Wicked: as bruxas de Oz estão de volta - Revista Esquinas

Wicked: as bruxas de Oz estão de volta

Por Ana Cecília Andolfo (4ª ano PP) e Maria Luiza Malafaia (1ª ano JO) : maio 10, 2023

As atrizes Myra Ruiz e Fabi Bang interpretam as personagens Elphaba e Glinda, no musical Wicked. Goldflus/Divulgação (2023)

Em parceria com o Atelier de Cultura, o renomado musical da Broadway “Wicked” retorna aos palcos brasileiros em nova montagem

No dia 9 de março, com a reestreia do renomado musical Wicked, o Teatro Santander se transformou no mundo Esmeralda. A obra, que encanta os palcos da Broadway há mais de 20 anos, é baseada no clássico romance “Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West”. Abordando a história não contada das bruxas de Oz, o musical retrata a amizade improvável entre Elphaba, a Bruxa Má do Oeste, e Glinda, a Bruxa Boa do Norte, como forma de antecipar e justificar os acontecimentos de “O Mágico de Oz”.

O espetáculo busca trazer temas como discriminação, injustiça e corrupção, de maneira leve e cômica, para que o público entenda e se identifique com a história oculta da grande Oz.

Com efeitos de alta tecnologia, a nova montagem de Wicked pode superar o fenômeno de 2016, ano em que a primeira versão do musical chegou ao Brasil, levando mais de 340 mil fãs ao Teatro Renault. Naquele ano, o espetáculo permaneceu em cartaz durante dez meses. Já em 2023, a montagem contou com mais de 40 mil ingressos vendidos na pré-venda, tendo a primeira sessão esgotada em menos de 24 horas.

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As atrizes Myra Ruiz e Fabi Bang interpretando as personagens Elphaba e Glinda, na montagem de 2016 do musical Wicked.
Pedro Dimitrow/Divulgação

Apesar das novas técnicas de ilusionismo, novos figurinos e cenários, a versão de 2023 do musical é fiel às músicas originais, além de contar com as mesmas “bruxas” de 2016. As atrizes Myra Ruiz e Fabi Bang voltam aos palcos para interpretar as protagonistas, vivendo novamente a rotina de Oz.

Em entrevista para a Folha de São Paulo, Myra Ruiz, que dá vida à personagem Elphaba, conta como o espetáculo é importante para o público, “as pessoas têm uma relação com esse musical que é inexplicável. Ele toca em lugares que são muito delicados, e acho que todo mundo se sente representado, além das músicas serem incríveis”.

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Os fãs de Wicked

Os fãs do musical são considerados um público de outro patamar, já que poucos se satisfazem em assistir a peça apenas uma vez. Pensando nisso, a organização de Wicked criou o programa de fidelidade “Melhor Aluno de Shiz”, de modo que, a cada visita ao teatro, o espectador pode carimbar a “lista de presença”. O programa concede brindes aos fãs, oferecendo como prêmio máximo uma réplica da vassoura de Elphaba – conquistada após nada mais, nada menos do que trinta carimbos de presença. Por mais que a ideia de ver trinta vezes o mesmo musical pareça algo impossível, alguns fãs já conseguiram o grande prêmio, como Felipe Nicolau Vaze, que é completamente apaixonado pela Cidade das Esmeraldas e já garantiu sua vassoura.

Fã do musical desde 2016, Felipe adquiriu seus ingressos assim que as vendas abriram, prometendo marcar presença em praticamente todas as semanas em que a peça estará em cartaz. Além disso, o jovem relata as diferenças entre a versão de 2016 e a atual. “Tudo é realmente um grande impacto. Essa nova versão é um misto de cenários móveis e projeções, trazendo um dinamismo maior do que a antiga montagem. Em termos de elenco, acho que houve uma maior maturidade das meninas (Fabi Bang e Myra Ruiz), que conseguiram se reencontrar com as personagens e trazer a conexão que adquiriram na vida real para dentro dos palcos. O que já era bom em 2016, está ainda melhor”. 

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Felipe trabalhando na loja do teatro.
Foto: Maria Luiza Malafaia

Não satisfeito em prestigiar o musical apenas da plateia, Felipe trabalha também na loja oficial do teatro e revela que se sente realizado, “abriram uma vaga de emprego e mandei meu currículo. Nem quinze minutos depois já tinham me chamado para trabalhar. É igual aquela fala da Glinda ‘quem pode ser mais feliz, eu ganhei o que sempre quis. O meu sonho se tornando o meu final feliz’. Esse é misto de sensações que eu sinto todos os dias, estar perto de pessoas que eu gosto e estar vivenciando o dia a dia que eu sonhei desde lá de trás”.  

Dirigido por John Stefaniuk, diretor associado da produção do musical “The Lion King”, a produção, realizada pelo Instituto Artium de Cultura, traz uma estrutura de oito toneladas, que consegue suportar a icônica cena do voo (spoiler!). Para tal acontecimento, foi necessária a realização de uma obra no teto do teatro, que não possuía a proporção necessária para os cenários e equipamentos. A produção emprega diretamente 275 pessoas, dentre elas profissionais dos bastidores, artistas e instrumentistas – dirigidos pela maestrina Vânia Pajares, que ocupou o posto também em 2016.

 

Em 2023, a peça volta ao Brasil com uma temporada mais reduzida do que a anterior, com sessões disponíveis até o dia 23 de julho. Contando com seis sessões semanais, os ingressos variam entre R$25,00 e R$400,00 e podem ser adquiridos através da plataforma Sympla. Por mais que grande parte das sessões já estejam esgotadas, 30 minutos antes de cada apresentação é possível comprar ingressos limitados, exclusivos e disputadíssimos, na própria bilheteria do teatro.

Ficha técnica:

Letra e música: Stephen Schwartz

Texto: Winnie Holzman 

Baseado no romance: Gregory Maguire 

Produção original na Broadway: Marc Platt, David Stone e Universal Stage Productions

Produção original na Broadway dirigida por: Joe Mantello 

Orquestração: William David Brohn 

Arranjos musicais: Alex Lacamoire e Stephen Oremus

Versão brasileira: Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler

Direção geral: John Stefaniuk 

Direção musical: Vânia Pajares

Coreografia e dir. associada: Floriano Nogueira 

Cenário e figurino: Morgan Large 

Quinta, Sexta, Sábado e Domingo às 19h30, Sábado e Domingo às 15h00

Teatro Santander – Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041, São Paulo

Editado por Mariana Ribeiro

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