O que é resiliência e como desenvolvê-la para enfrentar a pandemia - Revista Esquinas

O que é resiliência e como desenvolvê-la para enfrentar a pandemia

Por Luiza Palermo e Maria Leite : junho 18, 2020

A live sobre saúde mental de quarta-feira contou com a presença da mestre em psicologia positiva, Adriana Drulla

No dia 17 de junho, o instagram de ESQUINAS promoveu a quarta live do ciclo sobre “Saúde mental em tempos difíceis”. A entrevista, mediada pelo editor-chefe da revista, Rodrigo Ratier, contou com a presença da mestre em psicologia positiva, Adriana Drulla.

Na live, a especialista explicou o que pode-se relacionar com resiliência e por que esse é um conceito fundamental para o momento atual. “Às vezes a gente acha que ser resiliente é passar por uma situação de dificuldade, ileso. E não é isso”, disse.

Segundo Drulla, muitas pessoas não sofrem de problemas como depressão e ansiedade, mas não se sentem satisfeitas com as próprias vidas. A partir do intuito em estudar aquilo que leva o ser humano à satisfação, que surgiu o conceito de Psicologia Positiva. Fundada por Martin Seligman no final dos anos 90, a psicologia positiva estuda o desenvolvimento das emoções e atitudes positivas, visando uma existência mais feliz e plena.

Sobre a resiliência, Adriana fala sobre a importância da avaliação dos problemas nos quais está inserido. “Quando interpretarmos um problema de maneira grande demais, quando aumentamos o problema, é mais difícil de agir para melhorar este problema”

O cenário da pandemia

Drulla ainda explicou sobre a criação de uma “espiral negativa”, que leva à ansiedade improdutiva e que se torna um ciclo vicioso. “Quando a gente vive situações de ansiedade, como a que vivemos atualmente, como se estivessemos em perigo eminente, o nosso cérebro funciona em um modo mais reativo, em um modo de alerta.” Segundo a especialista, é importante se posicionar de forma positiva perante essas dificuldades.

“A resiliência tem a ver com necessidade de sentir que a gente tem controle sobre algo. Quando eu vejo que a minha vivência é a pandemia e eu percebo que não tenho controle sobre ela, eu posso ver quais são as variáveis da minha rotina que eu efetivamente consigo controlar”

A mestre ainda usou uma metáfora para explicar o caminho enfrentado durante os momentos difíceis, dizendo que é como andar de bicicleta: o caminho é reto, mas faz parte ir um pouco para a direita e para a esquerda. “E o desequilíbrio é normal”, diz.

Excesso de informações

Sobre o atual excesso de informações negativas na mídia, Adriana comentou como isso influencia no comportamento. “Contágio emocional: as emoções dos outros nos contagiam. Essa preocupação excessiva com a covid nos contagia e, depois que nos contagia, nós contagiamos outras pessoas, resultando em uma cadeia de contágios”. Segundo ela, é essa situação que faz a relevância sobre os problemas causados pela pandemia crescer.

Considerando que o ofício jornalístico exige atenção à enxurrada de informações, a profissional diz que, ao saber que determinada notícia o afeta de certa forma, o profissional deve ter a capacidade de construir um espaço entre a visão lógica e emocional dos fatos. Nesse cenário, ela destaca a importância de lidar com os sentimentos de maneira particular antes de se envolver com o alheio.

Conclusão da live

Por fim, a mestre apresenta um exercício para lidar com pensamentos catastróficos e lembrar que todos são resilientes. Na atividade, ela propõe lidar com os cenários a serem enfrentados, sejam eles positivos, negativos ou mais realistas. Para conferir, a atividade completa está disponível no IGTV da revista ESQUINAS.