Cinema asiático: entenda o crescimento do gênero no Ocidente - Revista Esquinas

Cinema asiático: entenda o crescimento do gênero no Ocidente

Por Giovanna Bambirra (1º ano) : junho 7, 2023

Filme "Parasita", 2019. Divulgação

Cada vez menos desconhecido, o cinema asiático já marca sua presença nas telonas e em streamings, como a Netflix e a Globoplay

O termo “cinema asiático” faz referência à indústria cinematográfica de todo o continente asiático, abrangendo países desde o Japão até o Tajiquistão.

Karine Landim, de 29 anos, professora, empreendedora e administradora do canal “Hindi Legendas”, explica que o conteúdo audiovisual asiático está cada vez mais acessível, graças ao avanço da internet e o aumento de títulos dentro dos streamings.

“Esse investimento dos serviços de streaming em obras asiáticas é maravilhoso! É o que vêm tornando a comunidade de fãs do gênero cada vez maior. Anos atrás, nós precisávamos garimpar em sites meio duvidosos para conseguir encontrar um filme indiano, por exemplo. Mas hoje, basta acessar um serviço de streaming pela nossa televisão, celular ou tablet e em segundos temos em nossas mãos um catálogo de filmes e séries do gênero para escolher’’, comenta a professora.

Já Nádia Bambirra, diretora, atriz e professora de atores, de 58 anos, explica que os conteúdos audiovisuais asiáticos estão cada vez mais acessíveis, “a minha geração já consumia de alguma forma o cinema asiático, tínhamos acesso aos animes, principalmente”. A diretora comenta também que o consumo da estética oriental vem crescendo consideravelmente, principalmente entre os jovens.

Em relação ao futuro do cinema asiático dentro do mercado ocidental, Landim opina, “com esse crescimento cada vez mais evidente de pessoas que gostam de acompanhar séries e filmes asiáticos, eu acredito que a participação dessas obras aqui no Ocidente será cada vez maior’’. A professora ainda completa que um dos possíveis motivos para esse crescimento é de que “as pessoas estão mais abertas para conhecer algo novo, tirar da cabeça certos estereótipos e abrir a mente e o coração para novas obras, novas artes e novos hábitos’’.

Nos últimos anos, o cinema asiático vem sendo cada vez mais introduzido em grandes premiações ocidentais, como o Oscar. Em 2019, a produção indiana “Absorvendo o Tabu”, dirigida por Rayka Zehtabchi, levou para casa o Oscar de melhor curta-metragem. Amanda Carolina Soares, atriz e arquiteta, de 31 anos, acredita que, em um futuro próximo, o cinema asiático não vai mais depender de premiações como Oscar e não precisará se validar dentro do ocidente. Já em 2020, o longa coreano “Parasita” marcou a história do cinema ao vencer o Oscar na categoria de melhor filme.

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Documentário indiano “Absorvendo o tabu”, vencedor do Oscar em 2019.
Divulgação/Netflix

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Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura, Esportes e Turismo da Coreia do Sul e pela Fundação Coreana para Intercâmbio Cultural e Internacional, em 18 países entre setembro e novembro de 2020, revelou que o Brasil foi o terceiro país do mundo com maior aumento de audiência de doramas (dramas sul-coreanos) durante a pandemia.

Soares explica que o trabalho dos fãs para legendar os doramas foi de grande importância para o crescimento do cinema asiático em países como o Brasil, “eles foram os primeiros a entender o potencial dessas obras’’. Ela também destaca que os animes e tokusatsus transmitidos em TV aberta, criaram uma geração de amantes da cultura asiática, nas décadas de 80 e 90, que ainda hoje consomem conteúdos relacionados ao gênero. Por fim, a atriz relembra que a hallyu, a onda coreana, também influenciou o crescimento da cultura asiática, principalmente através do gênero musical K-Pop.

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Membros da banda BTS, uma das mais famosas dentro do ramo do K-pop.
Divulgação

Em 2021, a série mais assistida da Netflix foi o dorama “Round 6”, que alcançou a marca 111 milhões de telespectadores. Já em 2022, os doramas “Uma advogada extraordinária” e “All of us are dead” marcaram presença na lista de séries estrangeiras mais assistidas da plataforma. Soares comenta que os investimentos para a produção de mais conteúdos do gênero tendem a aumentar, devido ao sucesso de títulos recentes como “Parasita”, “Round 6”, “Alice in Boderland”, e “Revolta, Rebelião, Revolução”.

Editado por Mariana Ribeiro

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