Conheça um pouco sobre o funcionamento de um hotel para animais silvestres, desde sua estrutura até as responsabilidades no cuidado de pets exóticos
A criação de animais não tão comuns está crescendo cada vez mais. Coelhos, calopsitas e porquinhos-da-índia são alguns dos exemplos de animais silvestres que podem viver em ambientes domésticos. E quando seus donos precisam viajar e não podem os levar consigo? Todos os hotéis de animais são capazes de receber e cuidar desses pets?
Para isso, existem lugares com estrutura especializada para a hospedagem de animais exóticos.
Primeiro, é necessário entender que para poder criar certas espécies, como os da fauna do Brasil, é preciso seguir algumas legislações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA) além de ter um cadastramento de criadores. Já aqueles de criação legalizada no país, podem ser adquiridos sem maiores problemas.
Quais as estruturas necessárias para se hospedar animais silvestres?
Já que os animais hospedados não são convencionais, os hotéis precisam de uma estrutura específica para receber cada um. O veterinário de animais silvestres Jefferson Leite comenta sobre as diferentes espécies e suas necessidades próprias. Um exemplo são as aves, que necessitam de muito cuidado com a sua saúde, já que existem diversas doenças que podem ser transmitidas para eles.
Além disso, é preciso ter cuidado com a infraestrutura, “há também o risco de fugas e lesões oriundas de choque contra vidraças e paredes”, explica Jefferson.
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Em relação aos mamíferos, o veterinário alerta para a questão temperamental, “no caso de coelhos e pequenos roedores, é preciso levar em conta que são animais que sofrem muito com o stress e precisam de ambientes tranquilos”.
Mas, acima de tudo, o especialista salienta que cada espécie exige diferentes cuidados, e portanto, a estrutura tem que ser adequada ao animal que se espera receber.
Recanto dos Exóticos
“Com o tempo vi que muita gente procurava hospedagem para silvestre, e que existiam pouquíssimos lugares que aceitavam, então resolvi abrir em casa mesmo um hotelzinho para silvestres”, diz Daniela sobre o que a levou criar um hotel para esses animais. Fundadora do Recanto dos Exóticos, Daniela conta que sempre gostou muito de todas as espécies e já possuiu muitos animaizinhos não convencionais.
O Recanto dos Exóticos é um hotel para animais silvestres, recém inaugurado na Zona Norte de São Paulo. Já que se trata de um espaço novo, ainda em processo de estruturação, a proprietária conta um pouco sobre os maiores desafios na criação.
“Uma das maiores dificuldades na montagem do hotelzinho foi a necessidade de espaço adicional para estruturá-lo e o investimento financeiro necessário para todas as instalações específicas.”
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O Recanto dos Exóticos possui uma pequena área com o essencial para os animais que recebem. Porém, ainda falta um pouco para estarem completos, “caso precise hospedar espécies como répteis ou aves, legalizados, pedimos para o tutor trazer tudo do animal, inclusive alimentação e o recinto”.
É fato que toda essa montagem necessita de um alto investimento financeiro, e Daniela diz que essa é uma das maiores dificuldades, já que se sentem inseguros quanto a demanda, sem saber se irá cobrir todos os gastos. Além disso, a proprietária diz ter muita dificuldade com a divulgação, pelo hotel ser novo e destinado a um grupo específico de pets.
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Acompanhamento especial
Para além da estrutura, destacada pelo veterinário Jefferson, um dos fatores que mais interessa para o tutor ao procurar um lugar para deixar seu bicho são os profissionais que estarão responsáveis. Todos os ambientes que cuidam de animais, precisam de acompanhamento veterinário sempre que necessário.
No caso de animais exóticos, é imprescindível esse acompanhamento, principalmente por tais espécies não terem tanto contato e afinidade com pessoas.
“Contamos com o apoio de uma médica veterinária parceira, que pode prestar atendimento domiciliar em caso de necessidade”, comenta Daniela.
Cuidar de animais silvestres é um verdadeiro desafio. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de se responsabilizar por tais espécies, é necessário muito preparo, conhecimento e amor por esse mundo dos exóticos.