Após 8 anos no comando da Seleção Brasileira, o técnico fez a sua última convocação para o torneio entre seleções. Com poucas polêmicas, a lista conta com 26 jogadores, entre eles Daniel Alves e as novidades Pedro e Bremer
Nesta última segunda-feira, dia 7 de novembro, o técnico Tite convocou os 26 atletas que irão representar o Brasil na Copa do Mundo no Qatar. A cerimônia ocorreu às 13h na sede da Confederação Brasileira de Futebol, no Rio de Janeiro.
Essa é a última lista que o treinador fará no comando da seleção canarinha, uma vez que Tite já comunicou à imprensa que irá se desligar do cargo após o término do torneio. Confira abaixo os jogadores convocados:
GOLEIROS
Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Weverton (Palmeiras).
DEFENSORES
Daniel Alves (Pumas), Danilo (Juventus), Alex Sandro (Juventus), Alex Telles (Sevilla), Marquinhos (PSG), Bremer (Juventus), Éder Militão (Real Madrid), Thiago Silva (Chelsea).
MEIO-CAMPISTAS
Casemiro (Manchester United), Bruno Guimarães (Newcastle), Everton Ribeiro (Flamengo), Fabinho (Liverpool), Fred (Manchester United) e Lucas Paquetá (West Ham).
ATACANTES
Neymar (PSG), Richarlison (Tottenham), Raphinha (Barcelona), Gabriel Jesus (Arsenal), Vinícius Júnior (Real Madrid), Antony (Manchester United), Gabriel Martinelli (Arsenal), Pedro (Flamengo) e Rodrygo (Real Madrid).
Retrospecto no novo ciclo (2018-2022) e dúvidas na convocação
Desde a Copa do Mundo de 2018 na Rússia, a Seleção comandada por Tite fez 50 partidas e obteve em seu retrospecto 37 vitórias, 10 empates e apenas 3 derrotas, sendo uma delas para a Argentina na final da Copa América.
Em relação a lista dos 26 nomes chamados, não houve nenhuma “surpresa”, uma vez que todos os jogadores convocados para o torneio foram previamente testados. Porém, gerou algumas dúvidas durante as últimas horas antes da convocação final, como a manutenção do Dani Alves, que foi contestada pela idade avançada do jogador e pela qualidade do futebol apresentado na liga mexicana.
Para Celso Unzelte, jornalista e comentarista esportivo da ESPN, a convocação do lateral é injustificável e vai contra à “meritocracia” defendida por Tite durante seu comando na seleção.
“Acho que o único senão é a convocação do Daniel Alves, ela vai contra tudo o que o Tite prega, de meritocracia, de análise dos jogadores. Nada justifica. Ou melhor, justifica uma aposta do que o Daniel Alves já foi”, afirma.
Outros jogadores que não eram certeza na Seleção Brasileira são: o zagueiro Bremer, por ter aparecido somente na última convocação antes da Copa do Mundo; o meio-campista Éverton Ribeiro e o atacante Gabriel Martinelli, pela alta concorrência em suas respectivas posições; Pedro, assim como Bremer, foi convocado na última lista antes do torneio e aparecia como um dos principais destaques do seu clube.
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Das 26 vagas, 9 foram preenchidas por atacantes. Mesmo com a grande quantidade de convocados na posição, muitos jogadores de ataque que participaram do ciclo não foram convocados.
A concorrência na posição é tão alta que permite que jogadores em ótimos momentos não estejam inclusos na lista final. Unzelte ressalta, por exemplo, a boa fase de Roberto Firmino no Liverpool (ING): “Eu ainda chamaria de volta o Firmino, embora eu não goste dele na seleção. O momento do atacante do Liverpool é muito bom, mas respeito a ideia do Tite”.
A disputa também afetou a escolha entre dois jogadores da mesma equipe. A convocação de Pedro, atleta do Flamengo, e o questionamento sobre a ausência de Gabriel Barbosa, o Gabigol, também jogador do clube carioca, virou assunto nas rodas de discussões dos programas esportivos
Celso mostrou-se favorável à não convocação de Gabigol e à convocação de seu companheiro de clube, considerando a decisão como um acerto de Tite.
“O Pedro foi uma convocação mais do que merecida pelo que vem fazendo. Ao contrário de Gabigol, o ex-atacante da Fiorentina (Pedro) já foi testado na seleção e nunca negou fogo. Em relação ao ex-santista (Gabriel Barbosa), as pessoas esquecem que o momento dele é bom, mas este já teve muita chance na seleção brasileira e não se firmou”, opina.
Quando perguntado sobre os atacantes do Brasil, o jornalista esportivo também enaltece a nova geração:
“Eu acredito que é o melhor time do meio-campo para frente desde 2010. É uma equipe com questões nas duas laterais e que tem problema com aquele meia de ligação. Mas, no meio e no ataque, sem dúvida é a melhor geração dos últimos tempos.”
A nova geração da Seleção Brasileira
A primeira convocação de Tite neste novo ciclo de Copa do Mundo (2018-2022), ocorreu nos amistosos contra EUA e El Salvador, ambos contaram com vitória brasileira por 2 a 0 e 5 a 0, respectivamente. Nessa ocasião o técnico convocou os seguintes jogadores:
GOLEIROS
Alisson (Liverpool), Hugo (Flamengo) e Neto (Valencia).
DEFENSORES
Alex Sandro (Juventus), Dedé (Cruzeiro), Fabinho (Liverpool), Fagner (Corinthians), Felipe (Porto), Filipe Luís (Atlético de Madrid), Marquinhos (PSG), Thiago Silva (PSG).
MEIO-CAMPISTAS
Andreas Pereira (Manchester United), Arthur (Barcelona), Casemiro (Real Madrid), Fred (Manchester United), Lucas Paquetá (Flamengo), Philippe Coutinho (Liverpool), Renato Augusto (Beijing Guoan).
ATACANTES
Douglas Costa (Juventus), Everton (Grêmio), Roberto Firmino (Liverpool), Neymar (PSG), Pedro (Fluminense), Willian (Chelsea).
Desses, apenas 10 irão ao Catar: um goleiro, quatro defensores, três meias e dois atacantes. Após esse período, a comissão técnica testou 84 jogadores em 50 jogos e procurou renovar o elenco ao máximo, visto que uma parte da geração de 2018 já tinha uma idade avançada e, provavelmente, não jogaria outra Copa do Mundo.
Por outro lado, um grupo de jogadores jovens despontaram no futebol europeu, trazendo a essência de um jogo alegre e dribles que encantaram a todos. Vinicius Jr. e Rodrygo tiveram uma grande evolução em seus estilos de jogo atuando pelo Real Madrid, sendo protagonistas, juntamente com Benzema, na conquista da Champions League 2021/22.
Gabriel Martinelli e Raphinha, em contrapartida, não tiveram grandes conquistas mas impressionaram Tite por suas atuações em alto nível na Premier League. Por fim, Antony brilhou os olhos da comissão técnica após se destacar no Ajax e posteriormente foi vendido ao Manchester United.
Vale destacar que em 2018, todos esses jogadores, com exceção de Raphinha, que jogava em Portugal, eram promessas e já figuravam no futebol brasileiro com a possibilidade de ter um grande futuro dentro da seleção.