Judô e Boxe do Time Brasil voltam de Paris como protagonistas; 20% das medalhas são deles - Revista Esquinas

Judô e Boxe do Time Brasil voltam de Paris como protagonistas; 20% das medalhas são deles

Por Arthur Alano, Bruno Yahn e Matheus Lorente : agosto 16, 2024

Beatriz Souza conquistou a primeira medalha de ouro do Time Brasil em Paris 2024. Foto: @_beatrizsouzaar/Instagram

Com saldo para lá de positivo, Judô e Boxe do Time Brasil alcançam o maior número de medalhas da história olímpica brasileira

Há discussões se houve um saldo positivo quanto a realização dos Jogos em Paris, principalmente, no quesito integridade das instituições sociopolíticas e esportivas. Sim ou não, o verdadeiro destaque postivo do Time Brasil ficou nas artes marciais, com Judô e Boxe, que marcaram o recorde de medalhas do Brasil em Olimpíadas.

Mas Paris 2024 acabou e histórias marcantes serão lembradas, algumas pela brilho do ouro olímpico, já outras que vão perdurar por meses na Justiça francesa e em orgãos esportivos. Confira o Giro ESQUINAS.

Judô

Em todas as edições do Jogos Olímpicos, o judô brasileiro chega como favorito a “medalhar”, e não foi diferente em Paris 2024. O Time Brasil voltou da Cidade Luz, juntando todas as modalidades, com 20 medalhas. A arte marcial preencheu 20% dessas conqusitas. De todos os destaques nacionais do esporte, a paulista Beatriz Souza foi com larga vantagem a mais representativa, após superar três das cinco melhores judocas do mundo e garantir a única medalha de ouro do Brasil em Paris.

“Deu certo, mãe. Eu consegui. Eu consegui. Foi pela vó. É para vó, mãe. Eu amo vocês mais do que tudo. Eu amo vocês. Obrigada”, comemorou a judoca durante ligação com seus pais, em entrevista à TV Globo.

O judô garantiu quatro medalhas, o ouro de Souza, a prata de William Lima e outros dois bronzes, um de Larissa Pimenta e outro por equipes.

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Com saldo para lá de positivo, Judô e Boxe do Time Brasil alcançam o maior número de medalhas da história olímpica brasileira.
Foto: Reprodução/COB

Arbitragem

Durante alguns eventos do Judô, combates ficaram marcados pela quantidade excessiva de “shidôs” (punição que o judoca sofre após cometer infração) aplicados. Pessoas, muitas delas leigas, que acompanhavam aos confrontos frente à televisão, começaram a ficar confusas ou em dúvida por algumas infrações sinalizadas pela arbitragem dos Jogos Olímpicos. Vale lembrar que, após três punições, o judoca é declarado perdedor e o adversário ganha a luta por “ippon” (termo da arte marcial que significa um (ponto) completo) automático.

Os Jogos deste ano, contaram com 544 combates, sendo 89 deles decididos pelo “ippon” automático, o equivalente a 16,36% das lutas. Após o término das Olimpíadas de Paris, há rumores de que a International Judo Federation (IJF), promete rever os critérios de punição já para o próximo ciclo olímpico.

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Boxe

O outro lado da arte marcial, agora o Boxe, ficou menos preenchido de histórias e medalhas, apenas a baiana Bia Ferreira conquistou o objeto de liga metálica. Em uma disputa pelo terceiro lugar no peso leve feminino, a brasileira derrotou a irlandesa Kellie Harrington e garantiu o único bronze do Time Brasil na modalidade.

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Bia Ferreira conquistou a única medalha do boxe brasileiro em Paris 2024.
Foto: Alexandre Loureiro/COB

Transfobia

A boxeadora Imane Khelif conquistou o ouro na categoria até 66kg, mas durante sua luta e depois, a argelina foi alvo de acusações falsas com relação ao seu gênero, que a colocavam como uma mulher transexual. O burbúrio surgiu após a luta entre Khelif e Angela Carini, que terminou em 46 segundos devido à desistência da adversária italiana. Carini alegou fortes dores na região do nariz após a luta, o que incentivou comentários nas redes sociais questionando o gênero da argelina.

Devido a essas alegações, o COI (Cômite Olímpico Internacional) teve que desmintir a informação e pontuar que Khelif é uma mulher cisgênero. A retaliação chegou a um ponto que o pai da boxeadora precisou se pronuciar também reafirmando o que o Cômite já havia dito. Apesar dos ataques, Khelif seguiu com o ciclo olímpico em Paris e, no final, subiu apara o lugar mais alto do pódio. Após os Jogos, a argelina decidiu recorrer à Justiça francesa, apresentando uma denúncia por cyberbulling.

Editado por Ronaldo Saez

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