Metrô: como a “avenida subterrânea” mudou a mobilidade da Paulista - Revista Esquinas

Metrô: como a “avenida subterrânea” mudou a mobilidade da Paulista

Por Ana Ghiraldello, Camila Lutfi, Luana Watanabe e Mariana Torezan : fevereiro 25, 2022

Lotação.

Inauguradas em 1991, estações do metrô da Paulista já fazem parte da identidade da avenida. Conheça mais sobre três das quatro paradas do trecho

Quando pensamos na Avenida Paulista, logo a associamos à larga via cheia de carros, aos grandes prédios comerciais e aos edifícios históricos de décadas passadas. Porém, há, ainda, um outro lado da avenida tão importante quanto o terrestre. O metrô revolucionou os meios de locomoção e trouxe um fluxo ainda maior de pessoas para essa região, contribuindo para o seu crescimento econômico e cultural. Que tal mudar o olhar sobre a Paulista e começar a vê-la de baixo? ESQUINAS visitou três estações do metrô na avenida e vai te contar um pouco mais sobre elas.

A Linha 2-Verde é uma das principais formas de locomoção de toda a capital e está em seu trigésimo aniversário. Inaugurada em janeiro de 1991, o trecho da época contava com apenas quatro estações: Paraíso – que foi reformada para atender a nova linha – Brigadeiro, Trianon-Masp e Consolação.

Dos burros aos trilhos

Apesar do metrô ter se tornado essencial para a locomoção na Paulista, ele é o mais recente meio de condução na via. Desde a criação da avenida até os dias atuais, o transporte passou por diversas alterações. Nos primeiros anos da via, inaugurada em 1891, o trecho era percorrido principalmente por bondes de tração animal, situação que só se alterou nos anos 1930, quando o transporte puxado por burros se transformou em bondes elétricos.

Já nas décadas de 1940 e 1950, na esteira da industrialização nacional turbinada pelos polos automobilísticos, São Paulo viu suas ruas serem preenchidas por asfalto e automóveis. No entanto, com a chegada de imigrantes e a acelerada industrialização da cidade, surgiram problemas como o trânsito na capital e as periferias paulistanas. Era necessário outro meio de transporte diferente do terrestre.

Houve tentativas de se construir uma avenida subterrânea no início dos anos 1960, porém o projeto não foi levado adiante. Ainda assim, a Paulista foi alargada e os espaços vazios no subsolo foram aproveitados, posteriormente, para o metrô, que chegou na avenida em 1990 e, hoje, é uma das principais formas de mobilidade no trecho.

Paraíso, acesso à linha azul


Responsável pela baldeação entre as linhas 1-Azul e 2-Verde do metrô, essa é uma das estações mais movimentadas de todo o sistema metroviário. Em janeiro de 2022, 42 mil pessoas passaram pelas catracas da parada diariamente – número que, mesmo elevado, está abaixo das médias históricas em razão da pandemia.

Além de movimentada, a Paraíso é um ponto cultural, contando com poesias de autores brasileiros e portugueses pintadas em paredes e no teto da estação.

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Brigadeiro, desembarque pelo lado esquerdo

A estação está ao lado do encontro da Paulista com a avenida Brigadeiro Luís Antônio, avenida que conecta o centro da cidade ao Itaim. Mesmo sem conexão com outras vias do metropolitano, é uma parada altamente movimentada.

Próxima estação: Trianon-Masp

Além da proximidade com o Masp, a parada está também a poucos metros do parque Trianon, tornando-a uma das mais importantes estações da avenida. Ao lado das plataformas, há dois painéis dos artistas brasileiros Wesley Duke Lee e Francisco Brennand, que trazem reproduções de obras nacionais. Os painéis contam com pinturas dos séculos 17 ao 20 e têm como objetivo trazer à tona a história da pintura brasileira.

Livia dos Santos, 20, cursa Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e é uma das muitas pessoas que frequentam a Trianon-Masp. Para ela, o metrô é a forma de chegar na faculdade e ir para o trabalho: “É perto dos lugares onde eu quero ir, então fica mais fácil”, relata a estudante.

Editado por Juliano Galisi e Anna Casiraghi
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