Em parceria com a FEA Social e as editoras Lote 42 e Grua, o Clube alia o compromisso social a seu objetivo de difundir a literatura
“A literatura sempre tem algo político”. À revista GQ, a frase de Ayelet Gundar-Goshen, escritora, roteirista e psicóloga israelense, ecoa a importância do debate político no campo literário, com significados admitidos além do campo sintático e artístico. No mês de julho, a autora teve sua obra Uma Noite, Markovitch contemplada pelos membros do Clube de Leitura da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
A iniciativa, fundada este ano, tem como princípio a promoção das artes, — e principalmente da literatura –, no meio universitário. “Por meio da Ação Literária buscamos difundir e aplicar essa convicção”, afirma a presidente da organização, Ana Laura Prieto, sobre o mais novo projeto solidário da entidade.
Ação Literária
A campanha do Clube de Leitura em parceria com a FEA Social, tem como objetivo arrecadar fundos para a Rede Cultural Beija-Flor por meio de rifas vendidas online. Os compradores concorrem a prêmios de R$ 100,00 em livros da Editora Lote 42 e R$ 150,00 da Editora Grua.
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A ONG, reconhecida internacionalmente no curso de seus quase 30 anos de atuação, atende gratuitamente jovens e crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica. No contexto da pandemia, passou a distribuir cestas e kits de limpeza para mais de 200 famílias. “Queríamos escolher uma organização confiável e que, de alguma forma, agisse de acordo com a missão do Clube de expandir o acesso à cultura”, explica Ana Laura.
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“Gosta de literatura?”
A missão do Clube
“Meu objetivo é desenvolver uma organização cuja missão seja compartilhar o frio na barriga, o soco no estômago, o abraço apertado que é a arte. Desse desejo nasceu o Clube de Leitura”, diz a presidente.
O projeto, por meio de postagens em redes sociais e encontros (atualmente remotos, em decorrência da pandemia de covid-19 e de modo a atender integrantes de outros estados), sustenta sua mensagem de motivar o importante hábito da leitura. “As artes sempre foram um fator determinante na minha vida. Algumas obras que tive o privilégio de conhecer mudaram radicalmente minha maneira de compreender e vivenciar experiências”, conta Ana Laura.
Diante de estatísticas que revelam baixos índices de leitura entre brasileiros e de medidas que a tornam ainda mais inacessível, como a reforma tributária proposta pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, a pauta delineada pelo Clube ganhou nova dimensão e relevância: a solidariedade. “Acreditamos que, principalmente dado o crítico cenário político e econômico atual, é fundamental destacar o papel da leitura como meio ideal para instigar a idealização e concretização de mudanças sociais benéficas”, articula a presidente.
A entidade ainda quer desenvolver outras campanhas beneficentes, almejando ampliar o alcance de seu objetivo. “Neste momento de tantas incertezas e dúvidas, preocupações e tristezas, me volto para os livros, os quadros e os filmes com o intuito de reinstaurar esse entendimento sobre o perene e a permanência. A arte não me tira da guerra, explicita por que ela importa, me lembra do que já foi e de tudo que haverá de vir”, finaliza Ana Laura.