Fórmula E: com brasileiros no grid, fãs de automobilismo lotam Anhembi - Revista Esquinas

Fórmula E: com brasileiros no grid, fãs de automobilismo lotam Anhembi

Por Olivia Nogueira, Bruna Beluco, Giulia Giampietro e Julia Fratti : março 28, 2023

Carro da McLaren no início da etapa da Fórmula E em São Paulo

Com vitória de Mitch Evans, Fórmula E vem a São Paulo pela primeira vez após 8 anos de categoria. Porém, organização do evento deixa a desejar

Nesse sábado, 25, aconteceu o ePrix de São Paulo, 6° etapa da Fórmula E, no Sambódromo do Anhembi, zona norte da cidade. A corrida contou com a vitória de Mitch Evans, piloto neozelandês da Jaguar. Ele subiu ao pódio junto com Nick Cassidy, da Envision, e com seu companheiro de equipe britânico, Sam Bird.

A pista de quase 3.000 metros de extensão, onde já correu também a Fórmula Indy, contou com 34 voltas e aproximadamente uma hora de corrida. No entanto, o evento começou cedo: os portões (que deveriam abrir às 7h) abriram para o público às 7h30. Às 9h40, teve início a qualificação.

Corrida

Às 14h, as luzes se apagaram e começou o ePrix. Já na primeira volta, Norman Nato, piloto da equipe Nissan, bateu e abandonou a corrida. Sete voltas depois, seu companheiro de equipe, Sacha Fenestraz ocasionou uma bandeira amarela obrigando o Safety Car a entrar na pista, deixando a corrida.  O terceiro abandono do dia ficou por conta de Jake Dennis, da equipe Andretti, após batida com o piloto Dan Tiktum da NIO 333. Além deles, Edoardo Mortara (Maserati) e Nico Müller (SUI – ABT) também não terminaram a prova.

A batalha pelas primeiras posições também foi intensa. Largando na pole, Stoffel Vandoorne foi rapidamente ultrapassado por Nick Cassidy, que finalizou a prova no pódio, em segundo lugar. O vencedor, Mitch Evans, piloto da Jaguar, largou em terceiro lugar, mas depois de muitas ultrapassagens e “attack modes” chegou ao final da última volta muito próximo dos seus colegas de pódio. Fechando a festa, Sam Bird, também da Jaguar, terminou em terceiro lugar.

O pódio foi realizado na primeira curva do circuito, que foi aberta ao público na pista para comemorar junto com os pilotos. O primeiro chamado ao pódio foi o chefe de equipe da Jaguar, James Barclay, para receber o troféu do Campeonato de Construtores, seguido pelo piloto britânico Sam Bird em P3, Nick Cassidy, da Envision em P2 e Mitch Evans em P1.

FORMULA E

Pódio do ePrix de São Paulo
Julia Fratti

Brasileiros no grid

“Estava atrás de outras categorias de automobilismo, sem ser a Fórmula 1, para assistir e porque eu sabia que tinha brasileiro no grid”, conta Alicia Braga, 24, médica.

O público presente no evento afirmou que um dos maiores motivos para acompanhar semanalmente as corridas é a presença de brasileiros no grid.

“Coloca o Brasil no mapa do automobilismo para além da Fórmula 1. Temos dois brasileiros hoje, mas já tivemos mais. A gente tem uma história muito grande no automobilismo e uma história muito grande na Fórmula E também”, relata Laura Radicchi, 31, engenheira de software.

Em 2023, dois pilotos brasileiros estão no grid: Sérgio Sette Câmara, que finalizou o dia sendo o último entre os pilotos, e Lucas Di Grassi, que terminou a prova em 13°, em uma corrida de recuperação após largar na última posição. Di Grassi já foi campeão da categoria na temporada 2016/17, sendo também um dos organizadores e precursores da categoria, tendo competido em todos os ePrix.

Entre os nomes mais relevantes da categoria, estão outros brasileiros que deixam suas marcas no esporte. Nelson Piquet Junior, foi o primeiro campeão, correndo pela equipe NIO. Felipe Massa e Bruno Senna também já representaram o Brasil correndo com os carros elétricos.

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O evento

A organização do evento contou com uma lotação máxima de 23 mil pessoas. Foram construídos dois Fan Villages ao redor do Sambódromo do Anhembi, que contavam com diversas atividades que atraíram o público durante a manhã; havia carros em exposição – tanto um automóvel de Fórmula E como uma exposição da Porsche – simuladores de corrida, testes de reação, área para crianças, DJs e outras atividades. Os camarotes contaram com a presença de figuras brasileiras famosas no automobilismo, como Felipe Massa e Emerson Fittipaldi.

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Carro da Fórmula E exposto no Sambódromo
Julia Fratti

O evento contou com food trucks e bares para alimentação. Além disso, o evento adotou a temática sustentável presente na Fórmula E e apostou em bebedouros gratuitos e copos ecológicos e biodegradáveis.

No entanto, a organização do evento se tornou precária em relação à disponibilidade da alimentação oferecida. Em todo o evento, estavam disponíveis apenas seis food trucks, localizados em um só lado do Sambódromo, para todo o público presente.

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Filas enormes na área da alimentação do evento
Bruna Beluco / Revista Esquinas

Às 12h45 ocorreu o desfile de pilotos pela pista. Os pilotos estavam em um carro alegórico que remetia ao Carnaval brasileiro, com um casal de porta-bandeira e mestre-sala conduzindo a apresentação da escola de samba Águias de Ouro em torno dos pilotos. Esse momento possibilitou uma maior interação entre os competidores e os fãs, além de apresentar a cultura brasileira e os integrar em uma data comemorativa na sede do ePrix.

Acompanhe a classificação das equipes no campeonato:

 

Etapas da qualificação

Diferentemente da qualificação da Fórmula 1, já conhecida pelo público amante do automobilismo, os pilotos da categoria de carros elétricos competem em duelos pela Pole Position.

Os pilotos são divididos em dois grupos: pilotos que estão em posições ímpares do mundial se reúnem no Grupo A, e os que ocupam as posições pares, no Grupo B. Após a divisão, os quatro corredores com melhor tempo passam para a fase de duelos, em que se enfrentam em um mata-mata.

Por fim, os pilotos que venceram o mata-mata de cada grupo se enfrentam pela primeira posição na largada, o que também garante 3 pontos na competição.

Os demais competidores largam dependendo de qual etapa foram eliminados: os eliminados na semifinal largam em P3 e P4, em função de seu tempo, o que ocorre também com os pilotos eliminados nas quartas de final. Porém, os corredores eliminados antes das fases de mata-mata passam por uma classificação divergente. Nela, aqueles que eram do grupo de quem conquistou a pole position ficam com a posição ímpar no grid e o restante com as posições pares.

Editado por Nathalia Jesus

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