Musicoterapia transforma a saúde mental e proporciona bem-estar aos pacientes em todo o Brasil, aponta especialista
A musicoterapia tem ganhado destaque como uma abordagem eficaz e inovadora no tratamento de transtornos mentais. Utilizando a música como ferramenta terapêutica, profissionais da saúde em todo o Brasil estão ajudando pacientes a enfrentar desafios como depressão, ansiedade e estresse.
Ela é um processo de intervenção terapêutica que, a partir de frequências sonoras, induz os mesmos efeitos dos antidepressivos no cérebro, causando sensações de satisfação, felicidade, relaxamento e bem-estar de forma natural e sem efeitos colaterais.
Nos últimos anos, o método se tornou um aliado no tratamento de transtornos psicológicos como o autismo, TDAH e demência, devido aos seus benefícios para a saúde mental e por ser um tratamento não invasivo.
Terapia e efeitos no cérebro
A musicalidade sempre fez parte da vivência humana. Seja ela por meio de sons da natureza, balbucios ou objetos. Mas a música como terapia se tornou popular a partir do século XX dado ao crescimento das pesquisas e interesse na prática.
As canções e melodias passaram a ser um recurso terapêutico de soldados que voltavam das guerras, graças aos traumas vividos nos conflitos, fazendo-os desenvolver transtornos mentais e emocionais.
Um exemplo atual é o de hospitais que utilizaram a musicoterapia para melhorar o humor e reduzir a ansiedade de pacientes infectados com Covid-19 durante a pandemia.
No tratamento dos transtornos psicológicos, a musicoterapia acessa a sensibilidade dos pacientes estimulando a expressão verbal e corporal, dependendo da evolução de cada pessoa. A prática com a música aprimora a percepção emocional e interpretação dos próprios sentimentos.
Além disso, as atividades que envolvem sincronia e sequências musicais, aprimoram as habilidades cognitivas e a atenção.
Os impactos na saúde mental não são apenas durante o tratamento, mas também no dia a dia. Musicoterapeuta e dona da ONG Ritmos do Coração, Viviane Fowler, destaca os benefícios:
“A música ajuda, ela traz uma abertura sensível, a música fala por você. Escutem música, é muito importante.”
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Referência no tratamento
Na área, a ONG Ritmos do Coração se destaca como uma referência. Desde 2006, a organização promove a inclusão social de indivíduos com algum tipo de transtorno psicológico ou deficiência, em situação de vulnerabilidade, oferecendo tratamento e estímulo criativo.
Dedicada a proporcionar um ambiente acolhedor, a ONG conta com aulas de música, dança e teatro com o objetivo de desenvolver a autoestima, coordenação motora e a auto reflexão dos participantes.
Segundo Fowler, observar a evolução dos pacientes que frequentam o lugar é muito gratificante e é o que a motiva a continuar, apesar de todas as dificuldades.
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O SUS, ONGs e clínicas particulares disponibilizam a terapia com música para pessoas de todas as faixas etárias que buscam pelo tratamento, mas é necessário ter diagnóstico profissional para iniciar as atividades.
“Apesar de fazer parte dos serviços de práticas integrativas oferecidas pelo SUS, as famílias relatam que mesmo com a prescrição médica nunca são chamadas. Em São Paulo, a clínica-escola da FMU oferece atendimento feito pelos alunos da graduação mediante uma taxa simbólica de R$ 40,00, um custo que as famílias em situação de vulnerabilidade econômica não conseguem pagar” aponta a musicoterapeuta.
Segundo Fowler, mesmo com a evolução e crescimento da musicoterapia, o tratamento está longe de ser uma prática viável para todos e enfrenta desafios que envolvem acessibilidade financeira e de transporte dos pacientes.