênis mundial, pode chegar bem nos Jogos Olímpicos, mesmo com a pouca experiência em competições internacionais.
Bia Haddad no torneio de tênis Roland Garros, em 2023.
Foto: Reprodução/@biahaddadmaia
Já Borges cita alguns nomes que se destacaram recentemente em competições internacionais. Por exemplo, Hugo Calderano, que alcançou as quartas de final do torneio simples de tênis de mesa em Tóquio e vem melhorando cada vez mais, chegando inclusive a confrontar de igual para igual contra alguns dos chineses do circuito mundial. Em um chaveamento favorável, Hugo poderia sim conquistar essa tão sonhada medalha.
O jornalista também destaca Guilherme Costa, o Cachorrão, atleta dos 400m, 800m e 1500m livre da natação, e um dos nomes que mais teve sucesso nos Jogos Pan-Americanos de 2023. Em Santiago, Cachorrão conquistou quatro ouros, sendo três individuais e um em revezamento, além de ter conquistado o bronze no mundial de Budapeste em 2022 e o quarto lugar em 2023. O atleta promete apresentar mais um bom desempenho em Paris, mesmo com a forte concorrência.
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Bonjour, Paris… Olimpíadas
À medida que os Jogos Olímpicos de Paris se aproximam, as expectativas para os atletas brasileiros aumentam. O Brasil, com uma tradição esportiva sólida e um histórico de desempenho notável em diversas modalidades, como nas Olimpíadas de 2020, realizadas em 2021 por conta da pandemia, que ganhou medalha de ouro em seis modalidades: ginástica artística (salto feminino e individual masculino), surfe, canoagem slalom, boxe e vela.
Além disso, nas últimas quatro Olimpíadas os atletas brasileiros ganharam mais de 20 medalhas de ouro, batendo recordes significativos com Robert Scheidt, que é o recordista brasileiro com um total de 5 medalhas olímpicas, Rebeca Andrade, primeira mulher brasileira a ganhar duas medalhas em uma única edição dos Jogos Olímpicos, e a Rayssa Leal, que foi a primeira mulher a obter nota nove no mundo do skate, foram alguns dos recordes brasileiros nas Olimpíadas. Por essa razão, o Brasil tem grande potencial para conseguir um bom número de pódios em Paris.
Rayssa Leal durante as Olimpíadas de 2020.
Foto: Reprodução/@rayssalealsk8
Guilherme Costa explica que a delegação olímpica brasileira provavelmente terá menos atletas competindo do que na Olimpíada passada, em Tóquio. Pela primeira vez, as atletas femininas podem superar em medalhas os atletas masculinos, já que serão enviadas em maior número esse ano e muitas delas como favoritas. Os Jogos Olímpicos terão início dois dias antes da Cerimônia de Abertura, no dia 24 de julho com o rugby e o futebol. No total, a competição durará 18 dias, com os últimos eventos em 11 de agosto. Serão 729 sessões em 31 esportes.
E a França já está com tudo pronto para esse evento. A tocha olímpica foi acesa na antiga Olímpia no dia 16/04. E ela chegará à França no dia 8 de maio na cidade portuária de Marselha, após uma viagem no navio Belém, de três mastros. Todas as infraestruturas permanentes para os jogos já estão prontas, e a construção de estruturas temporárias foi realizada em Paris, notadamente na Place de la Concorde (Praça da Concórdia). A Olimpíada de Paris 2024 será a 30ª edição do evento na história e a 24ª participação do Brasil na competição.