Até 2026? Cinco seleções que ficaram de fora da Copa do Mundo no Catar - Revista Esquinas

Até 2026? Cinco seleções que ficaram de fora da Copa do Mundo no Catar

Por Marcelo Nascimento e Sarah Campos : novembro 11, 2022

Copa do Mundo é tempo de craques e grandes confrontos entre as principais seleções do mundo. Alguns times nacionais, entretanto, ficarão de fora da festa; selecionamos cinco casos surpreendentes – e decepcionantes

A Copa do Mundo do Catar é o evento esportivo mais aguardado de 2022. Trata-se da competição mais importante no cenário do futebol e os 32 países classificados para o torneio aguardam ansiosamente pelo dia 20 de novembro, data marcada para a cerimônia de abertura e primeira partida. seleções

Os torneios qualificatórios para a Copa são disputados em todo o mundo e organizados pelas entidades de futebol de cada continente. Há casos em que a disputa não é nem um pouco competitiva – na Oceania, por exemplo, a Nova Zelândia é qualificada para a disputa do play-off intercontinental desde 2010, sem sustos em mais de uma década. Em outras regiões, porém, o perigo é mais intenso. Tropeços e acidentes no caminho podem deixar uma seleção de fora da Copa – e isso tem se tornado cada vez mais comum.  

O último caso de ausências ilustres se deu em 2018, quando Itália e Holanda não marcaram presença no mundial da Rússia. Quatro anos depois, o mundo do futebol assistiu, mais uma vez, seleções de forte tradição ficando de fora da competição. A equipe de ESQUINAS selecionou cinco casos de times que não viajarão para o Catar no final de novembro. Confira abaixo!  

Itália  

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Seleção italiana de 2012
Reprodução

Abrindo a lista, mencionamos de cara a Itália – mais uma vez… Os campeões da Eurocopa e tetra campeões do mundo deixaram a vaga escapar contra a Macedônia do Norte, na semifinal da repescagem da UEFA. A partida foi decidida nos acréscimos do segundo tempo e Azzurra fica de fora do torneio mundial pela segunda vez consecutiva, acontecimento inédito em sua história.   

Antes de enfrentar a Macedônia do Norte, a seleção italiana já havia perdido a chance de se classificar diretamente, quando empatou com a Irlanda do Norte fora de casa na primeira fase das eliminatórias.   

Os italianos não figuram na Copa desde 2014. Na ocasião, apesar de uma vitória animadora sobre a Inglaterra na primeira rodada, as duas derrotas subsequentes, para Costa Rica e Uruguai, culminaram na eliminação ainda na fase de grupos. Ainda que aquele time não empolgasse nem mesmo o mais confiante torcedor, foi uma grande decepção e o fim de uma era vitoriosa de craques, como os meias Andrea Pirlo e Claudio Marchisio.   

Celso Unzelte, jornalista, professor e escritor, ressalta a indignação diante de competições internacionais que não garantem acesso direto para a Copa do Mundo. “Certamente, a Itália é a seleção mais forte que ficou de fora. Por uma aberração do futebol, a seleção do principal continente do mundo não se classifica. A FIFA precisava rever isso: as copas continentais deveriam ser classificatórias para a Copa do Mundo. Mas já que existe uma movimentação de dinheiro e venda de direitos de jogos avulsos, é provável que nunca aceitem isso. Seria um bom jeito de ajeitar o calendário”, afirma Unzelte.  

Para Celso, é difícil imaginar que a Itália volte a repetir os tropeços e não se classifique para a Copa de 2026. Segundo o professor, portanto, a Azzurra é uma seleção que provavelmente voltará logo mais ao campeonato. “Eu tenho que cravar na Itália! Não é possível que eles cheguem a ficar fora três vezes seguidas. Vale lembrar que, nas copas anteriores [2010 e 2014], a Itália não passou da fase de grupos! Sua última grande campanha foi a do título em 2006.”  

Conversamos também com Ubiratan Leal, jornalista e comentarista da ESPN. Ele respondeu em tom cômico e lembrou que a próxima Copa terá um novo formato: “Todas são prováveis de se classificar (risos). A próxima copa vai ter 48 seleções (…) e certamente (a favorita para voltar) é a Itália. Não é possível que ela não vai se acertar até 2026. Vão ter mais vagas para as seleções da Europa, então não tem como ela não classificar”.  

“Ubira” reforça como a mudança do calendário, por conta da pandemia, atrapalhou a festa dos campeões. Devido à crise em decorrência da covid-19, a Eurocopa geralmente acontece em anos pares em junho/julho. Então, nesses contextos ordinários, o campeão tem o segundo semestre inteiro para celebrar a conquista com tranquilidade, podendo dedicar o ano seguinte para se recuperar, reformular o time e prontificar-se para as eliminatórias.   

Dessa vez, entretanto, foi diferente: por causa da pandemia, a Euro foi parar em ano ímpar, fazendo com que a ressaca do título da Itália estivesse em meio às eliminatórias, com um jogo decisivo contra a Suíça ocorrendo nessa janela desfavorável 

Suécia  

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Zlatan Ibrahimovic, craque da seleção da Suécia.
Reprodução

Seguindo na Europa, temos também a ausência a Suécia. A seleção foi derrotada pela Polônia na final da repescagem e não viajará ao Catar. Infelizmente, portanto, não veremos craques como Ibrahimovic, Kulusevski e Forsberg nos gramados em novembro.  

O surpreendente é que, nos últimos anos, a seleção da Suécia vinha tendo bons resultados, como no Mundial de 2018 na Rússia, quando chegou até as quartas de final – na ocasião, acabou perdendo para a Inglaterra. Porém, vale lembrar que os suecos foram eliminados na fase de grupos da Eurocopa de 2012 e não se classificaram para a Copa do Mundo em 2014, configurando um retrospecto instável. 

Ubiratan emitiu a mesma opinião que Celso e ainda deu um panorama de outras seleções: “A Itália é a que mais chama atenção, mas a Suécia também é uma seleção forte. No caso dos suecos, observa-se queda de rendimento e eles até foram rebaixados na Nations League. Particularmente, eu não vejo a Suécia como inferior a Suíça e Polônia por exemplo”.   

Leal relembra que o formato e chaveamento no continente europeu prejudica seleções de médio escalão, por vezes times de boa formação técnica e tática. Em outras regiões do mundo, lembra, ficar de fora de uma Copa não ocorre com tanta facilidade. “Na Europa sempre vão sobrar seleções desse nível. Na África, temos a Argélia e o Egito. O pessoal lembra muito do Chile, mas acho que estão no final de uma geração muito boa, aquele time com Alexis Sánchez e Vidal. Foi um time muito bom, mas é uma seleção na qual falta renovação e essa nova geração não consegue manter o nível”, pondera o comentarista.  

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Argélia seleções

Seleções

Mahrez, jogador do Manchester City, capitão da seleção argelina
Reprodução

Indo para a África, a seleção da Argélia perdeu para Camarões na Copa Africana de Nações (CAN) e é outra que assistirá a Copa do sofá. Em um jogo recheado de polêmicas, com dois gols argelinos anulados e resolvido na prorrogação, a seleção liderada por Riyad Mahrez ficou de fora pela segunda ocasião seguida.  

Assim como a Itália, a última participação da Argélia no mundial foi em 2014. Os argelinos caíram nas oitavas de final contra a Alemanha, que viria a ser a campeã. O jogo contra os alemães é um dos mais emblemáticos da edição, uma vez que a seleção africana conseguiu arrastar o jogo até a prorrogação e segurar o nervosismo até o apito final.

A Argélia ganhou notoriedade no futebol após ser campeã da Copa Africana de Nações em 2019 e, desde então, foi criada uma expectativa sobre o elenco, ainda mais com a ascensão repentina do futebol de Mahrez, titular no Manchester City, da Inglaterra. 

Egito seleções

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Mohamed Salah, atual ponta-direita do Liverpool FC
Reprodução

Concluindo nossa passagem pelo continente africano, o Egito é outro país que fica de fora da Copa. Na final das eliminatórias, Senegal se sobressaiu nas penalidades máximas e avançou, deixando os egípcios pelo caminho. O confronto proporcionou um encontro entre companheiros de equipe no Liverpool Sadio Mané e Mohamed Salah – cada qual, entretanto, liderando sua respectiva seleção.  

O egípcio Salah já se destacava em seus tempos na Roma, mas começou a brilhar quando chegou aos Reds, em 2018. A última participação em Copa do Mundo do Egito foi em 2018 e acabou sendo desastrosa. Três jogos da fase de grupos e três derrotas, sendo o lanterna isolado do grupo. O curioso é que o Egito já participou de três torneios mundiais (1934, 1990 e 2018) e não possui nenhuma vitória: são 2 empates e 5 derrotas. O primeiro triunfo, quem sabe, virá em 2026.  

O craque do Egito é uma forte ausência para o mundial do Catar. Salah vinha em boa fase e jogava no mais alto nível ao longo da última temporada, sendo cotado por vezes ao prêmio de melhor jogador do mundo, mas agora se vê superado pelo francês Benzema na disputa. A despeito do ótimo futebol, Salah ficará de fora da Copa. É o caso de nomes como Erling Haaland (Noruega), Jorginho (Itália), Alaba (Áustria) e Mahrez (Argélia).  

Chile

Para fechar a lista, resta falar de nossos vizinhos da América do Sul. O Chile ficou em sétimo nas eliminatórias e não alcançou a classificação. Os chilenos ainda tentaram conquistar a vaga no “tapetão”, alegando em tribunais do esporta que um jogador equatoriano havia falsificado sua identidade. A denúncia chegou às mais altas instâncias judiciais da FIFA, mas o recurso foi recusado – eliminando de vez Alexis Sanchez, Vidal e companhia.  

A última participação do Chile em uma Copa foi em 2014. Fazendo uma boa fase de grupos e deixando a então campeã Espanha para trás, foram eliminados nos pênaltis pelo Brasil nas oitavas de final. Um dos momentos mais emblemáticos dessa seleção foi a conquista da Copa América Centenário em 2016: jogando em casa, os chilenos viram Messi isolar seu pênalti nas disputas e levantaram o troféu.  

A próxima Copa do Mundo está prevista para acontecer em 2026 e já possui suas sedes definidas. Estados Unidos, Canadá e México serão os países que irão receber as partidas da competição, que está prevista para acontecer no meio do ano, entre junho e julho, como em edições anteriores. Será que algum dos times aqui listados voltarão aos gramados daqui quatro anos? 

Editado por Juliano Galisi

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