Inauguradas em 1991, estações do metrô da Paulista já fazem parte da identidade da avenida. Conheça mais sobre três das quatro paradas do trecho
Quando pensamos na Avenida Paulista, logo a associamos à larga via cheia de carros, aos grandes prédios comerciais e aos edifícios históricos de décadas passadas. Porém, há, ainda, um outro lado da avenida tão importante quanto o terrestre. O metrô revolucionou os meios de locomoção e trouxe um fluxo ainda maior de pessoas para essa região, contribuindo para o seu crescimento econômico e cultural. Que tal mudar o olhar sobre a Paulista e começar a vê-la de baixo? ESQUINAS visitou três estações do metrô na avenida e vai te contar um pouco mais sobre elas.
A Linha 2-Verde é uma das principais formas de locomoção de toda a capital e está em seu trigésimo aniversário. Inaugurada em janeiro de 1991, o trecho da época contava com apenas quatro estações: Paraíso – que foi reformada para atender a nova linha – Brigadeiro, Trianon-Masp e Consolação.
Dos burros aos trilhos
Apesar do metrô ter se tornado essencial para a locomoção na Paulista, ele é o mais recente meio de condução na via. Desde a criação da avenida até os dias atuais, o transporte passou por diversas alterações. Nos primeiros anos da via, inaugurada em 1891, o trecho era percorrido principalmente por bondes de tração animal, situação que só se alterou nos anos 1930, quando o transporte puxado por burros se transformou em bondes elétricos.
Já nas décadas de 1940 e 1950, na esteira da industrialização nacional turbinada pelos polos automobilísticos, São Paulo viu suas ruas serem preenchidas por asfalto e automóveis. No entanto, com a chegada de imigrantes e a acelerada industrialização da cidade, surgiram problemas como o trânsito na capital e as periferias paulistanas. Era necessário outro meio de transporte diferente do terrestre.
Houve tentativas de se construir uma avenida subterrânea no início dos anos 1960, porém o projeto não foi levado adiante. Ainda assim, a Paulista foi alargada e os espaços vazios no subsolo foram aproveitados, posteriormente, para o metrô, que chegou na avenida em 1990 e, hoje, é uma das principais formas de mobilidade no trecho.
Paraíso, acesso à linha azul
Responsável pela baldeação entre as linhas 1-Azul e 2-Verde do metrô, essa é uma das estações mais movimentadas de todo o sistema metroviário. Em janeiro de 2022, 42 mil pessoas passaram pelas catracas da parada diariamente – número que, mesmo elevado, está abaixo das médias históricas em razão da pandemia.
Além de movimentada, a Paraíso é um ponto cultural, contando com poesias de autores brasileiros e portugueses pintadas em paredes e no teto da estação.
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Brigadeiro, desembarque pelo lado esquerdo
A estação está ao lado do encontro da Paulista com a avenida Brigadeiro Luís Antônio, avenida que conecta o centro da cidade ao Itaim. Mesmo sem conexão com outras vias do metropolitano, é uma parada altamente movimentada.
Próxima estação: Trianon-Masp
Além da proximidade com o Masp, a parada está também a poucos metros do parque Trianon, tornando-a uma das mais importantes estações da avenida. Ao lado das plataformas, há dois painéis dos artistas brasileiros Wesley Duke Lee e Francisco Brennand, que trazem reproduções de obras nacionais. Os painéis contam com pinturas dos séculos 17 ao 20 e têm como objetivo trazer à tona a história da pintura brasileira.
Livia dos Santos, 20, cursa Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e é uma das muitas pessoas que frequentam a Trianon-Masp. Para ela, o metrô é a forma de chegar na faculdade e ir para o trabalho: “É perto dos lugares onde eu quero ir, então fica mais fácil”, relata a estudante.