Um mergulho pela trajetória por diversos movimentos artísticos de Cândido Portinari e as singularidades de suas mais de cinco mil obras
A exposição ‘Portinari para todos’ proporciona uma imersão no universo de um dos maiores artistas plásticos brasileiros do século 20. Durante o passeio, que dura em média 1 hora, é possível revisitar a vida do pintor, conhecer seu legado e sentir-se dentro de suas obras de forma interativa e envolvente.
A mostra é realizada pelo MIS Experience e estará aberta ao público até o dia 10 de julho. O museu, localizado na Rua Vladimir Herzog, número 75, oferece transporte gratuito de ida e volta à estação Palmeiras – Barra Funda, com saídas a cada 20 minutos. A exposição funciona de terça à domingo com ingressos que variam de 15 à 45 reais dependendo do dia, sendo terça-feira entrada gratuita. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do evento ou através do site e é necessária a apresentação do comprovante de vacinação.
Por toda a parte, há uma série de QR Codes que ao acessar em seu celular, você ganha acesso a conteúdos exclusivos sobre a vida do pintor, além de toda a experiência possuir áudio, colaborando para a acessibilidade.
Imersão no Universo Portinari
Nascido em uma fazenda de café no interior de São Paulo, um dos principais nomes do Modernismo e da pintura brasileira, Cândido Portinari manifesta sua essência artística desde muito novo. Aos nove anos de idade, o menino de origem humilde e pais imigrantes, reverbera suas aptidões inicialmente como uma paixão.
Em uma de suas viagens à Paris, afastado de seu país natal e sob uma distinta perspectiva, o pintor define a fundamental temática de suas obras: o Brasil e os brasileiros. Portinari buscava retratar a realidade brasileira da época por uma concepção crítica social, exprimindo as problemáticas cotidianas por trás da exuberante fauna e flora nacional.
Por meio de cores fortes e tons vívidos sob a tela, expunha a dor, angústia e sofrimento vivenciado corriqueiramente pelos brasileiros, assim como é mostrado em “Retirantes” (1994). Além de popularizar aspectos até então banalizados e romantizados por outros artistas, como a pobreza e dificuldades, que também compunham a alma do Brasil, faz uso de seus trabalhos como instrumento de militância política contra ideologias hegemônicas e de viés violento.
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A exposição
Desde a entrada, o visitante é colocado em uma experiência imersiva, com um jogo de luzes e exposições de arte acima de sua cabeça, esse se torna o primeiro passo para o portal que o leva para dentro dos pensamentos de Portinari.
No primeiro setor, “Os ateliês de Portinari”, são expostas as principais obras do pintor brasileiro como “O mestiço” (1934). Várias obras femininas digitalizadas, onde as mesmas contam sua própria história, por meio de animações, representando a força da mulher, compõem a experiência no local.
Na seção “A cidade imaginária”, uma grande maquete coloca o espectador dentro da mente de Portinari, retratando o espaço de seus sonhos. No local, há interações com o público, que encanta, principalmente, as crianças, como pinturas que são desvendadas através da luz do celular e um grande quebra cabeça, onde você possui tempo para montar antes que ele desmorone.
A parte mais esperada e ‘instagramável’ são as grandes projeções das obras do pintor, também um momento imersivo que, com a ajuda de sons, levam todos para dentro das obras. Nessa parte, são destacados a infância, a ‘Guerra e Paz’ e as obras com temas religiosos do artista.
O último setor, chamado ‘Projeto Portinari’, é dedicado à biografia do artista plástico. O local dá espaço para esculturas e releituras de suas obras, destacando suas diversas facetas e todos os movimentos artísticos que passou.
No final, ainda é possível levar uma lembrança do MIS, desde chaveiros temáticos sobre a exposição até livros e camisetas de outros artistas como Leonardo da Vinci ou Tarsila do Amaral. Além disso, o visitante pode ver sua foto ser transformada em uma obra, por meio de um painel interativo.
Por último, há uma pequena participação de um dos maiores autores e quadrinistas do Brasil, Mauricio de Souza, expondo suas releituras das obras de Portinari em forma dos personagens da famosa Turma da Mônica.