Em sétimo congresso nacional, MBL refletiu sobre passado e futuro do movimento e lançou pré-candidatura de Danilo Gentili à presidência
No último sábado (5), o Movimento Brasil Livre (MBL) realizou a sétima edição de seu congresso nacional. O evento é uma festividade organizada entre os apoiadores, anualmente, define os rumos do movimento para os meses seguintes.
A confraternização reuniu cerca de 1.700 pessoas na Mooca, bairro da Zona Leste de São Paulo, e contou com a participação de diversos políticos e personalidades do debate público – ligadas ou não ao movimento -, como o governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), o deputado estadual eleito Guto Zacarias (União Brasil), o deputado estadual cassado Arthur do Val e Renan Santos, coordenador nacional do MBL.
Sátiras e humoristas
Ao estilo característico da retórica do MBL, muitas sátiras estiram presentes ao longo do evento, como um touro mecânico colado a uma foto do jornalista Rodrigo Constantino e um boneco inflável do manifestante que se agarrou a um caminhão durante um bloqueio ilegal bolsonarista.
Em uma das atrações programadas, os humoristas Léo Lins e Diogo Portugal foram convidados a interagir com o público presente.
Ao fim da noite, mais um humorista entrou em cena – dessa vez, entretanto, para um motivo mais nobre e solene. Danilo Gentili subiu ao palco e foi anunciado pelo movimento como pré-candidato à presidência da república em 2026. O apresentador do SBT respondeu às perguntas dos apoiadores e se comprometeu a iniciar a campanha. Gentili contará com endossamento oficial dos líderes e militantes do MBL.
O MBL nos próximos anos
O Congresso propôs palestras e discussões a respeito da postura da militância para os próximos anos. Em entrevista à nossa equipe, Eduardo Leite comentou sobre as perspectivas para o futuro do PSDB. “Essa é uma discussão que vai ser feita a partir das reflexões do partido já nas próximas semanas”, comenta o governador eleito.
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No início de 2022, Leite chegou a renunciar ao mandato de governador gaúcho. A pretensão era se lançar candidato à presidência pelo PSDB, mas a manobra não alçou êxito. Ao fim do imbróglio, nem Leite, nem João Doria, vencedor das prévias tucanas, foi lançado candidato. O PSDB acabou por apoiar Simone Tebet, inscrevendo a senadora Mara Gabrilli como vice na chapa.
O ex-repórter do CQC disse estar disposto a viajar pelo Brasil em busca de votos. Camisas personalizadas com “Gentili 2026” foram comercializadas no evento pelo valor de 70 reais. Vale lembrar que o Movimento Brasil Livre não é um partido político e, portanto, não poderia lançar de modo independente a candidatura de Danilo Gentili.
Momento de reflexão
Pouco antes de Danilo subir ao palco, Renan Santos, coordenador nacional do movimento, criticou a postura do senador eleito Sérgio Moro. Neste momento, foram registradas vaias e ofensas ao ex-juiz. Durante as palestras, Arthur do Val disse que o saldo das eleições deste ano foi negativo para o MBL e pediu comprometimento dos apoiadores.
Kim Kataguiri falou a respeito das eleições municipais de 2024 e a importância delas para o movimento. “Saímos desse congresso com um novo Movimento Brasil Livre, que nunca mais vai deixar de disputar uma eleição majoritária. Sempre teremos candidatos, sejam prefeitos e vereadores em 2024 e governadores e um presidente em 2026”, disse o deputado federal do União Brasil.
Além disso, Renan disse que é preciso se tornar “um projeto de poder”. “Ou o MBL se torna um projeto de poder, ou o MBL fecha”, diz Santos. Outro tema citado foi a questão do fundo eleitoral. Alguns apoiadores defenderam o uso do chamado “fundão”, enquanto outros fizeram duras críticas ao possível uso do dispositivo, que contraria princípios e ideias já defendidos pelo movimento. Uma assembleia foi realizada entre os presentes para deliberar sobre a questão, mas os membros não chegaram a um consenso.